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Dor e a delícia do primeiro título! L! debate consequências de conquistas para 'nova geração' de técnicos

09/05/2017 12h48

Passado o período dos Campeonatos Estaduais, os jovens treinadores que saborearam pela primeira vez conquistas como título agora se preparam para novos desafios no segundo semestre. Com mais confiança, nomes como Zé Ricardo, Fábio Carille, Roger Machado e Beto Campos tentam mostrar que têm condições de se aprumar de vez nas suas respectivas trajetórias.

A poucos dias do Brasileirão começar, o LANCE! ouviu jornalistas, treinadores e ex-treinadores sobre o valor desta "nova geração" de campeões e apontar qual panorama eles encararão a partir de agora.

CARLOS ALBERTO PARREIRA

Treinador da Seleção Brasileira na conquista da Copa de 1994

Assim como no empresarial e no meio cultural, no meio esportivo todos são avaliados apenas pelo êxito. No esporte, contam títulos, medalhas... Não há dúvidas de que estas conquistas cristalizam o trabalho de treinadores que já vinham em um processo de maturação, e eles ganham outro patamar com um título no futebol. ainda mais por um Flamengo, um Corinthians!

Agora, nada aconteceu de uma hora para outra. Antes de chegar ao Atlético-MG, o Roger Machado vinha de um trabalho de dois anos no Grêmio. O Fábio Carille trabalhou por muito tempo no Tite, conhecia bem o Corinthians, assim como o Zé Ricardo conhecia o Flamengo, e recebeu confiança após a boa campanha no Brasileirão.

Certamente, o título dará mais crédito para que estes treinadores tenham uma sequência maior. Haverá mais paciência da diretoria e da torcida. Porém, a gente vê que a estabilidade não é algo concreto no trabalho de um técnico. Tudo ainda é feito com muita paixão, e com pouca racionalidade.

Torço para esta nova geração, este "respiro" de gente nova e competente que vemos. Cada um traz muita aprendizagem e vai acrescentar bastante no futebol.

ZICO

Treinador, ex-jogador e coordenador técnico da Seleção Brasileira na Copa de 1998

Um título será importante em vários aspectos para estes treinadores. Eles ganharão moral com a torcida e a diretoria, respeito no cenário de futebol, confiança e também bastante visibilidade.

Tudo o que um profissional precisa para seguir em frente, tentando mostrar suas ideias e seus conhecimentos.

SEBASTIÃO LAZARONI

Treinador da Seleção Brasileira campeã da Copa América de 1989

Um título nesta altura da carreira marca positivamente um início de trabalho de um treinador. Graças a ele, o técnico mostra sua capacidade de se sobressair no esporte.

Esta nova geração mostra um desejo de preservar a escola brasileira de técnicos, a partir do legado que as gerações anteriores deixaram. Os atuais campeões ganham força na vida de treinador, que é muito desafiadora, pela responsabilidade de dar equilíbrio a uma equipe.

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO

Colunista do LANCE!

Mesmo com o título estadual, Zé Ricardo continuará a ser muito cobrado no Flamengo, especialmente no tocante às participações da equipe na Libertadores e no Brasileirão. Agora, não há dúvidas de que ele é uma realidade, melhor do que Muricy Ramalho.

Roger Machado também é uma realidade, e já havia provado isto ano passado. Já o caso de Fábio Carille é um pouco diferente. Tem um elenco mais limitado no Corinthians é mais limitado, e surge como uma promessa, que ganha fôlego com o Estadual, com seu jeito muito estudioso, trabalhador e competente. Este trio é o melhor nome, enquanto Eduardo Baptista, que não vingou no Palmeiras, sai marcado e chamuscado.

EDUARDO MANSELL

Editor do LANCE!

Bom, paciência dos torcedores e estabilidade é algo que nem os medalhões conseguem, portanto, isso nem mesmo eles almejam. Creio que você dá mais legitimidade a um trabalho. O Zé levou o Flamengo a uma Libertadores, ganhou o Estadual, está bem nas competições que disputa. O Roger Machado também tem boa experiência.

O Fábio Carille acho que ainda vai precisar provar mais coisas. O Paulistão foi perfeito, mas o time fracassou na Copa do Brasil e se não for bem no Brasileiro, vai acabar sobrando para ele.