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Sem Oliveira, Santos terá de reformular ataque; veja os motivos

Daniel Vorley/AGIF
Imagem: Daniel Vorley/AGIF

21/12/2017 06h00

Sim, Ricardo Oliveira realmente deu adeus ao Santos e deixou um vazio não só no coração dos torcedores, mas também no elenco, o que força de vez uma reformulação no ataque santista que termina a temporada recheado de dúvidas no planejamento para 2018.

Para tentar suprir essa lacuna, o novo presidente, José Carlos Peres, já prometeu um "presente de natal" para a torcida do Peixe. Um dos nomes fortes para a reposição no ataque é o de Gabigol, que pertence à Inter de Milão, mas está emprestado ao Benfica. Embora não tenha feito tanto sucesso lá fora, seu histórico no clube o transforma em um reforço de peso, porém não exclui a necessidade de buscar outras peças no mercado.

Ricardo era um líder tanto dentro quanto fora de campo, e apesar de todos os problemas de saúde e lesões que enfrentou durante a temporada, terminou o ano em alta e recuperando a forma artilheira. O novo mandatário ainda não revelou o nome que poderia suprir as características do antigo camisa 9 e nem quantos serão contratados, mas está em busca de reforços para o ataque.

Foi pensando nisso que o LANCE! resolveu mostrar os motivos que induzem o Santos a reformular o seu setor ofensivo. Alguns saindo, poucos chegando, outros indefinidos... Veja qual é a situação de cada personagem desse enredo.

GABIGOL

A nova diretoria está empolgada com o possível retorno do atacante à Vila Belmiro. Porém, ainda há muito o que conversar com a Inter, sobretudo a divisão dos salários e uma compensação financeira ao clube da Itália.

O jogador dá preferência ao clube que o projetou por acreditar que é na Baixada Santista que poderá recuperar o seu bom futebol, e isso pesa a favor do Alvinegro e deixa as negociações avançadas no momento. Gabriel deverá receber parte do salário pago pelo Peixe e a outra parte pelos italianos. O impasse está exatamente nessa negociação com a Inter que, apesar de se interessar pelo empréstimo, não abre mão de que os santistas arquem com uma parcela dos vencimentos do campeão olímpico.

RICARDO OLIVEIRA

O ex-capitão se despediu do Santos por meio de seu Instagram na noite da última quarta-feira. Antes de mais nada, o camisa 9 fez questão de ressaltar que a sua prioridade era permanecer na Baixada Santista, mas foi inviável.

José Carlos Peres voltou a oferecer um contrato de uma temporada e sem ajustes salariais, o mesmo feito por Modesto Roma Júnior. Oliveira pedia por dois anos, mas a diretoria não cedeu. Com o vínculo chegando ao fim e sondagens fortes do Atlético-MG, o camisa 9 optou por sair e estudar a proposta do Galo, seu provável destino.

BRUNO HENRIQUE

Uma das poucas certezas no ataque, para a sorte de Peres. Bruno é um atacante diferenciado e uma contratação que definitivamente deu certo: corre como poucos, puxa contra-ataques, tenta dribles, dá assistências e sabe balançar a rede. Prova disso é encerrar o ano como líder de passes para gol no Brasileirão, com 12, e líder no ranking de artilharia do time, com 17 tentos. O camisa 37 tem contrato até 2021.

COPETE

Apesar da oscilação na temporada, o colombiano se destacou na reta final do Campeonato Brasileiro com dois gols: um deu a vitória ao time contra o Grêmio (1 a 0) e outro no empate com o Avaí (1 a 1), na última rodada da competição.

Com contrato até junho de 2018, clubes como o Internacional e Atlético estão de olho no gringo e já fizeram sondagens. No momento há apenas conversas, nenhuma proposta concreta.

KAYKE

Chegou no início de 2017 emprestado pelo Yokohama Marinos, clube japonês, e teve uma temporada de altos e baixos. Já se sabe que o atacante não permanecerá na Vila Belmiro, pois o Peixe não exerceu seu direito de compra estipulado em cerca de 2 milhões de dólares (aproximadamente R$ 7 milhões). Sendo assim, o jogador retorna ao Japão em 2018.

THIAGO RIBEIRO

Contratado em 2013, foi emprestado para Atlético-MG e Bahia desde 2015, principalmente pelo alto salário. Porém, sem alternativas em 2017, o Santos aceitou ficar com o atacante em seu último ano de contrato. Na temporada, ele participou de 23 jogos e fez três gols. Com Elano, não chegou a ficar no banco em algumas partidas. É outro que não terá seu vínculo renovado para 2018.

NILMAR

O atacante chegou ao Alvinegro em julho deste ano como um reforço de peso para a temporada. Porém, enfrentou problemas com a depressão e acabou atuando em apenas dois jogos na temporada: nos empates com Coritiba (0 a 0) e Cruzeiro (1 a 1), ambos fora de casa pelo Brasileirão.

Por conta dos problemas pessoais e de saúde, o jogador decidiu rescindir o contrato com o Peixe. Segundo o seu empresário, Ismael Caligário, Nilmar não se sente à vontade para participar da pré-temporada.

RODRIGÃO

Teve um bom início de temporada em 2017, porém acabou perdendo espaço e foi emprestado ao Bahia para a disputa do Brasileirão. Lá teve destaque, marcou cinco gols em 14 jogos, mas após o vazamento de um polêmico vídeo na internet, teve seu contrato de empréstimo rescindido e retornou ao Peixe. Embora o plano da antiga diretoria era contar com o centroavante em 2018, as coisas podem mudar com a mudança de gestão e o futuro volta a ser indefinido para Rodrigão.

ARTHUR GOMES

O jovem teve oportunidades com o técnico Elano nos últimos jogos do Brasileirão e correspondeu balançando as redes, mas acabou oscilando em seguida. É opção para o futuro comandante.

YURI ALBERTO E RODRYGO

Promovidos por Elano na reta final do Brasileiro, os jovens tiveram poucas oportunidades de mostrar serviço no profissional, porém, a dupla tem ótimo histórico no sub-17 do Peixe. Ambos são técnicos, ágeis e com faro de gol. O Alvinegro pode colher bons frutos com os meninos em 2018, mas ainda estão em formação e devem aparecer aos poucos no time principal.

ROBINHO

O desejo de muitos santistas é grande, mas diferentemente da gestão de Modesto Roma, que insistiu na negociação com Robinho para reforçar o Santos em 2018, o recém-eleito José Carlos Peres não cogita o retorno do ídolo para a Vila Belmiro. O novo presidente chegou até a citar o problema na Justiça italiana vivido pelo atacante. Para o mandatário, o jogador precisa se defender, porém não relacionou o processo à intenção ou não de contratá-lo.