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Cavalieri responsabiliza Teixeira e Abad por saída: 'Com eles, não há chance de conversa'

18/01/2018 14h21

Diego Cavalieri abriu o jogo. Um dos atletas dispensados pelo Fluminense no fim de 2017, o goleiro de 35 anos convocou uma entrevista e expôs toda sua insatisfação com a situação vivida nas últimas semanas. A maneira como foi comunicado e tratado pela diretoria foi o que mais magoou o camisa 12.

- Fui pego de surpresa pelo prazo que me deram. Isso que me deixou mais magoado. Faz parte do trabalho o clube não querer mais contar contigo. É normal. A data que foi difícil. Me mandaram uma mensagem, no dia 27, perguntando se alguém tomava conta das minhas coisas. Disse que era eu mesmo. Então me ligaram no dia 28 à tarde, o Marcelo Teixeira, dizendo que houve uma reunião no clube, que eu não fazia mais parte dos planos e que haveria uma reunião para assinar a minha rescisão - afirmou Cavalieri, que reforçou que não houve conversa por redução salarial ou algo do tipo:

- Eles colocaram isso depois, mas é mentira. Fui pego de surpresa. Já tinha feito o passaporte, visto para a viagem (Florida Cup)... Foi dessa maneira: mandaram um Whatsapp (mensagem) e ligação no dia seguinte para dizer que estava fora.

Outros jogadores, como o meia Marquinho, também alegam que não foram procurados pelo clube, tendo ciência da dispensa via imprensa, após a publicação da nota no site do Fluminense. A diretoria tricolor, por outro lado, garante que todos os jogadores e seus empresários foram comunicados com antecedência.

A data em que foi dispensado dificulta também o reposicionamento de Diego no mercado nacional, já que os times já estavam se movimentando em busca de reforços. O goleiro disse que foi procurado após a notícia da dispensa, mas nenhuma proposta oficial chegou ao Diego Cavalieri.

- Na primeira semana teve muito contato de empresário, masa nada oficial. Os times têm excelentes goleiros, vai ser difícil uma oportunidade aparecer. Estou mantendo minha forma, agora é dar tempo. A maneira que aconteceu me deixou sem opção. É esperar e aguardar as oportunidades, mas tenho consciência de que pode demorar um pouco - afirmou o camisa 12 Diego Cavalieri, que disse preferir ficar no Rio de Janeiro por conta da família.

No Fluminense desde 2011, Diego Cavalieri era um dos nomes com mais tempo de casa e estava entre os atletas mais experientes e líderes do grupo no ano passado. Em sua passagem pelas Laranjeiras, o camisa 12 sempre teve sua postura profissional elogiada pelos treinadores que passaram pelo clube. Um dos destaques do time campeão brasileiro em 2012, o goleiro fez 317 jogos pelo Flu. Também conquistou o Carioca, em 2012, e a Primeira Liga, em 2016.

Em 28 de dezembro, o Flu divulgou uma lista de oito atletas dispensados. O movimento, de acordo com o comunicado, visou "reduzir a folha salarial de modo a que ela se adeque ao orçamento do clube e para cumprir com suas responsabilidades". O clube também desejou sorte na sequência das carreiras.

A dispensa, no entanto, gerou polêmica nas Laranjeiras. O zagueiro Henrique usou o conteúdo da própria nota oficial, além dos recorrentes atrasos salariais, para buscar na Justiça a rescisão contratual indireta. Após ter o pedido aceito, o zagueiro está livre para assinar com qualquer outro clube.

Diego Cavalieri também busca trilhar o mesmo caminho e já abriu processo contra o Fluminense na Justiça. O goleiro, que tem contrato até dezembro de 2019, não está disposto a abrir mão de seus vencimentos e, além da rescisão, cobra o pagamento integral de seus salários até o fim de seu vínculo.

Questionado se estaria disposto a conversar com a diretoria, caso fosse convidado, Diego Cavalieri foi claro: não há possibilidade enquanto o presidente Pedro Abad e o diretor Marcelo Teixeira estiveram no clube.

Para o goleiro, os dois foram os responsáveis pelas dispensas no fim de 2017.

- Eles foram diretos comigo. Me ligaram e disseram que estava fora. Hoje não tem possibilidade de sentar e conversar, principalmente pelas pessoas que estão no comando. Já vem cometendo muitos erros e com eles lá é difícil. A maneira que foi, o dia que foi, a maneira que me deixaram no mercado para negociar um contrato... Não tem possibilidade.