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O futebol capixaba em estado de sítio! Caos na segurança afeta Estadual

11/02/2017 07h05

As sequelas da paralisação de policiais militares no Espírito Santo, que iniciou no sábado passado e, após intensas negociações, rendeu um acordo entre representantes dos PMs e o Governo do Estado na noite da última sexta-feira, se estendeu aos gramados. Além de uma onda de violência e de medo se alastrar por dias nas cidades, a ausência de efetivo já causou o adiamento de dois jogos da 2ª rodada e fez a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) transferir todos os cinco jogos da 3ª rodada:

- A gente depende da normalização do policiamento para seguir a competição. Embora a Federação do Espírito Santo tenha uma ótima relação com a Polícia Militar, não sabemos como vai ser a prioridade na volta deles às ruas - afirmou Ana Mayka, assessora de imprensa da FES, ao LANCE!.

O planejamento dos clubes também foi afetado pela paralisação. Muitos retomaram suas atividades na quarta, quando as Forças Armadas chegaram ao estado, mas ainda lidam com contratempos:

- Estamos treinando com 18 dos 23 atletas. Cinco não conseguem transporte, por morar em áreas de risco. Infelizmente, um estado de vida tranquila está passando por isto - desabafou Rogério Pedrini, presidente do Tupy.

A chegada das Forças Armadas ao estado trouxe certa segurança ao Vitória: o CT Jayme Navarro, onde os militares estão aquartelados, fica próximo do Estádio Salvador Costa, onde a equipe treina e realiza suas partidas. O reforço na segurança do estado, porém, afetou o planejamento do Rio Branco:

- O Exército permitia que a gente treinasse no 38º Batalhão de Infantaria. Mas, como estamos em um clima de guerra civil, tivemos que mudar de lugar. Fizemos esta parceria com o Tupy para realizar treinos no Gil Bernardes. A polícia tem de retornar! - detalhou o técnico da equipe, Flávio Annunziatta.

À espera de um desfecho, a expectativa é de que o futebol prevaleça após o caos no estado.