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Títulos e Seleção nos planos: Henrique diz: 'Abel mudou 100% do ambiente'

11/03/2017 08h00

A braçadeira de capitão dada a Henrique no início do ano foi um voto de confiança de Abel Braga ao zagueiro. Aos 30 anos e com passagens pela Seleção Brasileira, Palmeiras e importantes clubes europeus, o camisa 33 é um dos líderes do elenco e afirma com todas as letras: o treinador é o grande responsável pela mudança no Fluminense de 2016 para 2017.

- Abel foi colocando o jeitão dele logo de cara. Eu ainda não tinha trabalhado com ele e me surpreendi nesse contato. O jeito durão que aparece fora de campo existe, mas não é só isso. Sabe dar dura e sabe passar a mão na cabeça. Muito do que vem acontecendo no Fluminense é por conta dessa confiança que o Abel nos passa - explicou.

Ao L!, Henrique relembrou sua chegada às Laranjeiras e a sequência sem vitórias no fim do Brasileirão passado. Agora, com o ambiente renovado e a confiança em alta após a conquista da Taça Guanabara, o capitão espera levantar mais troféus e trabalha para ter uma chance com Tite na Seleção.

Qual importância do título e do desempenho que o Flu está tendo neste início de ano?

?É a mentalidade que o Abel nos passou. O currículo e as experiências dele mudaram o espírito de todos. Desde a apresentação ele já vem nos passando esse espírito vencedor e nós estamos assimilando bem e mostrando dentro de campo.

Além da motivação, o que mais Abel fez para o Flu mudar tanto em relação a 2016?

O Abel é uma pessoa do bem e verdadeira. Não só na parte do trabalho, mas também no pessoal. Eu, particularmente, estou aprendendo muitas coisas com ele nesse tempo que estamos juntos. Ele tem muita experiência no futebol e estamos no caminho certo. Temos um time com jogadores jovens, mas todos com muita personalidade. O Abel passa essa confiança para nós e estamos jogando leve. Para nós é um como um paizão, uma pessoa que busca fazer o bem para todos.

Quando o Abel te disse que você seria o capitão?

Realmente ele me chamou no primeiro dia da pré-temporada, tivemos uma conversa e ele disse que gostaria que eu fosse o capitão. Fico feliz pela confiança que ele passou desde o primeiro dia, mas não foi só para mim, foi para todos.

Ele disse que quer você ainda mais falante...

Eu concordo. Ano passado estava chegando, ainda um pouco quieto. Tento passar minha experiência para os mais jovens. Abel me disse para cobrar mais dentro de campo, mas não só eu como capitão. O diálogo está aberto. Todos têm direito de cobrar cada um e me cobrar também.

A eleição presidencial atrapalhou o grupo em 2016?

Qualquer coisa de fora e entra no trabalho atrapalha. É preciso uma blindagem. Não entrou em campo, mas estava um clima meio pesado, muitas coisas sendo resolvidas. Ano passado foi uma sequência que não tem como se repetir. Tinham jogos que fomos bem e os resultados não vinham. Foram fatalidades e aprendemos com os erros. Hoje é outra mentalidade, desempenho e ambiente. Com o Abel aqui, mudou 100% do ambiente que era antes.

Por conta do fim de ano ruim, o elenco começou sob forte desconfiança. Já foi superada?

Que continue assim, estamos trabalhando quietinho e fazendo nossa parte dentro de campo. O holofote estava pro outro lado e nós trabalhamos bem. A blindagem que não teve ano passado está tendo agora. O próprio Abel é experiente e sabe muito bem blindar o grupo. Tem muita coisa para acontecer ainda e temos muito a melhorar.

A expectativa em torno da sua contratação te atrapalhou no início?

A opção de vir para o Fluminense foi inteiramente minha, dentro de todas circunstâncias (interesse do Flamengo). Tinha vontade de trabalhar aqui. Quando você sai de um lugar e vai para outro com uma mentalidade totalmente diferente é sempre difícil se adaptar. Aos poucos vai acontecendo. Ano passado vencemos a Primeira Liga, tivemos a defesa menos vazada do primeiro turno do Brasileiro e depois veio aquela sequência em que não ganhávamos nem amarrando o adversário.

Mesmo com todas mudanças, a defesa do Flu tem sofrido poucos gols. Qual o segredo?

Hoje o sistema defensivo não é só os laterais e zagueiros. Abel tem colocado isso desde o inicio. A marcação começa lá na frente com o Henrique, Scarpa Wellington... Quem estiver jogando. Nós vemos que saem esgotados, marcando e criando. É por isso que a bola não está chegando redonda para o adversário. É a mentalidade de um time vencedor.

Motiva ver essa entrega?

Motiva demais. Todo mundo ali da frente está marcando e isso empolga dentro e fora de campo. É um espelho para quem entra. A vontade tem sido fundamental e os resultados estão aparecendo.

Tite tem dado chances a jogadores no Brasil. A volta à Seleção está nos seus planos?

Motivação sempre vai existir. Você só para de pensar em Seleção Brasileira quando se aposenta. A gente busca o trabalho dentro do clube, estamos fazendo o melhor aqui no Fluminense para que as conquistas apareçam. Ficamos muito voltados para o clube e assim pode aparecer a oportunidade na Seleção. Sempre almejo isso. O Tite está vendo, tem observado os jogos e eu torço para voltar à Seleção Brasileira.