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Valentim vive primeiro momento de crítica e 'fecha' com grupo por reação

11/11/2017 07h00

Após sofrer a segunda derrota seguida no Brasileiro e ter conquistado apenas um ponto em nove possíveis, Alberto Valentim passou a quebrar a cabeça para conseguir fazer o Palmeiras reagir. A primeira decisão do técnico, então, foi realizar uma demonstração pública de união entre elenco e comissão técnica no momento em que mais se ouve críticas ao time desde que ele assumiu.

A incomum entrevista de sexta contou com o comandante e os outros 27 jogadores que estavam disponíveis para o treino. A sugestão de falar com a imprensa junto do grupo ganhou força na diretoria também porque todos os atletas compraram a ideia e toparam participar. Assim, Alberto quis chamar a torcida para o seu lado enquanto o Verdão luta para ao menos permanecer no G4 - o time é o quarto colocado e está a três pontos do Botafogo.

- Em Salvador, depois do jogo, eu no meu quarto tive a ideia de trazer todos aqui, conversei com o presidente para que eles me dessem essa oportunidade (de mostrar) que estamos unidos, juntos para esse cinco jogos que restam nesse campeonato, para o objetivo principal que é o G-4. Tem um elemento muito importante que não está aqui hoje, é o nosso torcedor, elemento fundamental para esses cinco jogos. O que quero falar com isso? Quero dizer que precisamos muito dos nossos torcedores - afirmou o treinador.

Com 17 partidas à frente do time (nove vitórias, dois empates e seis derrotas) e em sua quinta passagem, Alberto tem pela primeira vez a chance real de ser efetivado. Sempre bem visto pela torcida, ele após a saída de Cuca conseguiu três vitórias seguidas e de quebra muitos elogios. Entre os palmeirenses e imprensa o discurso era quase unânime a favor de sua permanência enquanto a equipe se aproximava do Corinthians.

Mas bastaram as derrotas no Dérbi e diante do Vitória para que seu trabalho passasse a ser questionado, inclusive uma de suas inovações, o posicionamento da defesa mais avançado. Durante a entrevista, o técnico até respondeu ao corintiano Fábio Carille para dizer que a tática não é "suicida".

- O jogo em Salvador foi o pior de todas as vezes que comandei o Palmeiras. Nós jogamos um grande jogo contra o Corinthians, com todas as dificuldades que sabíamos que iríamos encontrar lá. Houve declarações até do treinador (Carille) dizendo que ganhou na nossa linha alta, mas ele tem que lembrar que fez um gol em impedimento - rebateu.

Internamente, Valentim está sendo avaliado para que no fim do ano a diretoria defina se irá mantê-lo como técnico em 2018 ou se buscará outro nome. A falta de opções no mercado joga a seu favor - Mano Menezes, o favorito de Alexandre Mattos, renovou com o Cruzeiro. Os jogadores, também, pois o pedido do elenco é pela continuidade do atual trabalho.

Os palmeirense adotaram o discurso de que agora, sem conseguir mais chegar ao título, restam cinco jogos para que o time termine no G4, e bem. Para Alberto, é também a chance de ratificar sua capacidade para ser o treinador na próxima temporada.

- São cinco jogos para a gente mudar essas opiniões de que o time não presta, não joga com raça, tem que vender esse ou aquele. Há uma semana, estávamos cinco pontos atrás do líder e em evolução, hoje esse questionamento - afirmou Edu Dracena.