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Arsène Wenger e seu grande legado no comando do Arsenal

25/04/2018 08h30

O treinador francês Arsène Wenger, que vai deixar o Arsenal após 22 anos, foi fundamental na consolidação do time londrino, ainda que muitas vezes os títulos não vieram.

Arsène Wenger figura no topo entre os treinadores da Europa que melhor trabalha a transição dos atletas jovens para a equipe principal. Os jovens das categorias de base e que estão despontando pelo mundo foram utilizados no time principal e renderam milhões em transferências.

A era Wenger gerou ao Arsenal 311 milhões de libras, mais de R$ 1,5 bilhão em receitas com transferências. Só do Manchester City foram mais de 70 milhões de libras.

Um ótimo exemplo foi a contratação de Kolo Touré por 150 mil libras do ASEC Mimosas da Costa do Marfim em 2002 e sua transferência em 2009 para o Manchester City por 16 milhões de libras.

Ou Emmanuel Adebayor, que saiu do Monaco por 7 milhões de libras e foi vendido ao Manchester City por 25 milhões de libras. E como essas foram muitas!

O modelo adotado pela administração do time sempre entendeu que a solidez financeira da organização vinha antes de loucuras financeiras como os times dos magnatas, como Chelsea e Manchester City. Estes novos ricos cresceram muito e ocuparam postos de destaque no futebol inglês.

Esses novos ricos deixaram para trás times tradicionais como Arsenal, Liverpool e Tottenham.

O sucesso financeiro não se refletiu muitas vezes em campo, em parte pela força dos concorrentes na Inglaterra e também na Europa, com gigantes como Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique.

Assim, a saída de Arsène Wenger ao final desta temporada abre uma nova realidade para o clube, tanto na especulação dos nomes e perfil do treinador, como em contratações.

O que o técnico catalão Guardiola gastou em contratações desde que chegou ao Manchester City é maior do que o volume de dinheiro gasto por Wenger em duas décadas no Arsenal.

A questão é saber se as derrotas recentes e a falta de títulos colocarão os Gunners na ciranda maluca que virou o mercado de contratações do futebol mundial.

Arsenal tem dinheiro para isso, é disparado o clube mais rico da Europa, seus donos são mais ricos inclusive que os dos novos ricos.

Resta esperar para ver se mantém o modelo austero ou se parte para a briga na busca dos maiores nomes do futebol mundial.