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Galiotte admite débito de R$ 120 mi com a Crefisa, mas vê dívida 'coberta'

30/01/2018 17h08

Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, admite que a mudança nos contratos dos jogadores pagos pela Crefisa gerou ao clube uma dívida de quase R$ 120 milhões. Ainda assim, o dirigente diz que a situação é confortável e há tempo suficiente para pagar à patrocinadora.

- É um compromisso futuro, sim, mas uma divída coberta. Temos o ativo, que são os jogadores. Esta é uma operação casada, porque o Palmeiras devolve o dinheiro assim que vender os atletas. Na verdade isto já era contemplado no contrato anterior - respondeu Maurício.

A mudança foi um pedido da Receita Federal, que aplicou uma multa de R$ 30 milhões à patrocinadora. Antes, a Crefisa comprava uma propriedade para expor suas marcas (a carteirinha dos sócios-torcedores, por exemplo) e o clube usava o dinheiro para adquirir o jogador. Ou seja, as partes firmavam contratos de compra e venda. Quando o atleta fosse vendido, o Palmeiras repassava à patrocinadora exatamente o valor aportado. Se o atleta saísse de graça ao fim do contrato ou se fosse vendido por menos do que custou, o prejuízo seria da empresa.

Em sua contabilidade, a Crefisa colocava os valores usados na compra de atletas como "despesa". Como esse dinheiro seria devolvido na hora da venda dos atletas, a Receita entendeu que não se tratava de "despesa", mas de "empréstimo". O que muda é a tributação. A empresa levou uma multa superior a R$ 30 milhões em setembro do ano passado (já quitou).

O Palmeiras, a partir disso, precisa devolver o dinheiro de qualquer maneira. Se não forem vendidos até o fim do contrato ou se saírem por valor menor do que o investido, o clube terá dois anos para ressarcir a Crefisa. Se houver lucro na operação, ele ficará com o Verdão.

Os jogadores que o Palmeiras comprou com dinheiro da Crefisa são: Luan (R$ 10 milhões), Fabiano (R$ 6,7 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões), Guerra (R$ 10 milhões), Thiago Santos (R$ 1 milhão), Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Dudu (R$ 10 milhões) e Lucas Lima (R$ 17,5 milhões). O valor total é R$ 120,2 milhões.Todos estes contratos já estão nos novos moldes.

Maurício diz que a situação é confortável, porque o clube está bem financeiramente. No último ano, o Verdão teve arrecadação recorde - R$ 531 milhões em receitas. O clube acabou 2017 com um superávit de R$ 57 milhões e já teve o orçamento de 2018 aprovado por unanimidade em reunião no Conselho Deliberativo (CD).