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Justiça determina bloqueio de 20% da renda do Cruzeiro

25/01/2018 22h46

Juiz determinou em carta precatória enviada pela comarca de Campos dos Goytacazes que Cruzeiro pague aproximadamente R$ 2,5 milhões ao Goytacaz, em imbróglio envolvendo o atacante Jussiê. O jogador defendeu a Raposa em 2003 e 2004 e depois foi negociado com o Bordeaux.

Formado pelo Goytacaz, Jussiê deixou o clube e foi para o Cruzeiro. A diretoria do time de Campos, no entanto, cobra um valor pela transferência do atleta e também cobra indenização por danos morais por considerar que o clube foi lesado na transação de Jussiê ao Cruzeiro. Os processos correm na justiça.

O juiz, que determinou o pagamento de R$ 2.426.876,17 ao Goytacaz, pediu a penhora de 20% do faturamento diário do clube mineiro até que o montante seja pago.

O site do Globo Esporte entrevistou o presidente do Goytacaz, Dartagnan Fernandes. O dirigente explicou a questão judicial com o Cruzeiro em relação a Jussiê.

- Em 2003 eu entrei com uma ação, era presidente à época e voltei a ser presidente em 2014. Entrei com um pedido indenizatório pela venda do Jussiê, que foi formado pelo Goytacaz e foi vendido indevidamente por um clube do Espírito Santo. Ele sumiu do Goytacaz (pocuo tempo antes de se transferir ao Cruzeiro), apareceu em um clube do Espírito Santo. O Cruzeiro foi lá, pegou o jogador e, depois de um certo período, vendeu para o Bordeaux, da França. Aí entrei com o pedido de indenização, porque o jogador pertencia ao Goytacaz. Como clube formador, o Goytacaz tem o direito de 5% da transferência para o exterior. O jogador era inscrito pelo Goytacaz, pertencia às divisões de base do Goytacaz. Era inscrito junto à FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e à CBF pelo Goytacaz. Provei que (Jussiê) era inscrito aqui muito antes do que foi inscrito pelo clube do Espírito Santo. Consequentemente, tive êxito nessa questão processual com relação à indenização - disse o presidente.

Dartagnan Fernandes enfatizou que espera receber o dinheiro da Raposa, mas disse estar surpreso com a carta precatória cobrando o Cruzeiro.

- Hoje fui surpreendido com essa carta precatória da ação por danos morais. O procedimento estava em trânsito. Me surpreendi também com a carta precatória e com a penhora que será feita à renda do Cruzeiro. São muitos andamentos processuais, e a gente não tem a estrutura que o Cruzeiro tem (para controlar tudo). Só que a justiça não falha, uma hora ela aparece. Agora apareceu essa questão, já mandei para o meu departamento jurídico para fazer a análise da situação. Se o Cruzeiro quiser fazer um acordo, não tem problema nenhum. Só espero que o Cruzeiro nos procure para que a gente possa conversar, seja aqui em Campos dos Goytacazes, no Rio, ou em Belo Horizonte. Não tenho nenhuma intenção de prejudicar o andamento financeiro ou jurídico do Cruzeiro. Nós entendemos que fomos lesados com relação à transação. Com o meu entendimento jurídico, acho o Cruzeiro deveria cobrar o clube do Espírito Santo por essa questão. Eu não posso cobrar o clube do Espírito Santo, porque foi o Cruzeiro quem pegou o jogador indevidamente, sem sequer saber a real situação do jogador. Esperamos receber o dinheiro, sem dúvida.

O Cruzeiro alega já ter feito acordo com a equipe de Campos e já ter pago o que devia. A Raposa espera reverter a decisão judicial.