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Tempo para treinos e ajustes: Jair quer convencer em estreia do Santos

13/04/2018 15h43

O técnico Jair Ventura tem um grande desejo para o próximo sábado: ver o Santos vencer e, principalmente, convencer na estreia do Campeonato Brasileiro, às 21h, diante do Ceará, no Pacaembu. O comandante carioca teve a semana livre para trabalhar com seu elenco e quer por à prova toda a evolução durante o período de treino. Embora ainda faça mistério, deu pequenas pistas sobre o time que vai a campo na estreia, data também do aniversário de 106 anos do Peixe.

- É diferente para o treinador ter sete ou oito dias de trabalho. Tivemos quatro sessões de treino por causa da recuperação. Fizemos 9 jogos em março, quase não treinamos. Conseguimos implementar algumas coisas, fazer pequenos ajustes. Isso só fica mais evidente com o resultado. Chama a atenção. Se perdermos, não servem de nada. Que conseguimos repetir isso, com a junção entre performance e resultado. Sonho de todo treinador. Vencer e convencer - disse, durante entrevista coletiva no CT Rei Pelé, nesta sexta-feira, e completou:

- Essas sessões de treino dão mais tranquilidade e confiança para os atletas renderem o melhor e pôr em prática tudo que fica invisível por causa dos treinos fechados. Dias são importantes para isso. Que possamos começar o Campeonato Brasileiro com o pé direito.

Embora não dê para "combinar" com o Ceará uma festa para o Alvinegro, que faz aniversário neste sábado, Jair quer se precaver, deixar o time afinado, para evitar uma decepção bem no dia do aniversário do clube. Para o comandante, a missão não é fácil.

- Não dá (para combinar com o Ceará). É pressão, responsabilidade. Temos que nos blindar. Um treinador falava que o estádio ficava vazio no apito do árbitro. Tem que ver o jogo e deixar as coisas externas de fora, preocupar com campo e bola. No final teremos junção. Fazendo o melhor, conseguimos conciliar linda festa, desde as Sereias, com tudo em volta, o dia marcante, mas o Ceará vem com vontade para colocar água no chopp. Temos que tratá-los com respeito, equipe campeã, time pesado em termo de jogadores, tem elenco e técnico há muito tempo. Costumamos menosprezar pelo investimento, mas Ceará montou time competitivo. Vão dar trabalho - analisou o comandante.

O Santos deve ir a campo com uma formação com quatro atacantes: Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Dodô; Alison; Sasha, Renato, Rodrygo e Arthur Gomes; Gabriel. Jair deu poucas pistas.

- Jogam dois. Não perguntou do Arthur. Viu? Ajudei. De quatro, jogam dois (Jean Mota, Rodrygo, Renato e Cittadini). E com essas mudanças, 4 atacantes ou dois meias e um volante, Santos segue ofensivo, mas há uma ideia, um modelo implementado. Jogadores sabem o que fazer, mesmo com 4-2-3-1, 4-2-4, 4-1-4-1, sabem o que fazer com e sem bola, lateral, escanteio, transição e organização.

Confira outros pontos da entrevista coletiva de Jair Ventura:

Expectativa pro Brasileirão

Tenho a mesma sensação de quando cheguei. Equipe me abraçou, compraram a ideia. É essencial para o treinador. Não adianta passar o que eu acho, penso, filosofia, e não corresponderem. Resposta foi boa, vamos empatar, vencer, perder, mas resposta foi boa. Santos cresceu nos grandes jogos, clássicos e Libertadores. Vendo a Champions hoje, teríamos nos qualificado com gol fora contra o Palmeiras, e saímos no pênalti contra o maior investimento do país. Destaque foi goleiro adversário. Santos se mostrou competitivo, temos que continuar assim em todos os jogos.

