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Brasileiro comemora chegada de Iniesta: "Espero marcar mais gols"

10/06/2018 08h00

Em maio, o Vissel Kobe anunciou a contratação de Andrés Iniesta, meia multicampeão pelo Barcelona e que está com a Espanha em busca do segundo título mundial - o primeiro saiu com gol dele, no 1 a 0 em cima da Holanda, em 2010. A equipe japonesa, pouco conhecida no Brasil, conta com dois atacantes brasileiros, que têm a chance de brilhar ainda mais ao lado do craque ibérico: Leandro e Wellington.

Mais conhecido como Tanque, Wellington tem oito gols em 17 partidas na temporada, oito delas como titular. Com Iniesta no time e um melhor entrosamento com Podolski, o brasileiro espera ser ainda mais decisivo para o Vissel Kobe.

Em entrevista ao Lance!, Wellington Tanque fala da oportunidade de poder atuar ao lado de Iniesta e sobre o seu bom momento no futebol japonês.

O Vissel Kobe apresentou o meia Iniesta no fim de maio. O que representa atuar ao lado de um jogador do porte do espanhol no futebol japonês?

Representa muita coisa. Ter um jogador do nível dele ao lado, como companheiro de equipe, é maravilhoso. Aliás, é otimo não apenas para mim, mas como para o clube e a J-League como um todo. A visibilidade certamente aumentará e o futebol local será visto com maior atenção por todo o mundo.

Em algum momento na carreira, você imaginaria atuar ao lado de um craque como Iniesta?

Jogando no Japão, não. A minha carreira, após a saída do Brasil, seguiu na Alemanha e lá eu pude enfrentar grandes jogadores como Lúcio, Ribery, Zé Roberto, Tinga. Mas tenho a expectativa de que será muito bacana e vou procurar tirar o maior proveito possível.

Como a chegada de Iniesta contribuirá para o clube e para o futebol japonês?

A chegada dele será benéfica para todos. Para o Vissel Kobe, que ainda não é um clube tão conhecido fora do Japão, será muito positivo em termos de marketing e para a própria Liga Japonesa. Tenho o hábito de ler muitas reportagens internacionais e algumas delas ridicularizam o futebol japonês, dizendo que o nível é inferior até ao do futebol praticado na China, o que está muito longe da verdade. Recentemente o Kashima Antlers empatou com o Real Madrid na final do Mundial de Clubes e isso não pode ser ignorado. A melhor liga asiática é inegavelmente a do Japão, e a presença dele aqui propiciará que esse fato seja conhecido por todos.

Seus números no Japão são bons, com oito gols em 17 partidas. A que você credita esse bom momento no Vissel Kobe?

Atuei oito vezes como titular e tenho oito gols na temporada. Além disso já dei cinco assistências. Entrava muitas vezes no decorrer do jogo e embora tivesse boas atuações, não conseguia marcar devido ao pouco tempo que tinha para mostrar meu futebol. A partir do momento em que tive uma sequência, os gols apareceram e também as vitórias.

O seu rendimento pode melhorar e as chances de gol podem aumentar tendo um garçom como Iniesta?

Isso é inevitável. Mas a chegada de um atleta desse nível, por sua vez, obriga a nós, que já estamos aqui, a tentarmos entendê-lo. Teremos que raciocinar como ele para poder aproveitar o seu talento. Como artilheiro da equipe, imagino que os gols tendem a aumentar com a presença dele.

O Vissel Kobe nunca foi campeão japonês. É a melhor chance na história do clube de conquistar o troféu?

Não sei se é a melhor chance, a J-League é uma competição muito difícil e tem uma similaridade com o campeonato brasileiro: você nunca tem idéia de quem será o campeão antes da bola rolar. Espero que nós possamos conseguir, claro, mas o objetivo inicial do clube para a temporada era a classificação para a Liga dos Campeões da Ásia.

Você já teve contato com Iniesta? Como ele é? Como foi a reação dos seus companheiros ao saber da chegada do meia?

O contato foi apenas na apresentação dele. Pareceu ser uma pessoa muito simpática e tímida, ao mesmo tempo, além de humilde. Eu sabia da possibilidade da vinda dele pelo fato do presidente do nosso clube ser o dono do patrocinador do Barcelona, mas não tinha certeza de que seria consolidada. Acho que ele terá tudo para ir bem, pois há muita tranquilidade aqui, tanto dentro como fora de campo.

Além de Iniesta, o Vissel Kobe conta com Podolski, campeão mundial com a Alemanha e muito identificado com o Brasil após a Copa do Mundo de 2014. Ele fala sobre a competição? Como é o alemão fora e dentro de campo?

Meu contato com o Podolski é mais profissional. Não temos uma relação extracampo, mesmo morando no mesmo prédio. É um cara tranquilo, brinca às vezes, mas não muito. Vem de uma cultura diferente da japonesa e também da brasileira.

O Vissel Kobe está em sexto no Campeonato Japonês, distante do líder Hiroshima. Você acredita que a briga pelo título ainda está em aberto? Qual é a atual meta da equipe?

Essa parada para a Copa do Mundo será importante pra nós. Conseguimos nos últimos jogos melhorar o nosso entrosamento e subir algumas posições. Entretanto, é tradicional o futebol japonês ter uma pausa no meio do ano e isso normalmente provoca mudanças grandes na classificação. Há alguns anos o Gamba Osaka terminou o primeiro turno na lanterna e acabou conquistando todos os títulos ao fim da temporada. Acredito sim que ainda podemos chegar no líder.