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Como os seguranças do Palmeiras evitaram confusão maior em Montevidéu

REUTERS/Andres Stapff
Imagem: REUTERS/Andres Stapff

27/04/2017 07h00

Normalmente, o Palmeiras viaja com cerca de cinco seguranças quando joga fora de casa. Mas depois do clima tenso no confronto com o Peñarol (URU) no Allianz Parque, o efetivo foi bem maior no Uruguai: eram 14 os seguranças com a delegação. A decisão acabou sendo decisiva para evitar que ocorresse algo citado, como citado por Alexandre Mattos e Maurício Galiotte.

Prevendo um ambiente hostil, de guerra, realmente, o Verdão foi precavido na ida a Montevidéu. Quando acabou a partida e os jogadores uruguaios partiram para cima dos brasileiros, especialmente Felipe Melo, os seguranças que estavam perto dos vestiários tentaram ir a campo para defendê-los, mas a porta de acesso estava fechada, com um funcionário do Peñarol ainda os atrapalhando - Prass, por exemplo, acredita que o ataque estava premeditado. Após tirar o uruguaio do caminho, o próximo passo foi forçar a porta para ajudar os atletas, até então presos no campo do adversário.

Além de evitar mais agressões dentro do gramado e escoltar o elenco na saída dele, os seguranças fizeram um cordão para afastar os jogadores dos dois times e deixar o Palmeiras seguir ao seu vestiário. Até Eduardo Baptista estava bastante exaltado no trajeto para a parte interna do estádio. Alguns jogadores apresentavam marcas do confronto, como Willian, que estava com o rosto arranhado. Ainda houve troca de xingamentos e algumas provocações dos palmeirenses, vencedores do duelo de virada. Michel Bastos, no fim do confronto, teve de ser contido após se irritar com as ofensas dos uruguaios.

"O Egídio me relatou ali que tinha jornalista do Uruguai pegando negócio para bater. Segurança com boca inchada, Willian e Prass machucados, um jornalista deu no Egídio. Felizmente o Palmeiras teve a lucidez de se proteger, senão a tragédia seria muito pior aqui hoje", afirmou o diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos.

Depois de um paredão humano feito pelos funcionários do Verdão para evitar invasões no vestiário, cada time seguiu para um lado e o clima se tranquilizou. Ainda assim, seguranças do estádio continuaram no local e inclusive demoraram a liberar a entrada da imprensa no local para a entrevista coletiva de Eduardo Baptista.

Todos que falaram após o jogo, diretores e jogadores elogiaram o trabalho dos seguranças, dizendo que se não fosse por eles o pior teria acontecido. Antes de deixar o estádio Campeón del Siglo, o gerente de futebol Cícero Souza ainda fez questão de cumprimentar os funcionários.

"O presidente o Peñarol conversou comigo, o pessoal da Conmebol, que os portões foram fechados por questão de segurança. Mas os jogadores iam morrer lá dentro, virou campo de guerra! Esperamos que a Conmebol seja mais rigorosa, que tenha policiamento", completou o presidente Maurício Galiotte.