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Legado do Paulista: Verdão tem time-base, mas com margem para ajustes

10/04/2018 08h00

Seja Paulistinha ou Paulistão, o Estadual deste ano serviu para Roger Machado começar a dar uma cara ao seu Palmeiras. A campanha do vice-campeonato, que teve 12 vitórias, dois empates e quatro derrotas, ajudou o técnico a moldar um time-base para as competições que estão por vir. Quarta, por exemplo, já tem duelo com o Boca pela Libertadores. Na segunda-feira da próxima semana, será a vez do Brasileirão, em confronto com o Botafogo.

Os 11 titulares do Palmeiras, hoje, estão bem definidos: Jailson, Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luis; Felipe Melo e Bruno Henrique; Dudu, Lucas Lima e Willian; Borja.

Os jovens Antônio Carlos e Thiago Martins, apostas de Roger desde o início da temporada, formaram a zaga menos vazada (11 gols sofridos). Antônio Carlos, inclusive, fez parte da seleção do campeonato na eleição da Federação Paulista. O saldo geral é positivo, mas o próprio Antônio falhou no gol marcado por Rodriguinho na final do último domingo e reacendeu a desconfiança de parte da torcida.

O experiente Edu Dracena, que perdeu a condição de titular por ter feito uma pré-temporada individualizada, já está disponível e é o principal candidato a brigar por uma das vagas. Além disso, a diretoria está analisando o mercado em busca de um jogador da posição para o segundo semestre.

Jailson, outra aposta feita por Roger já na pré-temporada, terminou a competição em alta. Os laterais também se fixaram como titulares: Marcos Rocha, apesar ter falhado no gol corintiano, fez um bom Paulista. Já Victor Luis tomou conta do lado esquerdo após passar boa parte da primeira fase revezando com Michel Bastos. Hoje seu principal concorrente é Diogo Barbosa, recuperado de lesão grave no tornozelo e ainda em busca de ritmo. Michel já tem treinado como ponta direita, sua posição preferida.

O meio de campo passou por uma mudança importante em meio ao Paulistão, especificamente após a derrota para o Corinthians na primeira fase. Bruno Henrique tomou a vaga de Tchê Tchê e engatou uma sequência de boas partidas. Essa mudança também colaborou para que Roger trocasse o 4-1-4-1 pelo 4-2-3-1.

Neste segundo esquema, Felipe Melo ganhou o auxílio de Bruno Henrique na marcação e passou até a ter mais liberdade para se aventurar no campo ofensivo. O camisa 30 deu a volta por cima após a conturbada temporada passada e voltou a ser importante para a equipe. Embora Moisés tenha jogado bem, a ausência de Felipe no segundo jogo da decisão - fruto da expulsão na ida - foi sentida.

Lucas Lima é quem completa o meio de campo. O principal reforço do clube para 2018 só não foi titular quando a comissão técnica decidiu poupá-lo, em duas partidas. Com mais funções defensivas do que na época do Santos, ele recebeu diversos elogios de Roger durante a campanha, mas poderia ter sido mais decisivo. Nos mata-matas, foi brilhante apenas na goleada por 5 a 0 sobre o Novorizontino e deixou a desejar nas derrotas para Santos e Corinthians.

No momento, não há indícios de trocas no meio de campo. Moisés consolidou-se como um "13º titular" - o 12º é Keno - e tem sido utilizado como volante. Thiago Santos, opção mais defensiva, também foi bastante acionado na reta final, assim como Guerra, que entrou para jogar centralizado ou pelos lados.

Dudu, Willian e Borja se consolidaram como trio de ataque. Dudu cresceu após mudar do lado esquerdo para o direito e foi o melhor do time na decisão, apesar do pênalti perdido. Se tivesse mais companhia para fazer as jogadas, o resultado poderia ter sido outro. Willian manteve sua regularidade, seja jogando pelos lados ou como centroavante, mas parece ser o maior ameaçado pelo crescimento de Keno.

Borja tem notável evolução nesta temporada, tanto que marcou sete gols e foi o artilheiro do Paulistão, mas ainda há momentos em que aparenta estar desligado do jogo, ajudando pouco sem a bola. Por enquanto, Roger tem indicado que deposita muitas fichas nele. Mesmo com o colombiano tendo desempenho tímido, o técnico preferiu tirar Willian no intervalo da final de domingo para colocar Keno.

Para o jogo contra o Boca Juniors, é provável que os 11 titulares habituais sejam escalados. O Palmeiras fechou o treino desta segunda e repetirá a dose na terça. Também não haverá atendimento nenhum à imprensa.