Topo

A luta da Chape: Veja como outros clubes se reconstruíram após desastres

Avião da British European Airways, que levava o Manchester United - AP Photo
Avião da British European Airways, que levava o Manchester United Imagem: AP Photo

29/11/2017 07h30

A luta para se reerguer da tragédia que acertou em cheio o coração da Chapecoense (entre as 71 vítimas do acidente na Colômbia, estavam dirigentes, delegação e jogadores) ditou o ritmo do clube este ano. Passado um ano do baque, a equipe está prestes a terminar o ano com muito orgulho: além de ter conquistado o Campeonato Catarinense, ratificou sua permanência na elite do Brasileirão.

O trabalho, porém, foi árduo. A vasta reformulação trouxe uma chegada frequente de jogadores e a contratação de Vagner Mancini. Além da eliminação na Copa Libertadores e frustrações em outros torneios, houve momentos de instabilidade no Campeonato Brasileiro e mudanças de técnicos: após Vinícius Eutrópio, a equipe é comandada por Gilson Kleina atualmente. O desafio de, um ano depois, se aprumar, também passou por outros clubes que lidaram com desastres aéreos.

Entre amarguras e superações, o LANCE! traz o "ano do recomeço" dos clubes.

TORINO

Após o desastre no qual o avião que transportava sua delegação se chocar com uma torre de igreja em 1949, vitimando 31 pessoas (dentre elas, 18 jogadores), o Torino ainda teve um suspiro de orgulho. Sagrou-se campeão italiano de 1948/1949 (em solidariedade, os demais clubes também escalaram juvenis na reta final da Série A).

Mas, no ano seguinte, já foram sentidos os efeitos: outrora base da seleção da Itália, a equipe ficou bem mais modesta, e foi apenas sexto lugar no Italiano. Mais tarde, a equipe decaiu muito, e até amargou rebaixamentos.

MANCHESTER UNITED

O Manchester United soube se estruturar do baque do desastre aéreo em Munique, no qual morreram oito pessoas em 1958. Tendo Bobby Charlton (um de seus sobreviventes no desastre) entre os titulares, a equipe foi finalista da Copa da Inglaterra, mas perdeu por 2 a 0 para o Bolton. Já na Taça dos Clubes Campeões Europeus, caiu nas semifinais para o Milan.

No ano seguinte, a equipe já contava com muitos jogadores recuperados do acidente (e seu treinador), além de reforços. E foi vice-campeão inglês.

GREEN CROSS-CHI

O acidente aéreo na Cordilheira dos Andes em 1961, que matou 24 pessoas (oito delas, jogadores) foi o primeiro passo do triste fim do Green Cross, clube de destaque no Chile. No mesmo ano, seu presidente em exercício, Fernando Jaramillo Phillips, que era sub-tesoureiro do Banco Central do Chile, foi um dos presos em uma investigação por acusação de desvio financeiro. Em campo, veio o pior: a outrora base da seleção do Chile foi rebaixada. Aos poucos, o clube foi extinto.

THE STRONGEST

Depois da Tragédia de Viloco, que matou 74 pessoas (incluindo todo o elenco), o The Strongest reconstruiu a equipe com jogadores cedidos por clubes bolivianos e até pelo Boca Juniors, que cedeu nomes como Fernando Bastida e Victor Hugo Romero. Em campo, a equipe deu resultado: foi campeão da Liga de La Paz em 1970.

ALIANZA LIMA

Após o desastre de 1987, que culminou na morte de todos os jogadores e de sua comissão técnica, o Alianza Lima contou até com o retorno de jogadores aposentados, caso de Cubillas. Mas perdeu fôlego na busca pelo título e foi superado pelo Universitario naquele ano.

Em 1988, no entanto, a equipe foi muito mal. Caiu na primeira fase da Libertadores (com apenas uma vitória em seis jogos) e, no Campeonato Peruano, o título passou longe: com equipe toda remendada, venceu apenas cinco das 17 partidas, mas se manteve na elite.

ZÂMBIA

O desastre que vitimou a seleção de Zâmbia em 1993, matando 25 passageiros (dentre eles, 18 jogadores), trouxe sequelas. Outrora favorita à classificação para a Copa do Mundo de 1994, a seleção foi eliminada e demorou muito para voltar a retomar sua qualidade em nível continental.