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Vivendo 'boom', mercado de e-Sports atrai de Ronaldo a Neymar. Por quê?

13/04/2017 18h18

Você já deve ter se deparado com alguma partida de e-Sport ao passar os canais da TV. Ou já leu alguma matéria sobre o assunto no LANCE!, viu algum post nas redes sociais, ouviu algum amigo falando sobre o tema... O que era só brincadeira virou profissão para milhares de pessoas, e o mercado de games vive um "boom" no Brasil e no mundo.

O sucesso e o grande potencial de retorno financeiro colocaram este segmento na mira de alguns milionários, alguns deles velhos conhecidos do meio do futebol. É o caso, por exemplo, de Ronaldo Fenômeno e do craque Neymar.

O ex-jogador não leva tanto jeito com os controles quanto o camisa 10 da Seleção, mas viu nos games uma janela interessante para investir. No começo do ano Ronaldo se tornou um dos sócios do CNB, um dos times mais famosos de e-Sports do Brasil, ao lado do jogador de pôquer André Akkari.

Ronaldo, contudo, não está sozinho nessa empreitada. Outras personalidades do esporte já investem no mercado de games, casos de Shaquille O'Neal ,Magic Johnson,Peter Gruber (co-proprietário do Golden State Warriors), Mark Cuban (dono do Dallas Mavericks-NBA) e alguns outros. Clubes de futebol, como Ajax, Manchester City, PSG e vários outros, também investem na modalidade.

Esse "boom" não é por acaso. Cada vez mais pessoas entram para o mundo do e-Sports, seja para jogar de forma profissional ou apenas para assistir e consumir:

- Até ano passado existiam 70 mil praticantes no Brasil, agora já são 100 mil. Eu acredito que ainda tem espaço para muita gente. De fato vamos conseguir nos tornar um grande esporte, não competindo com futebol, que é muito grande, mas tentamos ser o segundo esporte mais jogado no Brasil - disse Carlos Fonseca, presidente da ABCDE (Associação Brasileira de Clubes de e-Sports).

Apesar do comparativo com modalidades esportivas, Fonseca não as vê como concorrentes:

- Nosso esporte é muito inclusivo. Vamos pensar assim: na natação você precisa ser mais alto, não pode ser gordo, tem que ter um biotipo. Basquete tem que ser alto, braço comprido... O nosso tem gordinho, baixinho, alto, magro. Às vezes o cara é nadador, mas tem acesso fácil a e-Sports - opina.

O próximo salto neste mercado é buscar reconhecimento da modalidade no Ministério do Esporte. Entre outras coisas, isso permitiria a captação de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.

Mas por que os games passaram a ser tratados como esporte? O argumento dos defensores é de não se tratam de jogos sorte, mas de habilidade, coordenação motora, preparo mental... Além disso, há paixão, torcida e outros aspectos semelhantes em outras modalidades.

- Se as pessoas conhecessem melhor, verificariam que a profissionalização dos e-Sports caminha a passos largos. Hoje, em termos de profissionalização, o segmento já evolui tranquilamente para ser o segundo esporte mais bem organizado do país. E, se tudo certo, o segundo esporte melhor remunerado e de maior sucesso no Brasil - explica André Sicca, advogado do escritório CSMV, que presta serviços pra ABCDE.

Mas... e Neymar? Lembra que o craque foi citado no início desta reportagem? Além de um frequente praticante de Counter Strike, jogo de tiro em primeira pessoa, o atacante estaria disposto a comprar um clube de League of Legends, game mais popular da atualidade.

Definitivamente, a brincadeira ficou séria!