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'Não é destruindo o clube que resolveremos', diz vice da Chape sobre ações

Diego Padgurschi /Folhapress
Imagem: Diego Padgurschi /Folhapress

05/04/2017 16h31

As feridas causadas pelo acidente que abalou a Chapecoense parecem bem longe de ser cicatrizadas. Com o clube catarinense prestes a ser alvo de processos por familiares de jogadores que foram vítimas da tragédia na Colômbia (leia aqui), o vice-presidente jurídico da Chape, Luiz Antônio Pallaoro atribui esta reação a uma reação emocional, e rebate as acusações:

"É normal, neste momento pesa o emocional das famílias das vítimas. Em um momento, iria ocorrer um questionamento. Nós vamos ter direito à nossa defesa para cada uma destas ações e mostrar nosso ponto de vista", declarou, ao LANCE!.

Pallaoro descartou uma hipótese de negligência do clube ao aceitar que a delegação fosse transportada pela companhia aérea LaMia. Segundo o advogado, a Chape amparou-se na lista de clubes e seleções que a empresa transportara:

"A LaMia nos contatou, e a empresa tinha a seu favor o "know-how" de ter transportado 15 clubes grandes e três seleções: a Venezuela, a Bolívia e uma grande seleção como a Argentina. Como iríamos suspeitar de sua atividade? Nós não infringimos em nada, estávamos indicados pelo passado deles".

O vice-presidente jurídico também rebateu a acusação de que a Chapecoense deva um valor maior do que a indenização paga até o momento:

"Foram pagas às famílias das vítimas todas as premiações, rescisões, seguros e recursos trabalhistas que seriam destinadas aos jogadores. Este sentimento é natural dos familiares, eles sentem as perdas de seus entes queridos".

VICE-PRESIDENTE JURÍDICO REBATE CRÍTICAS DE FILHO DE CAIO JÚNIOR

Luiz Antônio Pallaoro também reagiu ao desabafo que o filho de Caio Júnior, Matheus Saroli, fez em uma rede social. Ao fim da vitória por 2 a 1 do clube catarinense sobre o Atlético Nacional, pela Recopa Sul-Americana, Matheus definiu a cerimônia em homenagem às vítimas como um "marketing ganancioso":

"Essa homenagem foi uma retribuição ao que o Atlético Nacional fez para nós. Está encerrado este capítulo. Nós temos as memórias dos que se foram, só não podemos viver do passado".

O advogado ainda apontou que a dedicação exclusiva a resolver a situação das famílias das vítimas no acidente de 29 de novembro de 2016 seria inviável. Segundo ele, o clube vem tomando as providências:

"Não é destruindo o clube que iremos resolver as coisas. Estamos tentando resolver, ajudar os torcedores e as vítimas. Agora, tudo tem um limite. Nós sentimos muito, vamos ter sempre a memória deles, mas temos de seguir em frente".