Palmeiras já se vê formador após reformulação dar resultado na base
Historicamente sem bons resultados na base, o Palmeiras tem mudado este estigma, tanto que em 2017 é o clube brasileiro que mais cedeu jogadores às seleções do sub-15 ao sub-20 e agora com títulos. No sábado, os times sub-11 e sub-15 conquistaram o Paulista de suas respectivas categorias, diante de 21 mil pessoas no Allianz Parque.
O resultado só fortalece a ideia no clube de que a profissionalização iniciada em 2013, na gestão de Paulo Nobre e mantida por Maurício Galiotte, deu certo. Para João Paulo Sampaio, coordenador da base, o Verdão já pode ser visto como um clube formador.
"O grande lance do Palmeiras foi a profissionalização do clube, que vem desde 2013, com o (Erasmo) Damiani (ex-coordenador) aqui na base; no profissional com Cícero (Souza) e Alexandre (Mattos). Mas nada aconteceria se os presidentes Paulo Nobre e Maurício (Galiotte) não comprassem a ideia", afirmou João, ao Lance!.
"Mudamos o foco na captação. Tínhamos dois captadores (de jogadores), agora temos cinco. Nossos treinadores e eu viajamos muito para ver atletas. Qualificamos o quadro de profissionais que trabalham com atletas. Não adianta grandes jogadores sem bons profissionais. Isto a gente tem, não à toa nosso treinador do sub-15 passou quase metade de ano na Seleção Brasileira, o preparador físico também foi. O maior número de jogadores de um clube na Seleção de base é do Palmeiras, ano passado foi o segundo, perdeu só por um atleta para o São Paulo, então é um parâmetro da qualidade dos atletas", acrescentou.
Neste ano, o Palmeiras cedeu 16 atletas para a Seleção Brasileira na base (11 no sub-15, quatro no sub-17 e um no sub-20), além de um para o sub-17 do Paraguai, o centroavante Aníbal. Além deles, Paulo Victor Gomes, técnico do time sub-15, comanda também a Seleção nesta categoria.
O Verdão tem desde 2008 as categorias sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. Esta foi a primeira vez na história em que o clube leva todos os times às finais do Paulista. Antes, só o Santos havia conseguido, em 2015, mas ganhou apenas uma taça. O Palmeiras, enquanto isso, disputou três decisões, conquistou duas e está na briga por outras duas.
Com títulos, jogadores convocados e trabalho elogiado, o clube busca o último passo: dar mais espaço à base no profissional. Neste momento, só Vinícius Silvestre e Daniel Fuzato, terceiro e quarto goleiros, foram formados no clube.
"Se não acontecia antes (espaço da base no profissional), era por a base não mostrar que tinha estes talentos, não mostrar que tem a capacidade de suprir as necessidades dos profissionais. E em 2015 tivemos quatro atletas na final da Copa do Brasil (João Pedro, Lucas Taylor, Matheus Sales e Gabriel Jesus), o ano passado foi a maior venda da história do clube (Gabriel Jesus), uma das maiores revelações do futebol brasileiro, não do Palmeiras só. Então vai acontecer, o Palmeiras tem muito a colher do que plantou", pontuou.
"Acho que a partir de 2018 vamos encarar esta marca (de clube formador), a gente sabe que é muito difícil, concorrido, pelo nível do elenco, pela cobrança, o nível da equipe, de títulos, Libertadores e estar sempre entre os primeiros, pode ser que um ou outro não aproveite as chances, mas clube formador hoje ele é, hoje uma das referências e sentimos isso quando saímos para disputar torneios e todos os profissionais da base falando do nosso trabalho", encerrou.
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