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Ceni exalta Luiz Araújo, e espera Morumbi cheio após vencer San-São

16/02/2017 01h02

Rogério Ceni estava orgulhoso na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre o Santos na Vila Belmiro. A razão: a grande atuação do garoto Luiz Araújo, de 20 anos. Ceni sempre apostou no potencial do atacante, autor de dois gols no triunfo, e exaltou a capacidade de crescimento dele.

- Para mim, fico muito feliz pelo resultado em si. Fico muito feliz por ele, porque sempre falo que ele tem muita velocidade, explosão e às vezes ele peca na última decisão. E hoje ele decidiu o jogo com dois gols, mais um passe para o Gilberto. A tomada de decisão para um jogador da posição dele mostra o valor que ele tem - afirmou Ceni, afastando de si o mérito pela vitória, mesmo tendo alterado o time de maneira fundamental no intervalo.

A alegria de Ceni tem uma razão especial. Ele foi determinante para a permanência de Luiz Araújo no elenco. O São Paulo recebeu uma oferta de cerca de R$ 22 milhões do Lille (FRA), mas recusou após pedido do treinador. E agora o comandante quer vida longa ao atacante no clube.

- Quando falaram da venda dele, já acompanho, vejo muito potencial nele. Velocista nato, tem de tomar melhores decisões. E hoje conseguiu ir muito bem. Mas não penso nele na venda, penso nele para o São Paulo. Quem sabe com as vitórias, conquistas, a gente não consegue outras receitas para ficar com jogadores mais tempo - analisou.

Ceni também ficou muito satisfeito com o resultado. O treinador destacou a postura aguerrida do seu time, que novamente começou atrás no placar, e disse que a vitória deve impulsionar a torcida a lotar novamente o Morumbi no próximo sábado, contra o Mirassol. No último domimgo, mais de 50 mil pessoas acompanharam a goleada de 5 a 2 sobre a Ponte Preta. Neste momento, Ceni já respondeu rouco.

- A voz é difícil porque grito muito no treino. E não consigo melhorar, nem com fono. Eu gostaria de ver novamente o Morumbi com 50, 60 mil pessoas. Quando você passa de ônibus, sobe e encontra 60 mil, é um jogador a mais. E eu falava isso pra eles, que a vitória significaria o Morumbi cheio de novo, com ingressos acessíveis, com a torcida do nosso lado - afirmou o técnico.

O São Paulo se reapresenta nesta quinta-feira às 17h e volta a campo no sábado, às 19h30, na provável estreia do argentino Lucas Pratto, fator que deve levar ainda mais torcedores ao estádio.

Acompanhe abaixo outros trechos da entrevista de Ceni:

O jogo

Jogo bem disputado, bem parelho, primeiro tempo principalmente. No segundo, tentamos mais velocidade com o Araújo, o Neilton estava sofrendo para acompanhar o lado direito do Santos. Tentamos jogar o Cueva aberto, o Araújo para o outro. Baixamos um pouco a marcação, para tentar o contra-ataque, devido aos jogadores de mais velocidade

Cartão para Cueva

Honestamente não vi, não sei ainda o que aconteceu com o cartão. Gostaria de ver com mais calma. Natural, talvez um desabafo do jogador, mas a gente tem de manter a cabeça calma no campo, não deixar que o torcedor ou algo mude sua cabeça em campo. Mas preciso ver mais em campo. E ele joga numa parte onde ele fica mais confortável, não tem uma posição fixa para ele. E assim gosto mais dele mais livre

Buffarini

Me ajuda muito na esquerda. É uma alma e coração gigantesco. Um argentino que você pode contar por todas as horas. Buffarini vai ter de jogar ora na direita ora na esquerda, porque não consigo o Júnior toda hora. E é um dos jogadores mais preparados fisicamente de todo o time. Mesmo não tendo tanta habilidade. Não que o Júnior esteja mal, mas o Buffarini pode atuar por ali, posso usar os três.

Por que não olhou o pênalti de Cueva?

Eu vi pelo telão. Olhei pra lá. Vi que estava em tempo real, vi como estava da televisão. Tenho confiança nele. Não é porque perdeu um pênalti que... Ele pegou a bola. Fosse assim, eu não teria feito mais de 60 gols perdendo.

Foi a melhor partida?

Acho que não. Melhor partida foi contra a Ponte Preta. Mais de 70% de posse de bola, 5 a 2 no placar. E saindo atrás. Gosto porque eles não tem medo, vão com coragem.

Tática

Para esse jogo, usamos mais o contra-ataque do que a Ponte Preta em casa. Domingo jogamos alto, pressão. É diferente do que jogar na Vila Belmiro, contra um grande time. Tento ajustar a equipe, mas muitas vezes eles escaparam com Zeca e Victor Ferraz pelo meio, o que os torna muito perigosos. No primeiro tempo não consegui só no grito, falando, mas no vestiário corrigimos. Fico muito feliz porque são coisas que treinamos.

João Schmidt e Jucilei

João, ao que parece, vai sair. Não está no meu controle. Mas está mostrando um comprometimento como se quisesse jogar aqui para sempre. E o Jucilei, sim, pode jogar de terceiro zagueiro, primeiro volante, também segundo volante, desde que tenha condições como toda a equipe.

Sensação de sair da Vila

A gente vai poder fazer uma média no futuro, acredito que infelizmente será negativa, pelo histórico do santos jogando aqui. Mas mostra que nossa equipe luta, compete até o final. Isso é bom, a vitória é muito importante para a gente.

Jogar no ataque de novo?

A proposta que eu sempre tive na minha cabeça, é de jogar para ganhar. Você corre risco, sofre, mas jogando pra frente. Jogar para trás, aí abro mão da profissão. Porque gosto de desafios, já fiquei muito tempo atrás.