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Lateral do Santos muda número para homenagear Abidal e recomeçar

Ricardo Saibun/Santos FC
Imagem: Ricardo Saibun/Santos FC

13/11/2017 06h00

Caju faz seu terceiro jogo seguido como titular do Santos nesta segunda-feira, às 20h, contra a Chapecoense, na Arena Condá, pela 34ª rodada do Brasileirão. E a titularidade dada por Elano representa para o lateral esquerdo mais do que uma simples chance e sim o recomeço do garoto de 22 anos no clube que lhe revelou.

No meio deste ano, Caju era dado como jogador do Lille, da França, assim como Thiago Maia. A pedido do técnico Marcelo Bielsa, o ex-camisa 3 do Peixe foi à Europa por empréstimo e seria comprado após realizar 12 partidas. Mas uma grave lesão muscular na coxa não permitiu com que o jovem baiano pudesse permanecer e então ele retornou ao Brasil.

Sem sucesso na nova empreitada, Caju decidiu buscar um recomeço na Vila Belmiro, já que não tinha sendo titular quando chamou a atenção de "Louco" Bielsa. O primeiro passo foi mudar de número. Saiu o lendário 3 das costas e entra o nada conhecido 22. O motivo: uma homenagem ao francês Éric Abidal.

"Ele é um ídolo para mim e pude vê-lo atuando com camisa do Barcelona, assim também como o Léo aqui no Santos, que é outro um ídolo. Através desses dois exemplos que pude buscar inspiração para me tornar lateral esquerdo. O Abidal também jogou no Lille e quando fui para a França já fui decidido a jogar com a 22 em homenagem a ele e cheguei a escolher meu número. O 22 era um dos únicos números disponíveis e já queria ter feito está homenagem pra ele lá na Europa e esperava conhecer ele por lá, para ver de perto um cara que venceu grandes dificuldades que a vida colocou no caminho dele. Então, sem duvidas ele e a história dele são para mim uma fonte de inspiração", diz Caju sobre o lateral que venceu o câncer no fígado.

No pouco tempo que passou na França (cerca de dois meses), o Menino da Vila de 22 anos pôde, mesmo sem treinar com o elenco, conversar com um dos técnicos mais polêmicos e inteligentes do mundo.

"Conversei algumas vezes com Bielsa, sim, fui muito bem recebido por ele tive oportunidade de vê-lo de perto e conhecer ele que é muito trabalhador e determinado", resume.

Promovido ao profissional do Santos em 2014, após a Copa São Paulo, Caju nunca se firmou como titular, apesar de ter tido chances com todos os técnicos do Santos no período. No total, soma 40 jogos e perdeu mais espaço enquanto Dorival Júnior esteve no comando. De 2015 até junho de 2017, Zeca era o dono da posição. Antes, este era Mena.

Partindo do princípio de Elano de que não gosta de improvisar jogadores fora de suas posições, Caju tem a chance de terminar o ano como titular do Alvinegro, já que concorre com Orinho, que ainda se alterna com o Santos B, e Jean Mota, meia de origem.

Se é ou não o sucessor de Zeca, Caju prefere não pensar nisso agora. O importante é agarrar a chance para recomeçar.

"Eu prefiro não pensar nisso nesse momento. Se sou ou não titular absoluto, isso vai depender muito do momento da equipe e do treinador que estiver comandando o time. Hoje, posso te dizer que com o Elano estou tendo oportunidade e sou muito grato a ele por isso. Fui companheiro dele e isso já era para mim motivo de muita alegria, por todos saberem a história dele no clube e na carreira. Ser comandado por ele também me deixa muito feliz, então agradeço a ele pela oportunidade que hoje estou tendo".