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Jô sonha com gol na final e confia no elenco do Corinthians contra euforia

04/05/2017 18h51

Os sete gols marcados até o momento no Campeonato Paulista ainda não deixaram o atacante Jô satisfeito. Principal goleador do Corinthians na competição, o camisa 7 ainda sonha com pelo menos mais um gol no segundo jogo das finais, neste domingo, contra a Ponte Preta. Caso a vantagem por 3 a 0 aberta no jogo de ida se confirme em Itaquera, Jô será campeão estadual pela segunda vez com a camisa do Timão - a primeira com participação direta, porém, já que em 2003, sob o comando de Geninho, ele só viu do banco.

- Sempre sonhamos, imaginamos o momento do gol. Não sei como vai terminar a partida e nosso objetivo é ser campeão, mas fico imaginando, sonhando, correndo para a galera. A gente fica idealizando - diz o experiente jogador, otimista pela taça logo no início de sua segunda passagem pelo Timão.

- Se conseguimos o objetivo será muito bom para mim. Desde que surgi no Corinthians não joguei em 2003, só participei do grupo, então não considero como título. Agora tenho uma coisa bem possível e fico muito contente por marcar minha volta. Ano passado tive seis meses difíceis, é complicado ficar sem clube, mas o Corinthians abriu as portas e eu mostrei que tenho lenha para queimar, não estou satisfeito com o que fiz até agora. Me sinto muito feliz pelo que estou apresentando.

Jô foi revelado nas categorias de base do Corinthians em 2003, mas ficou apena dois anos atuando entre os profissionais antes de ser vendido ao futebol europeu. Após 12 temporadas, ele teve o retorno anunciado em novembro do ano passado, quando ficou apenas treinando no CT Joaquim Grava. Treinando e observando de perto os fracassos da equipe no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Motivos suficientes para ele acreditar que o grupo não irá menosprezar a Ponte Preta nas finais do Paulistão.

- Você construir um placar de 3 a 0 numa final deixa o ambiente mais leve, você vê muita descontração. Mas eu e os jogadores experientes trabalham no psicológico, falar que sempre tem um objetivo, um jogo após o outro. Tem que jogar bem diante da nossa torcida. Ninguém quer ser derrotado no jogo do título, por exemplo. Queremos fazer um bom jogo, se possível ganhar, e mostrar à torcida que temos muito a crescer. Esse grupo não vai deixar essa peteca cair. Eu me sinto privilegiado de trabalhar com este grupo, que recebeu críticas pelo que passou em 2016.

VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA COLETIVA DE JÔ NESTA QUINTA-FEIRA:

OTIMISMO POR FAGNER

"A gente tem confiança, acredita que isso aconteça até sábado, que ele possa conseguir o efeito suspensivo. Ele é um jogador que ajuda muito, de Seleção Brasileira. Caso ele não possa tem o Léo, um menino que está crescendo bastante. Mas confiamos em ter o Fagner".

JOGA PARA O TIME

"É uma das minhas características. Eu nunca fui centroavante, comecei como ponta, sempre pelos lados. Virei centroavante mesmo na Inglaterra. Realmente não sou um goleador nato, como foram Romário, Ronaldo, como é o Fred, que têm faro de enorme, mas procuro me movimentar, sair para os lados, fazendo gols necessários. Não consigo ficar preso muito tempo esperando uma chance, procuro correr e fazer o melhor para o time".

CRAQUE DO PAULISTÃO?

"Deixo para o pessoal que tem que escolher, votar. Eu escolheria o grupo todo, é muito difícil (risos). A humildade é a essência do ser humano. Mas se eu puder ganhar fico feliz".

MUDANÇA FORA DE CAMPO

"Rápido não foi, é um processo bem longo e complicado, em que você passa por situações que precisa provar o que quer se tornar. A alegria é grande dos meus familiares por me ter como referência, mas é uma caminhada longa, só eu sei quantas vezes chorei sozinho. Mas graças a Deus superei isso e posso dar alegrias à minha família e ao Corinthians".

COM QUEM COMEMORAR O TÍTULO?

"Se eu pudesse agora dar um abraço em Deus eu daria e agradeceria por tudo. Mas como isso não é possível e nosso objetivo for alcançado será na minha esposa, que me atura há 11 anos, e no meu filho, são pessoas do meu dia a dia, pessoas maravilhosas com quem quero compartilhar esse momento".

GABRIEL E RODRIGUINHO FORA DA FOTO DO TÍTULO

"Complicado, eu nunca passei por isso. Imagino a ansiedade que vão passar durante os 90 minutos, não sei se eles vão poder estar naquela foto que todo time faz. Mas deveria, porque eles tiveram uma colaboração grande".

DISCURSO DE TORCEDOR NA PRELEÇÃO

"Antes de ser jogador profissional eu ia para os jogos, estava na arquibancada, às vezes na Gaviões, então eu sei o que o torcedor passa. E também sei o que é jogar, passei por momentos bons e ruins e sei o que representa essa camisa. Tenho passado para alguns mais jovens o que é o Corinthians, passei um pouco de emoção e acho que consegui passar aos jogadores e todo mundo que viu depois, foi muito emocionante. Mas é aquela coisa: Corinthians é muito grande e muito diferente".

MELHOR MOMENTO DESDE 2013

"2013 foi especial mesmo, fui campeão da Libertadores e cheguei à Seleção. Mas hoje é um momento mágico, porque vivo uma outra vida, uma referência como pessoa e jogando me sinto mais leve, não me sinto tão sobrecarregado, a forma física atingiu o ideal. Sem dúvida é um dos meus melhores momentos".

ATUAÇÃO FORA DE CAMPO

"Minha vinda no fim do ano me fez enxergar algumas coisas no elenco, então procurei passar quais foram as dificuldades do ano passado, algumas faltas de atitude, perdiam confiança muito rápido. Procurei resgatar a raça do Corinthians, atitude, de dar carrinho, de marcar, de correr. O Fábio também foi feliz em colocar isso na cabeça de alguns jogadores, psicológico é fundamental também".

1977

"Da minha família ninguém esteve presente, mas todos comemoraram aquele título. Conheço a história por reportagens, pela TV, é uma história emocionante, porque era um jejum muito grande de títulos e sabemos como é bom ganhar títulos pelo Corinthians. É uma história bonita, bacana, mas agora queremos fazer nossa história, temos a oportunidade de construir a nossa".

DESVANTAGEM DO LADO DA PONTE

"Já passei por situações de conseguir reverter e algumas difíceis, no caso da Libertadores com o Galo, que sempre tomávamos 2 a 0 fora e revertíamos em casa. A motivação é muito grande. Não sei se é esse o modo de trabalhar do Kleina, mas vai mostrar viradas históricas, que tudo é possível. Aqui temos exemplos que se houver dedicação e bom futebol podemos conseguir o título. Mas tenho certeza que lá eles vão buscar se não o título, pelo menos vencer".

ARTILHARIA DO CORINTHIANS NO ANO

"Sempre deixei claro que o mais importante é ajudar o Corinthians. O Rodriguinho vive um momento bom, nos ajuda bastante, mas eu sou cobrado por fazer gols em clássicos, e a Ponte virou um clássico também. Estou focado no meu trabalho, no que tenho que fazer e no mais importante, que é conquistar um título".