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De lesão grave a homem de confiança de Dorival: a saga de D. Braz no Santos

Divulgação/SantosFC
Imagem: Divulgação/SantosFC

15/03/2017 06h00

O Santos viajou ao Peru na semana passada com o time praticamente pronto. Porém, no último treino já em Lima, antes de enfrentar o Sporting Cristal na estreia na Libertadores, o técnico Dorival Júnior decidiu fazer uma única mudança e que não alterava em nada o esquema tático do clube: saía o garoto Lucas Veríssimo para entrar David Braz. A explicação era simples: experiência.

A princípio, a troca de um defensor de 21 anos por um de 29 parecia simples de entender. Mas a escolha do treinador vai muito além de oito anos de diferença. O camisa 14 disputou duas Libertadores pelo Flamengo, mas foi no Santos que ganhou status de um dos líderes do elenco, ao lado de Renato e Ricardo Oliveira.

Mais do que isso: já foi líder de vendas de camisa entre santistas, usou a faixa de capitão e está no clube há cinco anos, o segundo que está há mais tempo no clube, apenas atrás de Vladimir. Ao ser coroado com a titularidade na estreia na Libertadores, lembrou de tudo o que passou para chegar até ali. Desde o empréstimo ao Vitória, salários atrasados e uma lesão grave no início deste ano.

"Até falei para o Vladimir: 'Olha tudo que passamos e olha onde Deus colocou a gente'", disse, referindo-se aos salários atrasados de 2014 e à Libertadores.

"Treinamos em alto nível, grande sequencia de jogos, a pré-temporada foi bem pegada, precisávamos treinar forte. Fiquei chateado pelo que aconteceu, mas infelizmente faz parte da nossa vida. Graças a Deus por conta de experiência, procurei ter tranquilidade. Procuramos fazer melhor a parte da fisioterapia. Em um mês consegui voltar de uma lesão que foi considerada grave (lesão muscular na panturrilha direita). Grau 2! Geralmente são dois meses, voltar em um me deixou muito feliz. Aproveito para agradecer aos fisioterapeutas do Santos, Avelino, Tom e o Diego, que foram muito bem", disse, em entrevista ao LANCE!.

Titular há quatro anos, Braz enfim chega à temporada mais desejada desde que foi contrato para fazer parte do time de Neymar.

No mesmo ano em que chegou à Vila Belmiro, viu o camisa 11 dar adeus e enfrentou períodos a serem esquecidos no Santos, tendo convivido com atrasos salariais.

Por tudo isso, ele acredita que o sacrifício para estar em campo a tempo de disputar a Libertadores vale tanto a pena. Mas não para por ai.

"Maior incentivo é a temporada que a gente vai ter. Eu tenho o sonho de vestir a camisa da seleção brasileira. É um ano que tenho que mostrar um bom futebol pra ir para a Copa do Mundo do ano que vem. A Libertadores é outro sonho que tenho. Participei duas vezes. É um sonho conquistá-la. O ambiente de trabalho também. Adoro estar aqui com a rapaziada. Graças a Deus tenho vários motivos bons para voltar mais rápido. É um ano importante, um ano em que o Tite vai estar observando os jogadores para irmos para a Copa do ano que vem", admite.