Justiça autoriza Bruno a dar aulas de futebol do lado de fora do presídio
O ex-goleiro Bruno poderá trabalhar do lado de fora da cadeia. Nesta quinta-feira, uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais da cidade o autorizou a ter uma atividade em uma organização da sociedade civil, em Varginha, no Sul de Minas Gerais. O local, que é de utilidade pública, visa à inclusão e ressocialização de presos.
Segundo informações divulgadas no "Estado de Minas", Bruno trabalhará externamente no Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap), dando aulas de futebol para crianças e adolescentes assistidos pela entidade. No local, ele não está apto a ter acesso à área externa ou a pessoas estranhas à organização. No Nucap, ele não poderá ter acesso à área externa ou a pessoas estranhas à organização, salvo familiares.
De acordo com determinação judicial, o reeducando será buscado por representante da instituição no pátio da unidade prisional. Bruno não terá qualquer visualização ou contato com o mundo externo.
Além de contribuir para a ressocialização de Bruno Fernandes das Dores de Souza, a autorização para um trabalho no Nucap pode ser crucial para o futuro do ex-goleiro. A rotina assídua dando aulas de futebol contará para a remição de sua sentença. Cerca de 60 crianças e adolescentes, filhas de condenados, são assistidas pelo núcleo.
O CASO BRUNO
Preso desde 7 de julho de 2010, sob acusação de de envolvimento no desaparecimento da modelo Eliza Samudio, Bruno foi julgado em 8 de março de 2013. O goleiro recebeu a pena de 22 anos e três meses de prisão por sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da modelo. Além disto, foi configurado sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, de quem não tinha reconhecido a paternidade.
Mesmo sendo condenado, Bruno estava preso enquanto aguardava o julgamento do recurso da defesa ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Porém, em fevereiro de 2017, o ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, determinou sua soltura.
Após deixar a cadeia, o goleiro foi contratado pelo Boa Esporte, em acerto que rendeu a fuga de patrocinadores do clube. Sua trajetória durou cinco partidas no Hexagonal Final do Módulo II do Campeonato Mineiro. Porém, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal a revogação do habeas corpus.
O STF, por três votos a um, exigiu que Bruno voltasse imediatamente para a cadeia. Atualmente, ele cumpre pena em Varginha, conforme autorizado pelo TJ-MG.
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