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Carille diz que passou "vários nomes" para substituto de Jô e fica à espera

Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

06/01/2018 12h49

O técnico Fábio Carille deu neste sábado sua primeira entrevista coletiva de 2018. O principal assunto na sala de imprensa do CT Joaquim Grava foi sobre o substituto de Jô, artilheiro da equipe no ano passado que foi vendido ao Nagoya Grampus (JAP). Carille disse que passou "vários nomes" para a diretoria, e o clube aguarda para ver em quem vai concentrar os esforços.

"Está por aí (o substituto). Eu passei vários nomes. Todos dentro de uma situação. Jogadores que não têm vínculo com clube, jogadores de investimento alto, investimento baixo... Estamos esperando para ver onde vamos atirar. O Jô foi o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, e quem chegar não pode ter esse peso, mesmo os que já estão no elenco. Não é fácil substituí-lo, mesmo que tenha um investimento alto. O Jô começou a ser o diferencial da equipe em fevereiro ou março. Estava muito clara a saída do Jô por tudo que ele fez durante o ano e pela falta de camisas 9 no mundo todo. Eu já estava preparado para essa situação. Ele fez por merecer", afirmou Carille, que vê no mercado jogadores disponíveis com as mesmas características de Jô.

"Tem jogadores para fazer isso, sim. Se vai dar a mesma resposta, não sabemos. Mas existe. Eu e o centro de inteligência aqui trabalhamos com nomes. Há um investimento alto para jogador com essa característica. Se não chegar, vamos buscar outra característica. Buscamos um cara que brigue pela primeira bola, não sei se um cara rápido, para armar, mas vai ser um cara que faz gols, e a diretoria está trabalhando para isso", acrescentou.

Além de um substituto de Jô, o Corinthians procura no mercado mais um zagueiro para o elenco. Até agora, o Timão já anunciou o atacante Júnior Dutra, o lateral-esquerdo Junhinho Capixaba e o volante Renê Júnior. Para a defesa, o clube acertou com Henrique e aguarda apenas a rescisão do contrato dele com o Fluminense.

"Em relação a nomes, vamos centralizar na diretoria, no Alessandro, para que fique só uma pessoa respondendo sobre isso. Buscamos um 9, com a saída do Jô, e mais um zagueiro. O restante vai ser o que o mercado mostrar, talvez uma possibilidade boa. Chegando esses dois jogadores, conseguimos equilibrar o elenco", disse Carille, que ficou feliz por ter perdido três jogadores (Jô, Guilherme Arana e Pablo).

Sobre as saídas, o treinador afirmou que ficou feliz por ter perdido "apenas" Jô, Guilherme Arana e Pablo. O trio foi titular em 2017, mas Carille lembrou as debandadas de 2015 e 2016 e disse que esperava outras saídas.

"Achava que ia perder mais peças, estou feliz, saíram três, mas estou feliz por tudo que aconteceu em outros anos (debandadas). Os jogadores que estão chegando já tinham uma ideia dentro de seus clubes e vão pegar muito fácil o que a gente quer, deu até para ver com o Juninho hoje. Estou tranquilo, até porque a preparação é igual para todos. Temos de ser inteligentes, vão ter jogos em que a gente vai tirar todo mundo. Vamos estudar bem, estou conversando com a minha comissão, em alguns jogos a gente vai ter que "limpar" bem e tirar todo mundo", declarou.

O treinador também comentou sobre a utilização de jogadores que voltaram de empréstimo (zagueiro Yago, lateral-esquerdo Guilherme Romão, volante Jean e atacante Lucca). Ao ser questionado se pretendia contar com esses atletas para 2018, Carille desconversou.

"Ainda é cedo para falar sobre isso, ainda é cedo, vai depender de chegadas e saídas. Vamos dar uma enxugada no elenco. Claro que não dá para descartar o que o Jean fez pelo Vasco, o Lucca que foi um dos artilheiros. Acho que só na volta da Flórida é que vamos direcionar melhor o que vai acontecer", disse Carille.

Em sua primeira entrevista coletiva de 2018, o técnico ainda falou sobre mudar o esquema do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, disputa da Florida Cup e o calendário apertado por causa da Copa do Mundo e pressão após conquistar dois títulos no ano passado.

Pretende mudar o esquema para essa temporada?
Desde quinta, que foi o primeiro treino com bola, tenho feito coisas assim, dentro de uma ideia de jogo, alternando jogadores. Tenho treinado isso (4-1-4-1) porque é algo mais novo. O 4-2-3-1 já está mais definido, os jogadores já têm uma ideia melhor. Vou usar os jogos nos Estados Unidos para observações, o momento é para isso. Vamos ver a resposta que o elenco vai dar.

A mudança tem relação com a saída do Jô?
A mudança no meio de campo, que é o triângulo invertido que nós falamos, não tem nada a ver com a características do 9. Já usei o Júnior Dutra e o Danilo também, que daí muda, fica mais parecido com 2012, quando ganhamos a Libertadores com Alex e Danilo por dentro. Estou trazendo opções para acharmos o melhor. Mas a mudança no meio independe da característica do 9.

O que espera dos trabalhos no início do ano?
O mais importante nesse começo é o entendimento entre comissão e elenco. É um ano que vamos usar muito o grupo, mais do que nos outros anos, porque tem muitos jogos até a parada da Copa, vamos ter que rodar bem e busco o entendimento de todos. Algo importante é pegar adversários difíceis na pré-temporada. Que bom pegar o PSV que já está no meio da temporada, vão estar melhor na parte física. Com o Rangers também (ambos pela Florida Cup). É aí que a gente vê nossas dificuldades e acerta a equipe o quanto antes.

Acredita que a pressão vai ser maior do que em 2017?
A cobrança vai ser a mesma, mas a expectativa muda. Se ganhou dois ano passado, então acham que tem que ser três esse ano. Torcedor é assim. Mas nosso trabalho aqui dentro vai ser sério como sempre foi, vamos ter uma linha e vamos trabalhar em cima dela o tempo todo.