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Doriva celebra trabalho no Novorizontino e vê guinada na carreira: 'Um novo horizonte'

17/03/2018 08h15

Há quatro anos o Ituano levantava a taça de campeão paulista após eliminar o Palmeiras na semifinal e bater o Santos na final da competição. No comando daquele time e com grande mérito na conquista, estava Doriva, atualmente treinador do Novorizontino. O ex-jogador novamente leva um clube de menor expressão a um alto patamar no estadual, mas prefere não misturar as situações, sem deixar de levar em conta a experiência absorvida em 2014.

- A gente procura utilizar isso simplesmente como um exemplo, outra circunstância, outro campeonato, naquela competição a gente eliminou um Palmeiras que era forte também, mas acho que nem se compara com a equipe de hoje, que é muito forte mesmo, está entre as melhores do Brasil, mas a experiência vivenciada com o Ituano sempre vai agregar, agregou pra mim a título de motivação, agrega para eles a título de motivação, para mostrar para eles o quanto isso pode projetá-los, que a carreira deles pode mudar de patamar se a gente vencer uma partida como essa, é o jogo que todo mundo quer jogar, é o jogo que todo mundo se interessa, uma grande oportunidade que a gente tem pela frente - declarou o técnico do time de Novo Horizonte ao LANCE!.

Com a terceira melhor campanha na classificação geral do Campeonato Paulista, o Novorizontino acabou sendo um dos grandes destaques da competição, no entanto para Doriva esse desempenho não é uma surpresa, mas sim o resultado de um planejamento montado desde o início do estadual.

- A gente trabalhou em todo momento buscando a classificação, é uma competição duríssima, houve momentos em que a gente até desconfiou que a gente pudesse ficar fora, mas na verdade a gente sempre acreditou, sempre procurou ter uma regularidade. Nossos objetivos na competição eram de nove pontos ou no mínimo quatro, e a gente conseguiu fazer isso em uma boa parte da competição. Na terceira rodada de três jogos, a gente fez somente três pontos, porém depois a gente embalou e conseguiu três vitórias na sequência. Foi planejado, a gente sabia que seria difícil, mas tínhamos objetivos de conseguir essa classificação e conseguimos fazer uma campanha bem regular - explicou o comandante.

Em um dos grupos mais complicados do torneio, o Novorizontino superou o São Bento, que durante boa parte desta edição foi o clube do interior com maior pontuação. Para isso foi necessário impor uma arrancada na reta final do certame. Doriva, que celebrou o poder de seu elenco, credita os méritos desse feito aos jogadores, que mantiveram o ritmo sem desistir.

- Os atletas tiveram muito mérito nisso, porque eles não largaram em momento algum, todos muito focados, então a gente conseguiu a pontuação necessária com uma rodada de antecedência. A gente conseguiu a classificação e também me possibilitou usar um time alternativo na última rodada, o que me deu um respaldo em relação aos jogadores. Conseguimos uma grande vitória e com certeza o fato de terminar a fase de classificação na terceira posição valorizou demais o nosso feito, mostrou a importância como a gente sempre salientou que a gente nunca teve um banco de reservas e sim um banco de reforços, com atletas que vinham de fora e decidiam as partidas, isso ficou bastante claro no último jogo.

Agora, nas quartas de final, o Novorizontino encara o Palmeiras, o time de melhor campanha na primeira fase da competição estadual. Doriva sabe que a parada é duríssima, mas se baseia em histórias do futebol para poder surpreender o poderoso rival, embora a realidade permaneça entre as palavras de ordem do grupo.

- A gente tem que ser realista, o Palmeiras é com certeza o favorito, uma equipe forte coletivamente, mas ainda mais forte individualmente e a gente espera superá-los com o jogo coletivo. A gente tem que se empenhar muito mais em cumprir todas as funções que são estabelecidas e jogar como equipe. A gente vê muitas histórias, e eu vivenciei isso com o Ituano, de equipes que são bem organizadas e jogam como equipe, surpreender equipes fortíssimas. Então a gente está indo nessa linha e tenho certeza que se a gente fizer um grande jogo coletivo, a gente vai dificultar muito para o Palmeiras e a gente pode surpreender - disse o confiante treinador.

Depois do título paulista pelo Ituano, em 2014 e do título carioca pelo Vasco, em 2015, Doriva sofreu com as idas e vindas do futebol, e teve dificuldade de firmar um trabalho desde então. Novamente no comando de um clube de menor expressão, ele entende que esse momento pode ser um novo pontapé incial em sua carreira.

- Com certeza significa um novo horizonte, eu estou muito feliz, porque isso foi planejado, eu senti isso no meu coração desde o primeiro dia que eu vim para Novo Horizonte, há quatro meses. O Novorizontino acreditou em mim, o Goiano, o Genílson, o Barbarotti, os proprietários do clube, enfim, fizemos uma reunião, acreditei no planejamento deles, eles acreditaram em mim, a gente foi montando tudo juntos, a harmonia que a gente tem aqui é importantíssimo salientar, faz a diferença. É um clube do interior, mas é muito organizado, e com certeza para mim foi importante esse passo que eu dei no sentido de iniciar, passar pelo meio e chegar ao final da campanha no mesmo clube, mostrando a importância do trabalho. Nos clubes que eu iniciei o trabalho, eu tive a felicidade de fazer bons trabalhos, então eu apostei nisso e tem dado certo - finalizou.