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Abel cobra união de técnicos e fala em paralisação do Brasileiro

Lucas Merçon/Fluminense FC/Divulgação
Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC/Divulgação

11/07/2017 18h04

As recentes demissões de técnicos no Brasil, como Eduardo Baptista, Vagner Mancini e Rogério Ceni, por exemplo, precisam ser respondidas com uma medida firme da classe de profissionais, afirmou Abel Braga nesta terça-feira. Questionado sobre o assunto, o comandante do Fluminense se posicionou de maneira veemente contra as demissões e falta de garantias aos técnicos.

Para Abel Braga, está na hora dos técnicos de mais nome se reunirem. O técnico do Flumiense se dispôs a realizar uma greve e até parar o Brasileiro.

"Uma única coisa pode ser feita: pressionar o governo e alertar a sociedade que treinador de futebol é uma profissão. Você é demitido e não recebe direitos trabalhistas. O clube pede a CBF para contratar outro clube e tudo bem. E você não recebeu nada", afirmou Abelão, antes de complementar:

"Quando eu, Mano (Menezes), Autuori, Tite, Carille, Mancini (Vagner), Dorival Júnior... Os caras grandes se reunirem e resolverem fazer uma greve, quem sabe. Jogador não faz greve? Eu não tenho esse direito? Tínhamos que parar o campeonato, temos que brigar pela classe, mas enquantos os cascudos não dizerem um basta isso (demissões) vai continuar a acontecer. É ridículo, mas ninguém para, ninguém grita "fora Fulano" para o dirigente que te contratou e demite dois meses depois. Quantos já foram esse ano? Isso não é motivo para discussão, é motivo para decisão", avaliou o experiente técnico e ex-jogador.

Em 12 rodadas disputadas do Campeonato Brasileiro, nove equipes já trocaram de treinador: Atlético-PR, Santos, Sport, Atlético-GO, Vitória, Bahia, São Paulo e Chapecoense. Abel Braga lembrou que a situação é ainda pior nas divisões inferiores do futebol brasileiro.

"Isso sem contar na Série C, D, que a gente nem sabe. Pessoal é demitido com quatro jogos. Você é demitido e ninguém te paga os direitos. No dia que me convocarem, eu vou fazer greve e suspenso a rodada. É minha classe. Estou com a minha vida estabelecida graças a essa profissão e quero ver tantos outros assim. Está na hora da gente ir para o pau. Estou disposto. Quero ver como ficam os patrocinadores, a imprensa, a torcida, Brasília sem uma rodada."