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Absolvido em 2016, Fagner tem motivos para crer que jogará final na Arena

Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

03/05/2017 08h25

O Corinthians está preocupado com a possibilidade de não poder contar com Fagner na finalíssima do Paulista, domingo, contra a Ponte Preta, em Itaquera. O lateral foi julgado nesta terça-feira pelo Tribunal de Justiça Desportiva por joelhada em Cueva e condenado a um jogo de gancho, enquanto o meia são-paulino recebeu apenas uma advertência. Porém, um caso recente envolvendo o próprio lateral alvinegro dá motivo para a Fiel confiar que ele jogará a decisão.

Em agosto de 2016, na vitória do Corinthians por 4 a 0 sobre o Flamengo, válida pela 13ª rodada do Brasileiro, Fagner deu uma entrada dura em Ederson. O meia sofreu uma grave lesão no joelho, precisou passar por cirurgia e ainda não retornou aos gramados - o lance ocorreu há nove meses. O árbitro Heber Roberto Lopes sequer assinalou a falta do corintiano. Tanto Fagner quanto Heber foram denunciados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O lateral foi enquadrado no artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (praticar jogada violenta) e pegou um jogo de suspensão, enquanto Heber foi incurso nos artigos 259 (deixar de observar as regras da modalidade) e 266 (deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida) e pegou 20 dias de gancho. Fagner cumpriria a pena na partida contra o Grêmio, mas ambos entraram com pedido de efeito suspensivo e foram atendidos pelo STJD. O julgamento do recurso absolveu tanto o jogador quanto o árbitro.

Desta vez, Fagner e Cueva foram enquadrados no artigo 250, resumido por "ato desleal ou hostil". O lance ocorreu no jogo de volta da semifinal do Paulistão, na Arena. Os jogadores se estranharam no início do segundo tempo. Cueva tentou desferir uma cabeçada e um tapa em Fagner, mas não o atingiu. O lateral alvinegro revidou com uma joelhada na parte posterior da coxa do são-paulino. O lance não foi citado pelo árbitro na súmula.

Porém, não é apenas o precedente do ano passado que dá esperança ao advogado do Corinthians, João Zanforlin. Ele afirmou que o resultado da votação (dois dos cinco votos pediam que Fagner e Cueva fossem apenas advertidos), o fato de o lance não ter sido citado na súmula - a denúncia se deu por meio das filmagens da partida - e o retrospecto de pedidos de efeito suspensivo acatados dão margem para acreditar que Fagner poderá jogar em Itaquera.

"Houve dúvida dos auditores, e ela sempre deve militar a favor do réu. Além disso, futebol não pode ficar sujeito a decisões que não ocorrem dentro do campo. A arbitragem tem a palavra máxima, e se Fagner não foi punido dentro de campo, não tem que ser punido fora. Se as imagens valerem, a Copa de 86 tem que ser anulada por causa do gol de mão do Maradona", disse Zanforlin.

De acordo com os especialistas em direito desportivo da Academia LANCE!, o fato de a pena ter sido branda - apenas um jogo - e a possibilidade de Fagner perder uma partida de grande importância como a final também contam a favor do Timão para que o pedido de efeito suspensivo seja acatado. Há, portanto, motivos para Corinthians e o técnico Fábio Carille ficarem otimistas.

Embora conte com boa vantagem na decisão por ter vencido o jogo de ida por 3 a 0 no Moisés Lucarelli, perder Fagner traria mais uma dor de cabeça para o técnico corintiano. Isso porque o Timão já não poderá contar com o meia Rodriguinho e o volante Gabriel, suspensos automaticamente por terem recebido o terceiro cartão amarelo em Campinas.