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Final de 2017 ao contrário do começo: Jair na berlinda e pedidos de raça

12/11/2017 08h00

Uma curiosidade marca o fim do ano no Botafogo: o relacionamento da torcida com o time e com os jogadores. Foi uma volta de 360°. No último sábado, na derrota de 1 a 0 para o Atlético-PR, no Nilton Santos, mais um capítulo deste casamento abalado, a começar pelo principal lance do jogo: o erro de Gatito Fernández.

A falha do goleiro foi a terceira dele nas últimas cinco rodadas. Boa parte da torcida colocou na conta do goleiro o revés para o Fluminense, também em casa, no último fim de semana, e vê erro do arqueiro no gol do Corinthians, na vitória botafoguense de 2 a 1. Uma parcela - esta bem pequena - também aponta o camisa 1 como bem responsável pela quada na Libertadores, ao não evitar o gol de Lucas Barrios. A torcida que compareceu ao estádio não vaiou Gatito, mas nas redes sociais os botafoguenses pediram a volta de Jefferson.

É uma situação bem diferente da vivida no início do ano, quando ele era incontestável pela torcida. O auge, claro, foi contra o Olimpia, quando ele entrou ao longo do jogo, pegou três pênaltis e garantiu o time na fase de grupos da Libertadores.

Jair Ventura

Antes herói da torcida do Botafogo, por ter levado do Z4 do Brasileirão às quartas da Libertadores, o técnico Jair Ventura já não é mais unanimidade na torcida. Pelo contrário. Está mais para contestado do que apoiado. Comprou uma briga com os botafoguenses ao não lançar Leo Valencia por três jogos seguidos. Diante do Atlético-PR, voltou a escalar o chileno, após implorações dos torcedores e ser chamado de 'burro' pela primeira vez contra o Fluminense.

Pedidos de raça e vaias

O revés para o Furacão também contou com a torcida pedindo raça ao time, gritos de 'time sem vergonha' e vaias, sobretudo depois do jogo. Um cenário bem diferente daquele do início do ano. O time era uma referência no quesito entrega dentro de campo, mas o técnico Jair Ventura garante: isso não incomoda.

- Não chateia. A torcida tem todo o direito (de pedir raça). Quando se trabalha com time grande, com time gigante como o do Botafogo, está sempre sobre pressão. Prefiro ser cobrado por classificação à Libertadores do que para sair do rebaixamento. Quando eu cheguei, éramos 17º. Prefiro jogar com o apoio da minha torcida, provamos isso na Libertadores, na Copa do Brasil e no próprio Brasileiro - comentou o treinador, também explicando os gritos de 'sem vergonha'.

Defesa em fase ruim

Se no início do ano, o sistema defensivo era o ponto forte do Botafogo, o mesmo não pode ser dito nesta reta final de 2017. E não só pela falha de Gatito Fernández no gol do Atlético-PR. Nas últimas partidas, o Alvinegro sofreu gols em dez. Só passou em branco no empate em 0 a 0 contra o Atlético-MG. Neste período, o time de Jair Ventura sofreu 14 gols.

Meias em alta com a torcida

2017 começou com uma grande expectativa sobre o que o sistema de criação do Botafogo poderia fazer. Montillo e Camilo eram só alegria, mas ambos, cada um à sua maneira, deixaram a torcida frustrada. Algo bem diferente do que acontece agora. Marcos Vinícius, em fase espetacular, e Valencia, que foi um pedido não atendido da torcida nos últimos três jogos , estão com moral. O chileno, aliás, talvez tenha sido o melhor do Glorioso em campo contra o CAP. Originou dois bons lançamentos, chutou uma falta no fim e levou perigo à defesa rubro-negra.