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Superação e nova fase: titular do Santos, Alison volta à segunda casa

12/10/2017 06h00

24 anos de idade. Joga no Santos desde os 12, metade de sua vida. Tudo que Alison queria em sua infância e adolescência era ser titular do time em que sempre jogou, mas sempre teve dificuldades para ter a tão sonhada sequência.

Em 2011, sua estreia como profissional, rompeu o ligamento do joelho. Depois, passou por outras três cirurgias no mesmo joelho, mas nunca deixou de brigar por uma vaga no elenco santista. Nesta temporada, recuperado de todas as lesões, viu as chances ficarem cada vez menores.

Sob o comando de Dorival Júnior, que contava com Renato, Thiago Maia, Yuri, Leandro Donizete e Léo Cittadini, veio a decisão de emprestar Alison para o Red Bull. Em Campinas, o volante conheceu outra realidade e outra casa.

- Eu vinha em uma situação difícil, não vinha sendo aproveitado. Sabia que seria difícil jogar e surgiu essa oportunidade do empréstimo. Vi que era uma oportunidade boa e resolvi ir. Era tudo muito novo porque nunca tinha saído do Santos. Foi a primeira vez que vesti outra camisa. Não sabia como seria e resolvi arriscar esse desafio. Foi bom para mim, para o amadurecimento, importante.

- Na minha passagem pelo Red Bull joguei bastante lá, é um estádio que conheço, não é um estádio que tem a qualidade como a da Vila, de gramado, como estamos acostumados. Mesmo que o gramado não esteja em boas condições, estamos preparados para mostrar um bom futebol - comenta sobre o Moisés Lucarelli, estádio em que retorna nesta quinta-feira, desta vez como titular do Santos, para encarar a Ponte Preta, às 17h, pela 28ª rodada do Brasileirão.

Acostumado a ser o cão de guarda da defesa, tanto que foi apelidado de Pitbull ou Cachorro Louco, o camisa 5 tem um estilo de jogo diferente desde que passou a ser titular com o técnico Levir Culpi.

A principal característica que vem chamando a atenção no volante santista é o chute de longa distância. Foi dele o gol da vitória sobre o Flamengo, no Pacaembu, de fora da área. No clássico contra o Corinthians, também vencido pelo Peixe, um chute de longe assustou o goleiro Cássio, que viu a bola passar raspando o travessão.

O amadurecimento também dentro de campo é consequência do tempo e, claro, dos aprendizados na busca por espaço.

- É normal na carreira de qualquer jogador. Com o passar do tempo a quantidade de jogos, as companhias, tudo isso te faz amadurecer. É normal passar por isso. Com o passar do tempo vai ganhando uma experiência e uma bagagem - relata.

Com contrato até o fim de 2018, o campeão da Copa São Paulo de 2013 será um dos próximos a renovar com o Santos até 2022.

BATE-BOLA COM ALISON, VOLANTE DO PEIXE:

Você procurou saber por que o Dorival Júnior não te dava muitas chances?

No futebol é assim mesmo. O treinador tem as opções e cada um tem sua preferência. O mais importante é saber respeitar. Claro que é complicado não jogar, mas o importante é ter cabeça boa e saber respeitar. Fui profissional e soube respeitar o momento. O ponto é esse. O Dorival tinha opções e eu respeitei.

Como você lidou com as lesões e com o empréstimo até ser titular hoje?

Desde 2011, quando sofri a primeira lesão, passei por muita coisa difícil. E fui amadurecendo como pessoa e profissional. Tenho uma cabeça boa e estou mais maduro. Sei que o momento ruim não dura para sempre. Futebol é assim. Quando está passando por um momento difícil, tem que seguir trabalhando porque no futebol as coisas mudam muito rápido. Eu não jogava e depois de dois meses, estava sendo titular na Libertadores.

Você chegou ao Santos ainda criança logo após a conquista do Brasileirão de 2004. Chegou a ter algum contato com aquele time?

?

O time era muito falado, mas não acompanhava de perto porque o meu treino era em São Vicente, na Ferroviária. Esse contato com o time profissional não tinha, era pela televisão.

Como foi quando conheceu Robinho e Renato?

São situações que o futebol nos proporciona. Quando somos mais novos, só vemos pela televisão e eu tive oportunidade de conhecer Robinho, Renato, Neymar, Ganso, Elano. Todos esses jogadores tive a felicidade de jogar. Pra minha carreira é importante.

Na Copinha de 2013 você era um dos líderes do time, pedia a palavra antes dos jogos e motivava os companheiros. Planeja colocar essa liderança em prática agora que tem uma sequência jogando?

A liderança é uma coisa natural. Hoje temos vários líderes, Ricardo Oliveira, Renato, David Braz, Vanderlei, Victor Ferraz. Eu sou mais um. Na Copinha pediam para eu dar uma acelerada na rapaziada. Por isso eu tomava a palavra. Acho que no profissional tem grandes líderes, o Ricardo é o principal. Estou tranquilo.