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Na final, Verdão coloca evolução pós-Dérbi da primeira fase à prova

31/03/2018 09h00

A derrota por 2 a 0 para o Corinthians na primeira fase do Campeonato Paulista fez o Palmeiras se transformar. Os jogadores se cobraram para que o time apresentasse uma atitude diferente, Roger Machado fez mudanças importantes - de disposição tática e de nomes - e a evolução apareceu: foram seis vitórias e duas derrotas depois daquele jogo em Itaquera, com 18 gols marcados e apenas três sofridos. Agora, chegou a hora de reencontrar o maior rival.

O jogo de ida da final estadual será às 16h30 deste sábado, em Itaquera. A volta será domingo que vem, no Allianz Parque, às 16h.

- Ninguém quer perder, mas às vezes é na derrota que a gente vê o que está errado. Foi o que aconteceu contra eles da outra vez. Aconteceu agora contra o Santos também (derrota no tempo normal do jogo de volta da semifinal). A gente sabe que tem que melhorar em alguma coisa para não perder mais jogos - disse o capitão Dudu, um dos protagonistas das mudanças pós-Dérbi.

- O Roger pediu para eu mudar de lado, da esquerda para a direita. Ele me explicou que ano passado eu jogava mais por dentro porque a gente não tinha o número 10 e eu poderia armar um pouco também. Hoje a gente tem o Lucas. Ele precisava de um jogador mais agudo, que levasse a bola para o fundo. Ele percebeu que pelo lado direito eu poderia dar essa profundidade. Fico muito feliz, tem dado resultado - explicou.

Além disso, o técnico alterou o esquema tático da equipe: com Bruno Henrique na vaga de Tchê Tchê, o 4-2-3-1 substituiu o 4-1-4-1. Bruno, um dos destaques da equipe na boa fase recente, colabora com Felipe Melo na marcação, ajuda no apoio ao ataque e libera Lucas Lima para armar a equipe. Victor Luis foi outro que ganhou a vaga: ele superou Michel Bastos e consolidou-se como titular, também com atuações de destaque.

- A derrota no clássico mostrou algumas coisas com relação a estrutura, estratégia, aquela forma de jogar do adversário (sem um centroavante fixo). Aí houve mudanças de características das peças. O jogo contra o Santos, que perdemos no tempo normal, também nos dá elementos. Quando não há jogos, os treinos são os elementos. Quando há os jogos, você busca nos jogos. É um constante alinhar de rota, de trajetória, para você encontrar o equilíbrio, ter uma equipe encorpada, alinhada. Não vejo (aquele primeiro Dérbi) como divisor de águas, mas um elemento importante - disse Roger Machado.

Naquela mesma semana, Moisés revelou que os jogadores se reuniram e se cobraram. Segundo ele, a conclusão desta conversa foi de que seria necessário apresentar 110% de vontade a partir de então. Em alguns jogos, como a vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, o time foi muito elogiado por sua atitude.

- Foi uma reunião entre os jogadores, não participou comissão técnica, ninguém. Foi coisa nossa. Foi preciso ter essa conversa naquele momento por coisas que aconteceram no jogo. Eu não coloco isso para fora, deixo dentro do grupo. Todos os jogadores sabem o que foi essa conversa - disse Dudu.

Roger Machado pondera que, em sua avaliação, o problema do time no primeiro Dérbi não foi falta de vontade.

- Essa foi a avaliação externa. A nossa avaliação interna passa muito mais pela estratégia do adversário e a nossa, que não funcionou naquele jogo. Se a gente analisar os scouts físicos de um time que perdeu e dizem que não teve pegava, geralmente ele correu muito mais que o adversário. O que parece falta de entrega, na verdade, é o adversário com uma estratégia superior. Eu vivi 20 anos no campo e não me recordo de ter entrado em nenhum momento sem vontade. Se a gente atribuir o futebol à pegada, estaremos perdendo uma oportunidade de avaliar o futebol como deve ser. Eu digo a eles: 100% a gente entra e trabalha, mas com os 110% a gente faz a diferença. Mas não é dar carrinho, dividir uma bola com excesso de força, prejudicar o time com um cartão.