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Nilton Santos é mais um passo da polêmica entre Flamengo e Botafogo

14/02/2017 13h01

A decisão do Botafogo em não permitir que o Flamengo mande mais jogos no Nilton Santos aqueceu ainda mais a intensa rivalidade que entre os dois clubes. O presidente do Glorioso, Carlos Eduardo Pereira, questionou a postura dos torcedores adversários e as cenas de barbárie na vitória por 2 a 1 do Rubro-Negro, no último domingo.

Porém, a intensa rivalidade nos gramados é antiga, e passa longe da violência. Em meio a jogos polêmicos, comemorações curiosas e "chapéus", o LANCE! faz um balanço dos momentos de rivalidade entre Flamengo e Botafogo.

UMA ILHA DE POLÊMICAS (2016)

Outro estádio rendeu discórdia entre Botafogo e Flamengo. Quando mandou seus jogos no Estádio Luso-Brasileiro (de propriedade da Portuguesa, na Ilha do Governador) em 2016, o alvinegro viu a decisão de destinar apenas 10% dos bilhetes ao adversário gerar polêmica no clássico. Além disto, a troca de mãos rendeu alfinetadas entre os dois clubes, porque o Rubro-Negro mandará seus jogos no local (que foi reestruturado pelo Botafogo no ano anterior) a partir desta temporada.

QUEM VAI FICAR COM WILLIAN ARÃO? (2015)

Após ter uma excelente fase na campanha em 2015, o Botafogo tentava renovar o contrato de Willian Arão. Porém, ainda no fim daquele ano, o Flamengo atravessou o caminho alvinegro e levou o atleta para a Gávea. A diretoria do Glorioso foi à justiça para tentar manter o volante, amparando-se numa cláusula de renovação automática prevista em contrato, enquanto Arão afirmou que a atitude fere a nova resolução da Fifa. O caso ainda se arrasta nos tribunais (e com vitória do volante, que segue no Fla).

O 'CHORORÔ' É LIVRE... (2008)

Indignados com a arbitragem na final da Taça Guanabara, jogadores do Botafogo foram para a entrevista coletiva ao fim da derrota para o Flamengo por 2 a 1 aos prantos, criticando o Campeonato Carioca ao lado do então presidente Bebeto de Freitas. O episódio rendeu piada dos rubro-negros até dentro dos gramados: Souza fez o gesto de "chororô" ao comemorar um de seus gols na competição.

'PREDANDO' COM CLAITON (2007)

Um dos principais jogadores do Botafogo na temporada de 2006, Claiton terminou a temporada com impasse em relação à prorrogação de seu contrato. O Flamengo aproveitou a incerteza, fez uma proposta ao volante e o levou para jogar na Gávea no ano seguinte. O episódio com Claiton quase fez o então presidente do Glorioso, Bebeto de Freitas, romper relações com Márcio Braga.

IRANILDO, O 'CHUCHU' COM GOSTO DE RIVALIDADE (1996)

Um dos "motores" do Botafogo durante a conquista do Brasileirão de 1995, Iranildo acabou descendo mal para a diretoria do clube no ano seguinte. O então presidente do Flamengo, Kleber Leite, fez uma negociação com presidente do Madureira (dono dos direitos do atleta), Elias Duba, para negociar o jogador e o "Chuchu" partiu para a Gávea no ano seguinte. No Flamengo, ganhou três Cariocas e uma Mercosul.

RENATO GAÚCHO E BUJICA NA CABEÇA ALVINEGRA! (1991)

O histórico de "chapéus" é antigo na rivalidade entre Flamengo e Botafogo. Em 1991, o então dirigente do Glorioso, Emil Pinheiro, conseguiu, de uma tacada só, levar dois "fazedores de gol" do adversário: o ídolo Renato Gaúcho, à época um dos principais atacantes do futebol nacional, e o folclórico Bujica.

CARLOS ALBERTO DIAS... E O BICHO VAI DANDO NO FOGÃO! (1990)

O poder aquisitivo de Emil Pinheiro fazia o Botafogo não parar de "quebrar a banca" e superar o Flamengo em negociações. O rubro-negro chegou a assinar um pré-contrato com Carlos Alberto Dias, destaque do Coritiba. Mas "seu Emil" atravessou a negociação e, após pagar a passagem do meia, ele assinou com o Botafogo, onde foi campeão carioca de 1990.

FERNANDO MACAÉ, A PRIMEIRA PERIPÉCIA DE 'SEU EMIL' (1985)

Após grande fase no Bangu de 1985, Fernando Macaé chegou a um acerto verbal e estava de malas prontas para assinar com o Flamengo (clube no qual jogou nas divisões de base). Neste momento, o Botafogo viu entrar em cena pela primeira vez Emil Pinheiro, um dos principais bicheiros do Rio de Janeiro e dirigente do clube alvinegro. Como "vale o que está escrito", o seu Emil se entendeu com o mandatário do Bangu, Castor de Andrade (também bicheiro) e o atacante pintou em General Severiano.

SEIS PRA LÁ, SEIS PRA CÁ (1972 e 1981)

Em 15 de novembro de 1972, o Botafogo amargou a festa de aniversário do Flamengo com um sonoro 6 a 0 e a atuação avassaladora. Os três gols de Jairzinho, dois de Fischer e um de Ferretti e ecoaram na cabeça rubro-negra por vários anos, com a faixa: "Torcedores do Flamengo, amamos voseis". Mais precisamente até 8 de novembro de 1981, quando a geração que marcou época na Gávea vingou em grande estilo: após Nunes, Zico, Adílio, Lico abrirem uma goleada no primeiro tempo, o pedido das arquibancadas foi atendido com gols do Galinho e (ufa!) de Andrade.

'SENTA' QUE LÁ VEM POLÊMICA (1944)

Outra inusitada polêmica veio no "Jogo do Senta", em General Severiano, em 10 de setembro de 1944, pelo Campeonato Carioca. O Botafogo vencia por 4 a 2 quando, após finalização de Geninho bater no travessão, Lula cabeceou para o gol e Jayme rechaçou em cima da linha. O árbitro assinalou gol botafoguense (atribuído a Geninho). Irritados com a marcação, os flamenguistas sentaram-se no gramado e não aceitaram o reinício da partida. A súmula do jogo consta vitória do Botafogo por 5 a 2.