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Versátil, capitão e nostálgico: quem é Matheus Guedes, novidade do Santos

02/12/2017 06h00

Aos 13 anos Matheus Guedes já não estava mais em casa. Ele havia saído de Rondonópolis, Mato Grosso, para buscar o sonho não apenas dele, mas de seu pai: ser jogador profissional de futebol.

Desde os seis anos o menino ouvia, jogava, assistia, convivia e respirava o esporte. Observador de seu pai, ele descobriu que também via seu futuro dentro de campo. E apesar de ter que lidar com a saudade da família e a frustração por ouvir ali e aqui sobre a dificuldade de se tornar um atleta, o jovem de 17 anos não se deixou abalar.

No início de sua carreira, Matheus atuou como meia e atacante, mas ao passar nos testes do Santos, em 2012, foi reposicionado como zagueiro. Por medir 1,95, ter uma boa saída de bola e experiência com agilidade e marcação, chamou a atenção e brilhou nas categorias de base. Foi capitão do time sub-17 e promovido para sub-20, por conta de sua estrutura e amadurecimento. Mas o melhor ainda estava por vir.

No dia 21 de novembro o defensor recebeu uma mensagem do técnico Elano pedindo para que ele se apresentasse no elenco profissional, pois iria passar a semana com os titulares. No dia 26 Matheus estava no banco de reservas da Ilha do Urubu, vivendo a expectativa de entrar em campo contra o Flamengo, na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro.

- Foi um sonho realizado. Eu queria muito chegar ao profissional, e ir para um jogo é inexplicável. Você olha para trás, lembra de tudo que você já passou e se vê vivendo aquele momento, é muita alegria. Quando eu cheguei em casa meus pais choraram, e disseram que valeu à pena sofrer com a distância - explicou o menino em entrevista ao LANCE!

Nesta noite, Matheus dividiu o quarto com Luiz Felipe, mais um jogador da base que ganhou chance e surpreendeu no elenco principal. Os dois conversaram muito e trocaram algumas experiências.

Com a nova fase, vem novas novas companhias. E o sorriso no rosto do zagueiro se abriu ao falar de Lucas Veríssimo e Ricardo Oliveira, dois ídolos para o zagueiro. Até dica do capitão o jovem já recebeu.

- Lucas Veríssimo é exemplo. Saiu da base, me espelho nele. Ele deu a volta por cima. Admiro muito o Ricardo Oliveira também, pelo caráter e maneira de trabalhar. Ele já me deu algumas dicas na parte de defesa. Eles me fortalecem e me fazem evoluir - disse.

Apesar de ser canhoto, Guedes garante que está com a perna direita calibrada. E com a experiência atrás, no meio e na frente, o jovem até se arriscou e se colocou à disposição para qualquer que seja a posição que Elano aponte.

- A (perna) direita funciona também! Estou à disposição, encaro qualquer coisa - resumiu.

Uma coisa é certa: Elano não errou ao falar que os jovens da base tem o DNA do Santos. E Matheus está pronto para provar isso.