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Com uma dívida liquidada, Palmeiras devolve R$ 81 milhões a Paulo Nobre

05/04/2017 07h00

Dos R$ 146 milhões que o Palmeiras tem de devolver para Paulo Nobre, o ex-presidente já recebeu R$ 81 milhões. O valor praticamente dobrou no último mês, quando o clube liquidou uma das duas dívidas existentes, de R$ 43 milhões. Restam, agora, R$ 65 milhões a serem pagos ao palmeirense.

Os débitos estavam divididos em dois fundos, criados especificamente para isso. A primeira parte da dívida era de R$ 103 milhões. Neste caso, o clube paga mensalmente 10% de sua renda bruta para amortizar a quantia - fontes de receitas que surgiram depois de setembro de 2014, quando tal modelo de pagamento foi aprovado, não entram na conta. O patrocínio da Crefisa é um exemplo. Para esta fatia, os valores são arrecadados do Avanti, bilheterias e direitos de transmissão, principalmente. Desde abril de 2015, quando o pagamento deste fundo começou a ser feito, Paulo recebeu R$ 38 milhões.

A segunda parte da dívida era de R$ 43 milhões e esta foi totalmente liquidada. O Palmeiras começou pagando parcelas mensais de R$ 800 mil e depois reduziu o valor para R$ 400 mil, o que praticamente só quitava os juros da operação. Com a entrada de verbas como as luvas do contrato com o Esporte Interativo, o clube conseguiu devolver o valor integral em março.

No último ano de gestão, Paulo gastou R$ 14 milhões para viabilizar as chegadas de Mina e Róger Guedes. A operação é semelhante às contratações feitas com aporte da Crefisa: se vendê-los, Nobre é, no máximo, ressarcido com o valor investido. A diferença é que com ele, assim como nas outras duas operações citadas, há o acréscimo de juros - até 1% ao mês, taxa considerada baixíssima. Os investimentos da patrocinadora não têm correção.

A dívida com Nobre já tinha sido diminuída em R$ 43 milhões ainda na sua gestão, quando o clube lhe passou os direitos econômicos de Leandro, Mendieta, Cristaldo (já vendido), Allione, Mouche e Tobio, todos contratados graças ao seu dinheiro. Os atletas foram registrados em nome de uma empresa parceira de Paulo Nobre e o ex-mandatário vai recuperando o que investiu na medida em que eles são negociados. Se a quantia total das vendas superar R$ 43 milhões, o excedente fica com o Palmeiras. Mina e Guedes não entram no bolo, pois quando chegaram já não era mais possível registrar jogadores em nome de empresas, mas o mecanismo para pagamento é parecido.

A primeira previsão era de que a dívida com o ex-presidente fosse quitada entre dez e 15 anos, mas isto provavelmente acontecerá bem antes graças ao aumento de receitas do Verdão. Maurício Galiotte tem como meta entregar o Palmeiras sem dívidas ao fim de seu mandato, em dezembro de 2018. Nobre, que não cobra a reforma que fez "de presente" na Academia de Futebol, está afastado politicamente depois da divergência com o atual mandatário sobre a candidatura de Leila Pereira ao Conselho Deliberativo.