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Tímido? Luiz Fernando mostra faceta antiga ao comemorar com 'cheirinho'

Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

30/03/2018 07h00

Na noite da última quarta-feira, aquele que é, certamente, um dos oriundos mais conhecidos de Tocantinópolis (TO) espantou quem o conhece no dia a dia recente. A imagem de Luiz Fernando, aos 21 anos, três meses de Botafogo e a mão direita tapando o nariz rodou o mundo. A timidez fora das quatro linhas não lhe impediu de tomar as dores do "chororô" alvinegro, e devolver a provocação feita por Vinicius Júnior, do Flamengo, no mês passado. Só não surpreendeu quem conhece o meia-atacante há mais tempo.

Contratado junto ao Atlético-GO, Luiz era outro em campo desde os tempos de base do Dragão. Conhecido pela personalidade forte nas partidas, chegou a precisar ser contido por cartões recebidos e embate com árbitros. Conversas chegaram a acontecer para manter o equilíbrio da jovem promessa.

"É um excelente garoto. Em campo, se impõe, se libera. Um menino muito competitivo, focado, mas novo. Então tivemos alguns movimentos quando ele começou tomar muitos cartões", explica, ao LANCE!, Adson Batista, diretor de futebol da equipe goiana.

O herói do último jogo do Alvinegro, Luiz admitiu, após o gol na vitória sobre o Vasco, na semana passada, que estava "se soltando". Ele precisou se soltar também na vida. Deixou a pequena cidade natal, de 23 mil habitantes no norte do Tocantins, após se destacar numa escolinha. Chegou a Goiânia (GO), onde tinha apenas um tio, e morou muito tempo nas dependências do Atlético.

Fora de campo, falava pouco, assim como até hoje não é tão expansivo no Glorioso. Em campo, porém, a "metamorfose" lhe dava intensidade que a torcida botafoguense deve se acostumar a ver mais. Além do gol e da comemoração, foi tomar satisfação de Cuéllar quando foi atingido pelo colombiano nas pernas e no rosto.

Titular já na primeira rodada deste ano, Luiz Fernando não convenceu de início. Virou reserva, mas retomou a posição e, pelo visto, vai se consolidar. Guardadas as devidas proporções, lembra a história de Jefferson. Hoje ídolo do Botafogo, ele chegou ao clube em 2003, e foi reserva durante praticamente toda aquela temporada. Depois, se destacou ao ponto de ser vendido, voltar e se tornar histórico no clube. E pede paciência com o jovem companheiro.

"O Luiz Fernando é um pouco tímido, retraído. Quando se chega num clube grande como o Botafogo, às vezes é difícil. Sabíamos que ele precisava de um tempo para se adaptar. Ele está numa crescente e pode crescer muito mais, assim como os outros que chegaram, como o Renatinho. E o Luiz não abre a boca para reclamar de nada. Saiu do time, continuou trabalhando e está voltando bem", entende o goleiro, que conclui:

"Com todos que estão chegando nós temos que dar tempo. Às vezes, as pessoas não dão tempo para os jogadores renderem", avalia Jefferson.