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Morre Chuck Blazer: colega de Ricardo Teixeira e delator no caso Fifa

Chuck Blazer morreu após uma longa batalha contra um câncer - Ali Haider/EFE
Chuck Blazer morreu após uma longa batalha contra um câncer Imagem: Ali Haider/EFE

13/07/2017 00h14

Morreu na noite desta quarta-feira aquele que foi um dos dirigentes mais influentes e controversos da história recente do futebol: Chuck Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf, que tinha 72 anos e foi também executivo da Fifa.

Blazer foi um dos cartolas que assumiram a culpa no maior caso de corrupção do futebol, o chamado FifaGate, que varreu a Concacaf e a Conmebol, com envolvimento de dirigentes brasileiros, segundo as investigações da Justiça dos Estados Unidos. A propina oriunda dos contratos das competições organizadas pelas entidades (Copa América, Copa Ouro, Libertadores...) rolou solta.

Blazer teve um papel fundamental na operação que prendeu, por exemplo, José Maria Marin e outros dirigentes e executivos do continente americano, porque passou a colaborar com as autoridades, seja delatando ou até mesmo gravando conversas.

Nos bastidores, Blazer tinha o sugestivo apelido de Mr. 10%, em alusão às comissões recebidas nos contratos firmados.

Charles Gordon Blazer, o Chuck Blazer, foi secretário-geral da Concacaf, confederação que abrange as Américas Central e do Norte, por 21 anos. Na Fifa, ele ocupou uma das cadeiras do extinto Comitê Executivo por 17 anos.

Pela influência no futebol mundial, tinha conexões no Brasil, mais especificamente com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, que também era do Comitê Executivo da Fifa. Teixeira, por exemplo, incluiu Chuck Blazer como um dos passageiros autorizados a voar no avião da CBF, que passava muito por Boca Ratón, na Flórida.

No Carnaval de 2009, Chuck Blazer curtiu um camarote na Sapucaí ao lado da esposa de Ricardo Teixeira, Ana Carolina Wigand.

Chuck Blazer terminou a vida banido de qualquer atividade relacionada ao futebol. A pena foi imposta pelo Comitê de Ética da Fifa, em 2015, logo após a revelação do esquema de corrupção envolvendo os dirigentes da Concacaf e Conmebol. Antes, em 2013, ele chegou a pegar uma suspensão de 90 dias.

Ele teria recebido propina, inclusive, para apoiar a África do Sul como sede do Mundial de 2010, entre outros casos.

Em nota publicada na noite desta quarta para confirmar a morte do ex-dirigente, os advogados dele, Eric Corngold e Mary Mulligan, ressaltaram que os erros de conduta dele, "pelos quais assumiu total responsabilidade, não devem obscurecer o impacto positivo de Chuck no futebol internacional".

De fato, Blazer teve papel importante na popularização do esporte nos Estados Unidos, inclusive no fato de o país ter recebido a Copa do Mundo de 1994. "Chuck sentiu profundo arrependimento por suas ações", pontuaram os advogados.