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Cenário eleitoral do Corinthians já se agita: conheça as ideias e campanhas

28/09/2017 07h05

Em pouco mais de cinco meses o Corinthians terá um novo presidente e uma nova diretoria para os próximos três anos. A indefinição do cenário eleitoral após o fim do mandato de Roberto de Andrade e a dissidência do grupo que elegeu os três últimos mandatários já começa a agitar a política do clube, com tentativas de alianças, lançamento de pré-candidaturas, discussões e propostas na mesa. O LANCE! conversou com representantes dos cinco grupos que manifestaram a ideia de ter candidatos à presidência em fevereiro de 2018.

Além de Antonio Roque Citadini, Osmar Stábile e Romeu Tuma Júnior, o movimento político Corinthians Grande e a situação, mesmo que ainda não tenha oficializado a provável candidatura de Andrés Sanchez, já se articulam para o ano que vem. Ao mesmo tempo, buscam apoio do maior número possível de candidatos ao Conselho Deliberativo e já divulgam ideias, com criação de sites e presença no dia a dia do Parque São Jorge, sede do clube.

Confira um levantamento sobre as movimentações eleitorais no Timão:

1. Antonio Roque Citadini e a chapa "Corinthians + Forte"

Vice-presidente de futebol do Corinthians entre 2001 e 2004 obteve 43% dos votos nas eleições presidenciais de 2015 e planeja se lançar novamente ao pleito em 2018. Lançou um site da chapa nos últimos dias em que consta um plano de ação com ideias gerais para o clube, que levarão à elaboração de propostas. O plano abrange temas como clube social, esportes olímpicos, futebol e Arena Corinthians.

- Neste momento estão se formando muitas chapas de candidatos ao Conselho, discussão de um lado a outro, é um processo novo, não se sabe como vai acontecer, e alguns candidatos estão se movimentando. É o que estou fazendo. Tenho feito o que todo mundo faz: reuniões com grupos pequenos, médios e maiores. O trabalho agora é organizar. Tem vários candidatos, mas boa parte dos candidatos é de gente da situação - diz Citadini.

As reuniões já renderam apoios que o pré-candidato considera importantes, como do ator Alexandre Frota, que jogou futebol americano pelo Corinthians.

2. Osmar Stábile e a chapa "Gestão Moderna e Participativa"

Vice-presidente de esportes terrestres do Corinthians na gestão Alberto Dualib obteve 4% dos votos nas eleições presidenciais de 2007, vencidas por Andrés Sanchez, e planeja se lançar novamente ao pleito após 11 anos. Tem divulgado vídeos e planos de ação por meio das redes sociais com o slogan "stabilize", em referência a seu nome. Ainda não tem site ou mídias sociais no ar e admite entrar em acordo com outras chapas para as eleições de fevereiro.

- Estamos negociando com as correntes políticas. Acredito que em pouco tempo vamos definir. Vamos ver se conseguimos unir as forças em uma chapa só, pois entendo que como gestor sou mais experiente que os demais e penso que o Corinthians precisa de um grande gestor. Meu grupo está conversando com outros grupos e minha esperança é que todos possam vir comigo - diz Stábile.

Em 21 de outubro, Stábile planeja lançar sua chapa definitivamente.

3. Romeu Tuma Júnior e a chapa "Democracia Corinthiana Participativa"

Vice-presidente de futebol do Corinthians entre 1994 e 1995, foi deputado estadual de São Paulo e planeja se lançar como candidato à presidência do clube pela primeira vez em 2018. Tem no ar um site de sua campanha em que lançou compromissos do plano de gestão, em áreas como gestão financeira, resgate de credibilidade do clube, marketing, reforma estatutária, futebol e Arena. Ainda há propostas na mesa, como a criação de um Centro de Integração e Formação de Atletas com Cidadania e a Prefeitura no Parque São Jorge, por exemplo.

- A candidatura não é algo personificado, são ideias de pessoas e grupos diferentes, tanto que nossas propostas estão disponibilizadas, mas serão abertas às sugestões e ideias. O sócio precisa ter voz e o clube precisa de comando, não de autoritarismo. Conversamos com outras chapas, mas não houve intenção de reunir e, como tenho apoio, decidi me lançar. Comecei com isso e vou até o fim - diz Tuma, que tem apoio de figuras como Ilmar Schiavenato, o cantor Lobão e o ex-jogador Wladimir.

Atualmente conselheiro do Corinthians, Tuma foi à Justiça pedir o afastamento do presidente Roberto de Andrade e também a anulação da votação do Conselho Deliberativo que aprovou as contas de 2016 e o orçamento para 2017. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedido de liminar na última terça-feira.

4. "Movimento Corinthians Grande"

Grupo formado por figuras já conhecidas na política do Corinthians, mas dissidentes da chapa "Renovação & Transparência", que elegeu os últimos três presidentes. Nomes como Felipe Ezabella, Raul Corrêa, Sergio Alvarenga, Fernando Alba, Evandro Guimarães e Fausto Bittar Filho participam da elaboração de planos de governo de uma chapa ainda não personificada em um candidato, mas que já tem no ar um site com editorial e página em redes sociais, além de estratégias de comunicação e assessoria de imprensa.

- Não dá para dizer que tudo o que foi feito nos últimos dez anos está errado, mas temos condição de mudar algumas coisas e explorar melhor nossas forças. Por isso criamos um projeto mais profissional e independente dentro de um clube com tradição personalista e centralizadora. No próximo dia 30 iniciaremos a elaboração de um documento com bases e propostas que serão disponibilizadas para o Corinthians independentemente de chapas. É uma política de conceitos, não de nomes - diz Fernando Alba, ex-diretor da base do Corinthians.

O movimento conta com uma parceria com a Universidade do Futebol, que é uma instituição especializada em disseminação de conhecimentos sobre o esporte. No fim deste mês haverá um seminário sobre negócios do futebol que marca a parceria e inicia um ciclo de debates para criação de propostas.

5. Situação e outros movimentos

O grupo político ao qual pertence o atual presidente, Roberto de Andrade, ainda não definiu um candidato às eleições de fevereiro de 2018. Porém, o nome mais provável é de Andrés Sanchez, presidente entre 2007 e 2011 e depois atuante na concepção do projeto da Arena Corinthians e superintendente de futebol no início do atual mandato. Andrés tem tido atuação no dia a dia do Parque São Jorge e nas redes sociais, mas não se manifestou como pré-candidato.

- Eu apoio o candidato do meu grupo. Até agora não está definido ainda, mas acredito que sim (Andrés irá se candidatar) - disse Roberto de Andrade na zona mista do estádio do Morumbi no último fim de semana.

A posição de Andrés Sanchez é decisiva para a configuração das chapas de oposição. Além disso, a figura de Paulo Garcia, candidato derrotado em quatro ocasiões (sendo uma como vice de Citadini), também é apontada internamente como um fator de peso nas eleições. Ele ainda não decidiu quem apoiará.

E AGORA?

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Os candidatos à presidência do Corinthians serão confirmados no prazo de 15 dias a partir da última publicação do edital de convocação da Assembléia Geral das eleições. No último pleito, ocorrido em fevereiro de 2015, isto foi na última semana de novembro de 2014, com um mês até o fechamento da lista de associados aptos a voto e três meses de campanha direta. O presidente eleito assume o cargo imediatamente após a eleição.