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Capitão calado: Emerson Silva começa a temporada com moral

Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

24/01/2017 07h00

Ele chegou ao Botafogo no ano passado, credenciado pela experiência até de já ter sido convocado para a Seleção Brasileira. Acabou não começando 2016 como titular, mas ganhou espaço no decorrer da temporada. Entre sequências no banco e outras como titular, chegou a fazer 31 partidas no Alvinegro, inclusive a última do Campeonato Brasileiro, contra o Grêmio. E Emerson Silva começará 2017 com a camisa 2. Desde o início do jogo contra o Madureira, amanhã. E muito provavelmente com a faixa de capitão, como em algumas ocasiões. Porém, mesmo se não envergar a braçadeira, o zagueiro de 33 anos é reconhecido com o mesmo respeito. E olha que não é dos mais falantes.

"Sou mais sossegado. Dentro do treino eu me cobro bastante. Em campo, eu dou apoio e acredito que isso é liderança. Tem outros capitães também, que não precisam de faixa. É uma responsabilidade a mais que, com o tempo, nós adquirimos", revela Emerson Silva, em entrevista exclusiva ao LANCE!.

Mais um ano no Botafogo
Muito bom. É muito bom ter renovado. Mostra que trabalho foi bem feito. E, neste segundo ano aqui, vamos lutar para conseguir nossos objetivos. Estou muito feliz de estar aqui no Botafogo e termos alcançado os objetivos do ano, menos o Carioca. Temos vários desafios agora e queremos sempre estar melhorando.

Desempenho em 2016
Acredito que fui bastante exigido no ano passado e fui bem, mas temos que estar sempre melhorando. Não podemos estacionar. Tem que sempre evoluir para conquistar os objetivos.

E quais são os objetivos?
Ser um jogador regular. Hoje, no futebol, o jogador diferente é o que joga mais partidas, não oscila muito. Esse início vai nos dar uma base para o ano todo. Procuro fazer o melhor durante a pré-temporada exatamente por isso.

Número de jogos no ano passado (31)
Por onde passei, (quase) sempre fiz mais. No Coritiba mesmo. E, no Botafogo, acredito que fiz bastantes jogos. Mas tenho que trabalhar para procurar estar dentro de campo, ajudar a equipe.

Titularidade em 2017
No ano passado, o setor defensivo foi muito bem. O Carli, o Emerson, o Renan Fonseca... esse ano temos também o Marcelo e o Igor Rabello. Acredito que o setor vai continuar forte. O que não pode faltar é a vontade. Sempre respeitando o companheiro, mas eu vou procurar, e eles também, o espaço. É um setor forte. Acredito que quem o Jair botar para jogar vai dar o melhor. Temos que melhorar o setor a cada jogo. Estamos bem servidos. Com toda certeza, iniciar uma temporada como titular é muito importante.

O que precisa ser feito e o que não fazer na Libertadores
O Botafogo ficou um time mais cascudo, experiente com o ano passado e a Libertadores exige isso. É um ambiente diferente, pelo que conversamos. O que temos que fazer é trabalhar com os pés no chão. É um campeonato difícil. Se tivermos a mesma dedicação do ano passado, com certeza vamos atingir os nossos objetivos.

Igor Rabello e  Marcelo, que foram incorporados
Rabello foi lapidado lá no Náutico, fez excelente temporada, mostrou valor. O Marcelo também mostrou valor nas divisões de base. Nós, mais experientes, damos conselhos, mas também aprendemos bastante com os mais jovens. Com certeza eles vão ser muito úteis no grupo. Vamos ajudá-los, e eles a nós também.

Renan Fonseca, Carli e Emerson
Cada um tem uma qualidade diferente. O Carli posiciona mais, assim como eu. Sabe que temos de posicionar bem, até pela (menor) velocidade. O Emerson é muito técnico, O Renan é de posicionar também, é bom na bola aérea também.

Como fazer para o time não ficar previsível
O Botafogo mostrou seu valor no segundo turno do Brasileiro, vencendo as partidas e jogando bem. Quando acontece isso, as outras equipes tomam um cuidado a mais, e então sofremos um pouco com isso. Mas em campeonatos acontece isso. Sofremos no início, e temos que estar preparados. Encaixar o time, ter tranquilidade e trabalhar.

Diferenças entre as pré-temporadas
Quando cheguei, ano passado, pelo acesso da Série B para a Série A, era um clima de bastante confiança. Esse ano, mais uma vez eu senti esse clima de confiança, até pela diretoria. E se deu certo ano passado, se estamos com esta mesma confiança, vai dar certo também.

Relação com o Jair Ventura
O Jair é um cara que vem mostrando valor. Nós abraçamos a filosofia de trabalho dele, por isso deu certo. Eu tenho o meu momento, o Emerson o dele, o Carli o dele, e o Renan também. Cada um tem seu espaço, temos que saber respeitar. Isso faz um grupo forte. Quando o Rabello entrar, quando Marcelo entrar, a mesma coisa. Temos que torcer para o cara ir bem. Isso é importante. Dentro e fora do campo. se estivermos atuando ou no banco, temos que estar com apoio, pensamento positivo. Formar um grupo grande. Cada um tem seu espaço, mas cada um tem seu tempo.

Imbróglio na renovação de Emerson
Conversamos bastante. Quanto ao Emerson, a situação é entre ele e a diretoria. Estão resolvendo, e é uma coisa normal para os atletas. Ele tem que procurar o melhor pra ele. A diretoria busca o melhor para ela e para o clube. Torcemos para que dê tudo certo e ele continue conosco.

Apenas uma partida pelo Flamengo, em 2006
Estive no Flamengo há muito tempo. Estive por estar. Era jovem, Não tinha um "peso" e, no futebol, isso conta bastante. Lá tinha bons jogadores na posição, como Ronaldo Angelim, Fernando. Não foi o meu momento. Estou jogando no Botafogo, agora. Tem tempo para tudo. Às vezes, temos que esperar, ter paciência. O mais importante é que eu estou feliz.

Aposentadoria
Não penso. Penso em fazer um excelente campeonato e renovar mais uma vez.