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Raphael Augusto relembra histórias no Flu e fala sobre boa fase na Índia

08/03/2018 16h39

Segundo o último levantamento do Banco Mundial, a população da Índia é de 1,324 bilhão de pessoas. Entre elas, um brasileiro tenta a sorte jogando futebol no segundo país mais populoso do mundo: Raphael Augusto, meia cria do Fluminense, que atualmente defende o Chennaiyin, que neste sábado disputa o primeiro jogo da semifinal da India Super League, diante do FC Goa, às 11h30 (de Brasília). Na terceira temporada pela equipe, Raphael se mostra bem adaptado ao país, onde foi campeão em 2015.

- É minha terceira temporada aqui, tem sido muito proveitoso. Estou adaptado ao país, a Liga. Esse período em que estou aqui tem sido muito produtivo. Tinha muito jogador brasileiro também, então ficou mais fácil. Estou feliz. O mais difícil na adaptação foi a comida. Outra coisa que é diferente é que moro em um hotel. Nós treinamos, voltamos pro hotel e fica sozinho depois - explica.

Apesar de já estar bem adaptado ao país, Raphael conta que isso não foi muito fácil. Como a Índia é um país sem muita tradição no futebol, até estranhou quando recebeu a proposta, mas ao pesquisar, viu que grandes nomes do futebol mundial atuavam no país. O FC Goa, adversário deste sábado, já foi treinado por Zico. Por lá, existem dois campeonatos. A India Super League é uma parceria com a Premier League, é organizado por uma empresa americana, a IMG, em parceria com uma empresa indiana. O mais tradicional, conta apenas com jogadores nascidos no país.

- Quando vim ainda tinha contrato com o Fluminense. De início estranhei um pouco, mas vi que tinha o Elano, outros jogadores consagrados como Malouda, Anelka, Forlán atuando pela Liga e resolvi apostar nisso. Vi que era um campeonato forte - conta o jogador.

BICHO ERRADO E FORÇA DE MURICY NO FLUMINENSE

Promessa das categorias de base do Fluminense, Raphael Augusto subiu em 2009, quando o clube vivia um momento complicado naquele ano. Uma arrancada histórica na reta final do Campeonato Brasileiro e gerou uma grana extra aos jogadores. O bicho prometido ao elenco era grande, mas uma confusão fez com que Raphael Augusto se desse muito bem. O goleiro do time também se chamava Rafael e a diretoria depositou o valor do prêmio para o xará Raphael Augusto. Com a bolada na conta, o meia tratou logo de realizar o sonho e comprar um carro. A ação fez ele ser afastado pela direção e só retornou ao profissional com Muricy Ramalho.

- Eu acho que isso foi em 2009, na arrancada contra o rebaixamento. O Rafael (goleiro, que hoje defende o Boavista) vinha jogando todos os jogos e tinha que ganhar muito mais que eu. Mas eu vi aquele dinheiro na minha conta e falei: "é meu". No mesmo dia ou um, dois dias depois eu fui na concessionária e comprei um carro. Até o Ricardo Berna (goleiro que atuou no Flu entre 2005 e 2013) me ligou. Acabei sendo afastado, voltei para o juniores. Aí o Muricy assumiu em 2010, fizemos um jogo-treino contra os juniores e ele me falou "o que você tá fazendo na base, garoto?". Eu contei a história e ele me subiu para o profissional - contou Raphael, aos risos.

Raphael Augusto atuou ao lado de grandes nomes no Fluminense, como Fred, Conca, Thiago Neves e Deco. Apesar de concordar que a concorrência tirou espaço dele no grupo, ele lembra daqueles tempo com gratidão e fala sobre o aprendizado deste período:

- Foi muito bom e ao mesmo tempo difícil por conta da concorrência. Eu aprendi muito com vários jogadores de qualidade, como Conca, Deco, Thiago Neves... Era uma grande expectativa naquele elenco, o Fluminense contratava grandes jogadores. Eu aprendi muito dentro e fora de campo, principalmente com a humildade deles.