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Técnico do Novorizontino diz não ter medo e crê em vitória sobre Palmeiras

01/04/2017 08h00

Até a 7ª Rodada da primeira fase do Campeonato Paulista deste ano, o Novorizontino parecia não ter futuro na competição, apenas brigar contra o rebaixamento. Até então eram duas vitórias, um empate e quatro derrotas. Campanha que culminou na saída do técnico Junior Rocha. Para o seu lugar, Silas foi contratado e tudo mudou. Cinco rodadas depois, o Tigre disputará neste domingo, às 19h, em Novo Horizonte, a partida de ida das quartas de final do Paulistão contra o Palmeiras, e o que não falta é confiança.

- Nós estamos semeando um trabalho para enfrentar o Palmeiras e para depois de enfrentar o Palmeiras, eu disse pra eles que a gente vai classificar, disso eu não tenho dúvidas, mas e depois que a gente classificar? Está bom já? Não, não. Eu falei para não atrapalharmos aquilo que Deus quer dar para nós, porque se ele quiser nos dar a semifinal, não tem quem tire - declarou Silas em entrevista ao LANCE!

Desde que recebeu o convite de seu amigo Luís Carlos Goiano, também ex-jogador e agora diretor do Novorizontino, Silas sabia que estava assumindo uma equipe com a qual poderia chegar às quartas do estadual.

- A gente está muito contente, porque chegar em um clube como esse, muito ajustado, que cumpre com tudo a gora já temos essas quartas de final contra o Palmeiras, então está tudo caminhando bem. Quando eu vi o time, eu falei pra eles que a gente iria classificar, vi jogador por jogador, a gente analisou bem o grupo e eu disse que a gente tinha chances de classificação e foi o que aconteceu - afirmou.

A mudança de rumo da equipe com a chegada de Silas foi imediata. De um time que parecia não sair do lugar e que brigaria no máximo para não cair, passou a ser favorito a conquistar a segunda vaga no Grupo C. Nas duas primeiras partida sob o comando do novo treinador, duas vitórias, seguidas por dois empates que sacramentaram a classificação.

- Logo no primeiro jogo a gente já venceu a Ferroviária, procuramos afastar primeiro a questão do descenso, principalmente nos jogos em casa. A gente tratou de alimentar isso com os atletas, eles colaboraram muito, conseguiram até antes do esperado essa questão do rebaixamento, quando ganhamos da Ponte Preta em Campinas, depois, pela dureza que é o Campeonato Paulista, empatar com Mirassol e Audax não foi nenhuma surpresa, porque tanto um quanto outro foram bem contra os grandes, então a verdade é que não foram resultados ruins - explicou o comandante.

Como se diz popularmente, Silas precisou trocar os pneus com o carro andando, assumiu a equipe durante o campeonato que já passava de sua metade. Mesmo assim, fazendo uso de seus métodos, conseguiu efetuar alguns ajustes e convencer os jogadores a acreditarem no desafio.

- A gente voltou a jogar com dois volantes e também tratamos de colocar nossa maneira de enxergar o jogo, corrigir algumas coisas, eles aceitaram, toparam o desafio. Está todo mundo fazendo a mesma coisa, as táticas, o planejamento de jogo, a gente tem batido na tecla com eles é entender os motivos que levam uns a ganhar e outros não. Aí relacionamos a parte física, a questão dos scouts de posse de bola, de movimentação durante o jogo... Mostramos também os números de alguns times, mostramos os nossos, onde a gente precisava chegar, e eles aceitaram. Lógico que a gente não tinha tanto tempo para acertar, mas a gente conseguiu acelerar o processo.

Um dos trunfos do Novorizontino para o confronto é o seu desempenho como mandante. Há dois anos o time não perde dentro de seus domínios. O estádio Dr. Jorge Ismael de Biasi é o por seguro de Silas e seus comandados, mas independentemente do resultado obtido no Jorjão, a ordem é não jogar apenas para se defender na capital paulista.

- É confronto de 180 minutos, a gente sabe que o primeiro jogo é na nossa casa, então a primeira ideia é fazer uma grande partida, nós não vamos para o Pacaembu para nos defendermos, se a gente conseguir um resultado positivo aqui, a gente não vai para São Paulo fechado, para jogar por um empate. A gente vai para jogar, até porque se a gente quer almejar alguma coisa, a gente precisa se portar como tal. De que adianta passar pelo Palmeiras por sorte e já cai na outra eliminatória? Não vale a pena.

Se o time de Novo Horizonte poderá utilizar seu estádio nas quartas de final, o mesmo não vai acontecer com o Verdão, que precisou transferir o seu mando para o Pacaembu, já que o Allianz Parque está reservado para shows. Para Silas, isso pode dar uma pequena vantagem para sua equipe, mas o mais importante é não temer o adversário, seja qual for o palco.

- Não, acho que não muda nada, não é o Allianz, não é a casa deles, mas também não deixa de ser um estádio tradicional no Brasil. Só que é um estádio muito mais aberto, não tem aquela pressão do torcedor, pode ser uma pequena vantagem, mas é. O que eu quero é que os meus jogadores, dentro ou fora de casa, ocupem espaços no campo, que não tenham medo de fazer as coisas e pronto. É isso que eu quero, que a gente jogue o que a gente tem jogado, como jogamos contra a Ponte Preta, sem medo, respeitando muito, mas sem medo. Claro que temos as medidas preventivas e defensivas, que a gente acaba utilizando em um momento ou outro, mas isso não pode ser já de entrada. "Ah vamos jogar para empatar". Não conseguiu ganhar, empatou, tudo bem, mas vamos jogar para ganhar - avisou.

Como disse Silas, o Palmeiras pode esperar um time que não vai se limitar a marcar e sair para o ataque somente nos erros do adversário. Apesar da confiança e da manutenção de um estilos, o treinador prega o respeito ao rival das quartas e joga o favoritismo no colo palmeirense.

- O Palmeiras é um time que tem vários jogadores de seleção, não só brasileira, como de outros países, então tem que ser respeitado, é o campeão brasileiro, longe de nós achar que vamos ter jogo fácil aqui ou lá, mas a gente sabe que o futebol se decide dentro do campo e a gente pode sim vencer. É difícil? É! É muito difícil? É, mas não é impossível, então a gente vai trabalhar para manter essa confiança. O Palmeiras é favorito? É lógico que é, mas temos condições de passar também - finalizou.