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'Suspensão à TJF foi necessária, mas não é suficiente', diz sociólogo

05/04/2017 13h40

A determinação do Ministério Público (MP-RJ) que a organizada Torcida Jovem do Flamengo fique longe dos estádios foi vista pelo sociólogo Mauricio Murad como um grande passo para o combate à violência nas arquibancadas. O autor do livro "A Violência no Futebol: Novas Pesquisas, Novas Ideias, Novas Propostas", porém, apontou que a punição não deve se resumir à atual medida do MP:

- A lei foi cumprida, e isto é bom. Foi uma decisão necessária da Justiça do Rio de Janeiro provocada pelo Ministério Público. Mas não suficiente, porque ainda é definitiva, tem caráter liminar e, portanto, cabe recurso. Só a punição até as últimas consequências poderá reduzir sensação de impunidade reinante no país do futebol.

De acordo com o membro da Academia LANCE!, o outro passo deve ser identificar os responsáveis pelo vandalismo nas arquibancadas:

- Mais importante do que punir a torcida como um todo é punir os verdadeiros infratores, que causam delitos, grupos de malfeitores infiltrados nas grandes organizadas. É separar o joio do trigo, e as forças da Segurança Pública, a Polícia e o Judiciário podem e devem fazer isto a bem da Justiça e da preservação da cultura do futebol.

Murad ainda apontou que outras medidas têm de ser tomadas para coibir que a violência siga a proliferar pelos estádios do país afora:

- Reprimir, prevenir, acompanhar, fiscalizar, agilizar, auditar finanças, fazer parcerias com segmentos pacíficos, como a maioria dos torcedores, treinar com o policiamento, sufocar o comércio (inclusive de ingressos, via cambismo, que é outro crime), responsabilizar dirigentes e clubes que ajudam organizadas são iniciativas que não podem mais esperar outro corpo morto. A grave crise econômica e moral do Rio de Janeiro não são justificas para o descaso. Afinal, este é um problema que assola o Brasil.