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Kazim cita primos e amigos presos e diz ter encontrado 'casa' no Timão

02/03/2017 16h16

Kazim está apenas há dois meses no Corinthians, mas sente-se como se fosse um veterano no clube. O jogador inglês naturalizado turco se identificou muito com a Fiel torcida, que também rapidamente passou a exaltar o "Gringo da Favela". A paixão à primeira vista foi destacada pelo atleta ao site "The Guardian", do Reino Unido:

- No Corinthians, treino é jogo e jogo é guerra. Muitos times se cansaram disso (estilo aguerrido), e eu consigo ver que no Corinthians, não. A torcida gosta disso. É como se eu tivesse encontrado minha casal.

Na entrevista, Kazim também relembra sua trajetória no futebol e também o passado difícil que enfrentou. Ele afirma que teve sorte por ser um jogador e que foi salvo na infância graças à perseverança dos pais.

Contudo, algumas pessoas queridas por ele não tiveram a mesma sorte e sofreram com os conflitos na Turquia.

- Na Turquia, você não tem escolha sobre se juntar ao militarismo. Meus primos fizeram isso. O pai de um amigo morreu em um ônibus que explodiu. Vários primos e amigos meus estão presos ou mortos - lembrou.

Aos 30 anos, Kazim já passou por clubes da Holanda, Inglaterra, Turquia, Grécia e até Escócia. Ele alega ter sofrido preconceito por ser negro e, principalmente, por ser um turco na Inglaterra.

Casado com uma brasileira, ele afirmou que não sabe se poderá atuar no Brasil até o fim da carreira, por conta da educação dos filhos.

Segundo o atleta, as dificuldades enfrentadas na vida ajudaram a moldar seu estilo de jogo:

- Eu sou "tudo ou nada" pelo meu time em quaisquer situação e lugar. Se você estiver mexendo com um cara do meu time, vou tomar partido disso. Se você tentar provocar alguém, vou tomar partido disso. O que tiver que ser dito para o técnico eu vou dizer. Ok, essa tem sido minha queda. Mas isso é o que acontece quando você é um general (risos).