Não fizemos grandes jogos o ano todo, mas fizemos grandes jogos nos grandes jogos. Temos que ser regulares no Campeonato. Temos que quebrar o tabu de 12 anos sem ganhar na estreia. Ceará é rodado, interessante, interessante. Arthur entrou no lugar do X, Felipe Azevedo. Vai ser um jogo difícil, mas Santos tem que mostrar força. Aniversário é mais um peso. Aproveito para convocar nossa torcida e conseguirmos uma grande vitória. Três pontos da primeira partida são tão importantes quando o último em dezembro. Temos que levar cada jogo como final para brigarmos pleo título.

Camisa 10 e relação com jogadores da posição e diretoria

A minha relação com a direção é a melhor possível. Santos não tem dois times dentro do Santos. Direção e futebol. Estamos juntos. O presidente quer o camisa 10, nós queremos, mas temos o mercado. Não é fácil e não adianta contratar para jogar pra torcida. Tem que ser o cara realmente. E às vezes fazendo tudo certo a contratação não rende de imediato. Continuamos trabalhando. Enquanto isso, extraímos o máximo do elenco. São 19 jogos e vamos jogar mais 19. Se não chegar até o fim do ano, temos que dar um jeito. Treinador é pago para extrair o máximo do elenco, mesmo com carências. Não vou ficar reclamando. Campeonato está aí amanhã e precisamos ganhar para dar uma vitória à torcida.

Quatro atacantes, equilíbrio e utilização do Rodrygo

É uma joia. Tecnicamente é um jogador incontestável, mas é um menino. Veio pouco a pouco. A diferença do profissional é grande, principalmente no treino. Força aplicada no treino. Com qualidade, se supera, mas ainda tem dificuldade de sustentar 90 minutos. Tecnicamente, seria titular desde o início. É responsabilidade do treinador, por isso nem sempre fazemos o que todo mundo quer. Temos que ter paciência, saber hora de lançar, importante quando entrou no fim dos jogos e quando inicia. É importante tratar a todos da mesma maneira, não só Rodrygo, como Renato. Trato todos da mesma maneira.

Quando há mudanças, de repente muitas, fiz mudanças pontuais e só dois times alternativos. Lesionados, suspensão, alguns tentam voltar e perdem espaço pelo bom momento. Às vezes quem entrou não teve a mesma apresentação do antecessor, enfim... Colocamos quem está melhor. Treinador nunca vai colocar quem acha que não está melhor.

Retorno do Bruno Henrique e como encaixar ele no time

Pensamos nisso o tempo todo. Fico feliz pelo retorno do Bruno. Passou pela referência médica, teve mais uma ideia do que pode ter sido. Está próximo, não temos data, mas quem ganha é o Santos. O treinador gosta dessa dor de cabeça. Treinador gosta de quebrar a cabeça para colocar o melhor em campo.

Presente ao torcedor do Santos no dia do aniversário do clube

Três pontos. A vitória. Nessa data tão importante, conseguir três pontos no campeonato mais equilibrado do mundo... Tenho certeza. Começam a botar onde o Santos fica, sexto, sétimo, Palmeiras em primeiro, e no final do ano não é nada disso. No mundo todo, tirando o Leicester, muda a ordem dos cinco maiores investimentos. Tivemos Inter rebaixado, por exemplo. Brasileiro é muito difícil. Todos os regionais são equilibrados e tudo pode acontecer. Tudo é muito equilibrado. Temos que levar isso da primeira à ótima rodada para fazer um campeonato ótimo, não bom.

Pep Guardiola (técnico do Manchester City-ING) e vitória nas primeiras rodadas

?Vimos outros exemplos de times que ganharam no final. Mas Corinthians ganhou no início no ano passado, batendo com Guardiola. Corinthians abriu grande vantagem, primeiro turno invicto e garantiu praticamente ali. Tiveram oscilação, bola para de entrar, pressão aumenta, botaram o campeonato em risco, mas tiveram gordura para segurar o título. Guardiola tem um pouco de razão, mas Flamengo ganhou no fim em 2009. Aqui é muita loucura. E pontos corridos é justo. Mata-mata tem dia ruim, Brasileiro não. Quem jogar melhor por mais tempo vai ser campeão. Não tem a emoção, mas é mais justo. Sem zebra.