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Promessas espanholas não empolgam e se transformam em 'andarilhos'

Bojan surgiu como promessa no Barcelona e chegou a empolgar torcida e imprensa catalãs - Marcelo del Pozo/Reuters
Bojan surgiu como promessa no Barcelona e chegou a empolgar torcida e imprensa catalãs Imagem: Marcelo del Pozo/Reuters

02/02/2017 08h25

É normal no futebol a torcida, a imprensa e o clube se animar demais com alguns jogadores que se destacam demais nas categorias de bases. Na Espanha, no entanto, três dos jovens astros que surgiram nos principais times subiram às equipes profissionais, e passam longe de vingar. Bojan, Deulofeu e Jesé resolveram deixar o país, e estão se transformando em andarilhos do futebol. Todos foram emprestados por seus atuais clubes nesta última janela de transferências de inverno.

Desde que o atual camisa 10 do Barcelona passou a ser um grande astro, surgiram vários "novos Messis". E o primeiro deles - ou um dos primeiros - foi Bojan. Fazia sentido, pois era o craque da geração seguinte. Chegou à base do Barça aos oito anos em 1999, e até 2006, quando se profissionalizou, marcou mais de incríveis 900 gols.

Subiu, chegou a fazer bons jogos e até 2011, era um jogador frequente, mas não empolgava. Entrou em campo 163 vezes e marcou 41 gols. Sem "explodir" e com concorrência pesada, acabou saindo e foi para a Roma, na temporada em que, curiosamente, a equipe foi comandada por Luis Enrique, hoje treinador do Barcelona. Também não rendeu e foi emprestado para o Milan. Outra decepção.

Em 2013, o clube espanhol exerceu a opção de recompra e o emprestou ao Ajax. Teve chances, mas ficou na "eterna promessa". Em 2014, foi para o Stoke e viveu do mesmo jeito, titular de vez em quando, reserva muitas vezes, e 15 gols em 60 partidas em dois anos e meio. Neste mês foi emprestado para o Mainz.

O próximo nessa linha de sucessão era Deulofeu. Até pela posição que ocupa em campo, não foi tão goleador quando Messi ou Bojan na base. Mas nem por isso empolgou menos. Bicampeão europeu sub-19 pela Espanha, quase não teve oportunidades no time principal. Questões disciplinares acabaram contribuindo para isso, e foi emprestado duas vezes, em 2013 para o Everton, e em 2014 para o Sevilla. Nos Toffees até empolgou um pouco, mas nos andaluzes, longe disso.

Em 2015, o Everton resolveu levar Deulofeu de volta e comprou. Apresentou qualidade técnica, mas raramente com consistência e regularidade. Acabou sendo emprestado este mês para o Milan.

Da mesma geração de Deulofeu, Jesé Rodríguez era a joia do Real Madrid. Também estava em uma das conquistas do sub-19 ao lado do ex-jogador do Barcelona. Antes de chegar ao clube da capital, passou por times pequenos e desembarcou em 2007, quando os Merengues ganharam a disputa com o Barça. Foi se desenvolvendo na base e chegou a ser chamado de o "novo Raúl".

Começou a ter chances no time principal em 2011, mas profissionalizou-se de vez em 2013. Teve muitas oportunidades e fez boas partidas. Mas como a concorrência era com o trio BBC, formado por Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo, nunca conseguiu se firmar.

Ainda assim, existia muita expectativa e mercado para Jesé. No início da atual temporada, o Paris Saint-Germain investiu 25 milhões de euros (R$ 84 milhões) em sua contratação. Fez apenas dois gols, e foi mais notícia por conta do seu namoro, considerado extravagante demais na França, e por seu comportamento fora de campo. Acabou voltando à Espanha e foi emprestado ao Las Palmas.