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'Derrota do Brasil é necessária, havia bajulação excessiva'

09/06/2017 11h36

A invencibilidade da Seleção Brasileira sob o comando de Tite caiu por terra nesta sexta-feira. Com um gol de Mercado, a Argentina, sob o comando de Jorge Sampaoli, obteve o triunfo por 1 a 0, em amistoso realizado em Melbourne (AUS). Porém, o revés após oito triunfos em Eliminatórias não é visto como grande impacto aos olhos dos especialistas.

Campeão da Copa de 1970 com a Seleção Brasileira e colunista da "Folha de São Paulo", Tostão crê que a derrota seja válida tanto para Tite fazer avaliações na equipe quanto para frear a euforia dos torcedores e da imprensa:

- Havia uma bajulação excessiva em torno da Seleção Brasileira e em torno de Tite, e bem antes da realização da Copa do Mundo. O Brasil é uma ótima equipe, tecnicamente fez um bom jogo contra a Argentina, mas não conseguiu boas alternativas para repor as ausências de Neymar e do Marcelo. Ficou evidente a falta de um grande organizador, em especial porque Paulinho e Renato Augusto não estiveram em seus melhores dias.

O ex-jogador apontou alguns fatores sobre os quais o técnico da Seleção Brasileira deve refletir sobre o resultado:

- Tite tem de encontrar outras soluções para variar a postura de jogo da Seleção, como testou com a entrada de Douglas Costa hoje (sexta-feira), e incrementar a equipe ofensivamente. Porque o Brasil encarará adversários fortes, como esta Argentina, que precisava ganhar para dar confiança ao trabalho de Jorge Sampaoli.

Colunista do LANCE!, João Carlos Assumpção minimizou o resultado, mas também alertou para alguns erros da Seleção contra a Argentina:

- Uma hora a Seleção teria de perder, mas hoje deixou um pouco a desejar. O Brasil teve menos pegada na defesa, e a Argentina soube anular nossas principais jogadas. Além disto, a Seleção tem de aprender com Neymar, Tite será cobrado por isso. Mas, como vem de oito vitórias em Eliminatórias, tem crédito.

Aos seus olhos, o revés teve outro aspecto sobre a Seleção:

- Foi uma derrota necessária, especialmente para quem achava Tite invencível e incontestável. Vamos chegar mais fortes na Copa de 2018, mas a derrota deixa claro que outros adversários chegarão fortíssimos. A Argentina, sob comando de Jorge Sampaoli, é outra história. Eduardo Bauza, com todo respeito, foi um embuste.

Editor do LANCE!, Eduardo Mansell viu a derrota como mero detalhe no amistoso:

- O resultado no meu entender é até bom se projetarmos que chegar a um Mundial de forma invicta seria um peso para Tite. Fica a lição, porém, de um primeiro tempo em que a marcação argentino complicou nossa saída de bola. Mas também o alívio de que Tite lê bem os jogos e mudou muito a maneira na etapa final. O resultado acabou sendo detalhe.

Blogueiro do UOL e colunista da "Folha de São Paulo", Juca Kfouri ressaltou que Tite seguirá seu trabalho na Seleção Brasileira com um peso a menos:

- A derrota tem peso zero em campo. Mas tira 500 quilos das costas de Tite, por esta obrigação de ter uma invencibilidade no comando da Seleção Brasileira. Além disto, o Brasil perdeu em um amistoso, quando podia perder.