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Dirigentes blindam elenco e bancam Carille mesmo se Timão perder título

01/11/2017 12h56

Com o Corinthians em momento turbulento no Brasileirão e a quatro dias de enfrentar o Palmeiras, a diretoria alvinegra busca blindar o elenco. Nesta quarta-feira, por exemplo, em vez de algum jogador conceder entrevista coletiva, quem apareceu na sala de imprensa do CT Joaquim Grava foram o diretor de futebol Flávio Adauto e o gerente Alessandro Nunes. Na semana passada, o presidente Roberto de Andrade já havia dado entrevista coletiva ao lado de Jô após a reunião com líderes da maior torcida organizada do Timão.

Flávio Adauto e Alessandro Nunes elogiaram o comprometimento dos jogadores, apesar da queda de rendimento no segundo turno do Brasileirão. A dupla também negou problemas com "noitadas".

- Estamos satisfeitíssimos com o comportamento dos jogadores. Se alguma coisa tivesse sido detectada, iríamos resolver internamento. Mas não teve nenhuma ocorrência que prejudicou o time em campo. Vi que a chance de ganhar poderia houver um relaxamento, mas não identificamos nada. Foi uma queda natural. Também bateram tanto em negócios de salários. Agora 100% dos contratos do Corinthians são CLT. Desde que o Roberto assumiu, fez essa política. Seria esse um problema? Não é. Relacionamento? Gente do céu, não tem. Aconteceu uma queda natural, que espero que passe a partir de domingo - afirmou Adauto, que teve o coro reforçado por Alessandro.

- Quero reforçar o que o Flávio acabou de dizer quanto ao grupo. As palavras dele representam as minhas e de cada membro da comissão técnica, principalmente do presidente. Estamos satisfeitos com a disciplina dos atletas, com comprometimento ao clube - disse Alessandro.

Além de proteger o elenco, Adauto também bancou a permanência do técnico Fábio Carille para a próxima temporada mesmo se o Corinthians não for campeão brasileiro. Questionado se o treinador ficaria em 2018 independentemente do título, o diretor falou em projeto a longo prazo.

- Independentemente até da campanha, que é muito boa. Quando tomamos essa decisão, estávamos no Paulista. Conversávamos e ele falava para esperar, sem ter pressa. No Brasileiro, chegamos para reformar o contrato e depois conseguimos que ele topasse. Vou fazer até uma confidência. Ele falou "façam o contrato, coloquem os valores que vocês quiserem que eu assino". Mas esse desprendimento dele vem com a competência. Temos um projeto a longo prazo, faz parte do nosso dia a dia. Até outro dia era a maior revelação do Brasileiro, e agora alguns questionam. Mas sabemos da competência dele - afirmou Adauto.

- A crítica é importante ao profissional, traz acréscimo, aprendizado, é natural na vida de qualquer profissional no futebol. É praticamente impossível passar uma temporada sem críticas, e estamos no Corinthians. Ele está tendo um histórico tão importante que tenho certeza de que as críticas também serão importantes - acrescentou Alessandro.

Durante os cerca de 30 minutos de entrevista coletiva, Adauto e Alessandro ainda falaram sobre Fagner ter negado que Clayson cobrasse falta contra a Ponte, renovações com Pablo e Balbuena, além de arbitragem do Dérbi. Confira abaixo:

Como viram a "discussão" entre Clayson, Fagner e Jadson pela cobrança de falta? Acham que é reflexo da pressão?

?Adauto: Eu não estou vendo essa pressão, é muito mais externa do que interna. Acho bom essa discussão em campo, é uma coisa corriqueira, mas acontece tão pouco no Corinthians que fica até estranho. Foi um fato que passou, é positivo. Mas falar em pressão? Não vejo isso. A imprensa vai fazendo a parte dela, coloca quantos pontos de vantagem, mas isso não tem trazido desconforto a ninguém. Sempre estamos ao lado dos jogadores e não tem tido queixas. É um momento que o time precisa se reafirmar, mas com esses mesmos jogadores. Foram eles que colocaram o Corinthians nesta situação e agora tem de manter. Não vamos mudar o comportamento, não tem o que mudar. O que tem sido feito nos agrada muito.

Alessandro: Eu vejo como muito simples essa discussão para ver quem cobra falta. Me chama a atenção quando uma cobrança mais ríspida em um treino ou uma discussão em uma falta acontece e repercute. Isso tem de acontecer, isso é futebol, é natural. Fui jogador por mais de 15 anos. Tive desavenças com atletas e treinadores, mas essas coisas ficam ali. O jogo traz situações de cabeça quente, mas isso não nos impede de seguirmos juntos. Esse grupo é assim.

O Jadson tem recebido cobranças nas redes sociais após foto recente sem camisa. Ele realmente está mal fisicamente?

Alessandro: Eu acho engraçado alguns pontos que vocês se apegam para fazer uma avaliação técnica. Pode ser física, o cara não está comprometido e está indo para balada. No último ano falaram que o Jô estava isso ou aquilo por causa de uma foto também. Mas agora o Jô está do mesmo jeito ou está melhor só por causa dos gols? Nós fazemos uma avaliação diária e não podemos detectar um mau momento tecnicamente a um problema físico que não existe. Hoje em dia os atletas são muitos profissionais.

Adauto: Dois vídeos correm na internet. Um do Jô, que é de 2014 para 2015. Outro é do Arana, que é do próprio aniversário dele. São coisas velhas e não vejo razão para relembrar. Mas se não puder sair na folga e tomar uma cerveja, estão perdidos. Não pode relembrar a vida de cada um, acho isso até bobo. É muito ruim.

Como estão as conversas sobre contratos de Pablo e Balbuena e por reforços para 2018?

Alessandro: O Pablo falou recentemente que retomamos as conversas, estão em andamento. Com o Balbuena estamos no aguardo do agente vir a São Paulo. Estamos levando naturalmente, com processo bem tranquilo. Também tem situações sendo discutidas para 2018, estamos vendo.

Como receberam a notícia de que Anderson Daronco apitará o Dérbi?

Adauto: Eu respondi ontem por WhatsApp a alguns conselheiros. É um árbitro experiente, tem potencial, já mostrou ser muito competente, já errou em jogos do Corinthians e com outros times também. Sinceramente, espero que ele tenha uma grande arbitragem. Ficamos chateados quando é um árbitro mais novo, como no Rio de Janeiro, que não teve coragem de marcar um pênalti no último lance (contra o Botafogo).