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Palmeiras x WTorre: perguntas e repostas sobre a 'guerra das cadeiras'

04/02/2017 07h40

O primeiro jogo oficial do Palmeiras em 2017 será neste domingo, às 17h, contra o Botafogo-SP, no Allianz Parque. A "guerra das cadeiras" que o clube travou - e venceu - com a WTorre, construtora que ergueu e administra o estádio, acarretará em algumas diferenças para o torcedor, como o número de assentos para o sócio Avanti. O LANCE! selecionou algumas das perguntas mais comuns sobre o tema para esclarecer como está a situação. Veja abaixo:

- Quantas cadeiras são do Palmeiras e quantas são da WTorre?

A câmara de arbitragem da Fundação Getúlio Vargas deu razão ao Palmeiras: a WTorre tem 10 mil cadeiras e o clube tem cerca de 30 mil. Não cabe recurso. A divergência ocorreu porque a construtora acreditava ser dona de todos os assentos do estádio.

- O que a WTorre faz com as cadeiras que lhe pertencem?

Pode comercializar estas cadeiras da forma que bem entender. A construtora decidiu criar o "Passaporte Allianz Parque", em que o torcedor paga um valor para garantir acesso a todos os jogos da temporada.

- O que acontece com as cadeiras que a WTorre ainda não vendeu?

As cadeiras que a WTorre ainda não comercializou entram na carga de ingressos dos jogos do Palmeiras e são vendidas pelo clube nas bilheterias físicas e virtuais, mas sem descontos para sócios-torcedores.

- As cadeiras da WTorre influenciam no Avanti?

Sim. Embora o clube possa vender ingressos para as cadeiras que a WTorre ainda não comercializou, foi determinado pela arbitragem que seja cobrado o valor "cheio". Em 2016, a construtora já tinha 10 mil cadeiras, mas a divisão não era a mesma. Além disso, se não vendesse os assentos até a pré-venda do Avanti, eles entrariam na carga do programa de sócios do Palmeiras. Isto não acontece mais. Na prática, o número de lugares para membros do Avanti acabou diminuindo.

A mudança já foi notada no jogo contra o Botafogo-SP: parte do Gol Norte, que costuma esgotar logo na pré-venda para sócios-torcedores, ficou disponível apenas para o público em geral, por R$ 90, no site da Futebol Card.

- Quais são as cadeiras da WTorre?

Todas ficam no anel inferior do Allianz Parque. A construtora ficou com todo o setor Central Leste e partes do Central Leste, Gol Norte e Gol Sul. O site do "Passaporte Allianz Parque" informa que restam 2.047 cadeiras à venda na Leste (R$ 3.348/ano), 1.785 no Sul (R$ 2.628/ano) e 15 na Oeste (R$ 4.788/ano). Deste programa, a WTorre diz que até 60% do valor é destinado ao Palmeiras. Ainda não há um pacote para as cadeiras que ficam no Gol Norte e pertencem à WTorre.

- As cadeiras vendidas pela WTorre rendem algum dinheiro ao Palmeiras?

Quando o torcedor compra uma cadeira da WTorre, o valor do ingresso para cada jogo já está embutido. Por contrato, esse valor seria uma média do menor ingresso cobrado pelo Palmeiras no período de um ano. A arbitragem, porém, elaborou uma média ponderada levando outros pontos em consideração, incluindo os descontos do Avanti. Em 2016, a WTorre pagava R$ 39,90 por ingresso de cadeiras e camarotes. Esse valor vai mudar para 2017, mas ainda deve ser menor do que o preço "cheio" do Gol Norte, por exemplo. Além disso, o Palmeiras recebe um percentual pela venda das cadeiras: 5% nos primeiros cinco anos de operação do estádio, e o valor cresce 5% a cada cinco anos até o fim do contrato entre clube e construtora, cuja duração é de 30 anos.

- Quem define o preço do ingresso dos jogos?

O Palmeiras. A WTorre não tem influência no preço dos ingressos.

- A distribuição da renda dos jogos do Palmeiras vai mudar?

Não. Por contrato, 100% da renda dos jogos do Palmeiras fica com o clube. O que pode mudar é o valor arrecadado. O valor de R$ 39 que a WTorre precisa repassar por jogo a cada cadeira vendida é menor do que o valor dos ingressos vendidos da forma convencional pelo clube.

- Com a saída de Paulo Nobre e a entrada de Maurício Galiotte, Palmeiras e WTorre estão em paz?

Não. A WTorre tem feito questão de mostrar que a relação está mais amena, com mais diálogo, tanto que retirou a câmera instalada para vigiar Paulo Nobre no camarote da diretoria do clube no ano passado. Apesar disso, as diferenças continuam e a possibilidade de um acordo para as pendências que ainda existem é bem pequena.

- A briga jurídica já acabou?

Não. O Palmeiras venceu a primeira arbitragem, mas há uma outra em andamento. A pauta principal são os descontos que o Palmeiras concede aos seus sócios-torcedores nos jogos no Allianz Parque. A WTorre deseja que isso seja regulamentado para não tirar a atratividade das suas cadeiras.