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2.850 metros de altitude: Comissão técnico do Flu detalha desafios em Quito

Técnico Abel Braga dirige Fluminense contra a Universidad - Lucas Merçon/Fluminense
Técnico Abel Braga dirige Fluminense contra a Universidad Imagem: Lucas Merçon/Fluminense

25/07/2017 06h00

A Universidad Católica-EQU não será o único adversário do Fluminense na quarta-feira, às 19h15, em jogo que vale a classificação para as oitavas de final da Copa Sul-Americana. O Tricolor, que venceu no jogo de ida o rival por 4 a 0 no Maracanã, terá que superar os 2.850 metros de altitude de Quito para seguir vivo na competição. Os efeitos dos milhares de metros acima do nível do mar preocupam a comissão técnica do Flu, que embarcou na manhã desta segunda para a cidade equatoriana.

- Jogar com vantagem ajuda perfeitamente. A necessidade de construção do placar faz com que a exigência de alta intensidade seja maior, conforme nossas análises por GPS. Ter uma vantagem no placar é um fator que nos dá mais tranquilidade, pois acreditamos que os problemas sejam menores no dia do jogo - afirmou Juliano Spineti, fisiologista do Flu, que exemplificou os desafios que o time de Abel Braga terá pela frente:

- 2.800 metros já é considerada alta altitude. Em decorrência disso a densidade de pressão atmosférica é menor e consequentemente a oferta de oxigênio também, cerca de 28% a menos do que ao nível do mar. Isso obviamente acarreta em modificação de performance. Há estudos que demonstram uma redução de 3 a 4% da distância total percorrida em times que não estão acostumados com essa altitude - relatou Juliano.

O fisiologista ressaltou que a ideia inicial - impossibilitada pelo regulamento da competição, definido pela CONMEBOL - era que a delegação chegasse em Quito no dia da partida para evitar a possibilidade de contração da "doença da altitude", que são alguns sintomas que ocorrem nas primeiras horas no ambiente de maior altitude, como a cefaleia, tontura e falta de ar. Contudo, chegar em Quito dias antes do duelo tem seu lado positivo, como relatou o preparador físico Manoel Santos.

- Ressalto a importância de termos pelo menos um treino na altitude, para analisar a velocidade de bola e a possibilidade de pequena falta de ar ou não. Isso já gera uma adaptação para a partida de quarta-feira. Não há muito o que fazer em relação a preparação, tendo em vista o calendário super apertado que temos, já que jogamos no domingo e viajamos nesta segunda, a não ser ter uma adaptação de pré-jogo na altitude. Sono, hidratação e alimentação, recomendações básicas, vão seguir normalmente - concluiu o preparador físico.

Nesta terça-feira, às 18h15 (de Brasília), o Fluminense faz um treino de reconhecimento no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito. Como venceu a partida de ida por 4 a 0, o time de Abel Braga pode perder por até três gols de diferença que seguirá avançando para as oitavas de final da Sul-Americana.