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Everton não se intimida com concorrência e revela mentor no Flamengo

Gilvan de Souza/ Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

09/05/2017 07h00

Apelidado de motorzinho do Flamengo, o meia Everton vive um momento especial no Rubro-Negro. Mesmo num elenco cheio de jogadores renomados, o camisa 22 conquistou seu espaço e, atualmente, é uma das principais armas no esquema de Zé Ricardo. Em entrevista ao LANCE!, ele não demonstrou vaidade ao falar sobre a luta para se manter na equipe. Em breve, Ederson e Conca estarão à disposição, acirrando ainda mais a concorrência pelas vagas no setor ofensivo, que ainda pode ter a chegada do xará Everton Ribeiro no segundo semestre.

"Espero que possa entrar neste time dos sonhos quando chegarem mais contratações (risos). Sei da minha importância para o time. Sou identificado com todos no clube, sinto-me em casa e tranquilo, sei que a competição na frente é muito grande, temos grandes jogadores", comenta o atleta, que considera-se um grande jogador e não se mostra intimidado pela competição.

"Não é à toa que estou vestindo uma das maiores camisas do Brasil, senão a maior. Ninguém vai jogar no Flamengo quatro ou cinco temporadas se não tiver qualidade. É um time de pressão enorme, muito grande, tenho certeza de que também tenho uma capacidade grande", lembra.

Everton teve papel importante na conquista do título Carioca, marcando o gol da vitória no primeiro jogo da decisão. Agora, ele vislumbra outras taças, sendo uma delas especial.

"Saiu um peso grande começar o ano ganhando um título, é importante, dá tranquilidade. Temos um elenco grande, que nos dá condição de conquistar outros títulos. O Flamengo está no caminho certo. A Libertadores é um sonho nosso e do torcedor. Há muito tempo que o Flamengo não ganha (1981). Vamos lutar por este título também", afirma.

MENTOR AJUDA NO DIA A DIA

Identificado com o Flamengo, Everton já tem 213 jogos somados em duas passagens pelo clube. Hoje aos 28 anos, ele sonha um dia ser lembrado pela torcida, quando encerrar a carreira, assim como o gerente de futebol Mozer, que é uma espécie de mentor.

"Quando parar, quero olhar para trás e ver que fui bem no Flamengo. Tenho certeza de que ainda virá um grande título para coroar isso tudo. É legal ficar marcado na história do clube. Hoje, olho o Mozer, que é um exemplo para todos nós (jogadores), conquistou tudo no Flamengo. Ele sempre me fala: 'Podem passar anos e anos que você estará na história...'. Tenho este exemplo. Ele fica nos ajudando, dando confiança. É um vencedor, é bom estar perto dessas pessoas", conta.

CAMPEÃO TAMBÉM NO VIDEOGAME

No início do ano, Everton ganhou um curto torneio amador de um game de futebol disputado entre os jogadores do Flamengo. A brincadeira é um hobby do jogador nos momentos de lazer, mas ele diz que não chega a ser um craque com o controle.

"Eu até jogo, mas não sou muito bom, é que os caras são muito ruins mesmo (risos), entre os ruins consegui me destacar. Fui campeão, mas não sou um grande jogador, sei uma coisinha ou outra", conta, com bom humor.

MEIA AGRADECE POR CONFIANÇA EM MOMENTO DE ESPECULAÇÕES

Everton renovou contrato com o Flamengo recentemente e ampliou seu vínculo com o clube até 2019. No entanto, no ano passado, houve especulações de que ele poderia reforçar clubes de São Paulo, como Corinthians e Palmeiras. Hoje, ele agradece ao Rubro-Negro por ter permanecido.

"Em 2015, teve uma proposta da China, chegou forte, mas o Flamengo viu que não era hora de me vender. No passado, também houve especulação forte de dois clubes do país, deve ter chegado algo, mas o Flamengo decidiu pela minha permanência. O clube confiou em mim quando eu estava machucado. Fiquei muito feliz do Flamengo falar: 'Everton, você é importante, quero que você fique'. Teve, sim (propostas), mas felizmente eu fiquei", lembra.

BATE-BOLA COM ÉVERTON, MEIA DO FLAMENGO:

Como encara o apelido de motorzinho?
É engraçado. No Atlético-PR, eu também tinha este apelido. Fico feliz. Ali na frente você tem que movimentar muito. Se você ficar só aberto na esquerda, não joga, o lateral marca bem. É legal, motorzinho pode ficar também pro Márcio Araújo, que está jogando muito. Ele rouba a bola com muita facilidade também no treino.

Sonha em chegar à Seleção Brasileira?
Penso primeiro aqui no Flamengo. Se conquistarmos títulos, vão acabar olhando para o Flamengo, como já olharam. Diego, Arão e Muralha foram convocados. Se eu fizer as coisas bem aqui, uma hora ou outra vai pintar a oportunidade.

Sente-se em casa no Flamengo?
Sim, em casa. Já passei de tudo aqui no clube, porém foram mais momentos bons do que ruins, sou bem identificado com o Flamengo. Fico muito contente de vestir essa camisa e de ter renovado, tenho certeza de que será um ano especial para todos aqui

A torcida do Flamengo realmente faz a diferença? Dá para sentir em campo?
Faz a diferença total. A torcida do Flamengo é especial, apoia onde você vai jogar e no Maracanã a festa é total.

Você vem demonstrando um bom entrosamento com os peruanos Trauco e Guerrero. Por que as coisas estão dando tão certo?
Trauco foi uma surpresa, é um jogador de qualidade enorme. Ele joga de lateral ou meia, é inteligente, habilidoso e busca sempre o passe. O entrosamento com ele é fácil. Renê também fez uma partida muito contra o Fluminense. Guerrero é o melhor centroavante do Brasil, sem dúvidas. Segurar a bola como ele faz é difícil. Nós já sabemos disso, é fácil fazer o "um, dois" com ele. É um jogador que tem uma facilidade para dominar a bola no peito que ninguém tem, é um craque.

Para finalizar, qual recado gostaria de deixar para a torcida rubro-negra?
Acreditem no time como vem acreditando, nos apoiem. Eles estão de parabéns por tudo o que têm feito, tenho certeza de que vamos dar um grande título a eles.