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Parabéns? Messi faz aniversário sob pressão em nível inédito na seleção

24/06/2018 05h30

Bronnitsy, cidade russa às imediações de Moscou, com pouco mais de 20 mil habitantes, prepara uma festa para Lionel Messi. A Argentina escolheu o local para treinar durante a Copa do Mundo e a população local aproveitou para fazer um festival em homenagem ao craque, que completa 31 anos de idade neste domingo. Já há um mural com o rosto do camisa 10 e a promessa, segundo o jornal Olé, é até de uma gelatina no formato da taça do Mundial.

A preparação expõe como o jogador é cultuado no planeta inteiro. Mas, certamente, esse deve ser um dos piores aniversários do astro. Nunca ele foi tão contestado usando a camisa com a qual é o maior artilheiro da história, com 64 gols. Mas todo o peso, ou quase, da pífia campanha dos comandados de Jorge Sampaoli na Copa do Mundo parece estar sob seus ombros, assim como o risco de cair já na primeira fase, algo que não ocorre com o time desde 2002, exatamente o último Mundial da Argentina sem Messi.

Ele é o capitão da Argentina. Foi eleito o craque da última Copa do Mundo. Tem cinco troféus de melhor do planeta em sua galeria. Acumula recordes pelo Barcelona. Mas tudo que o entorna na celebração de seus 31 anos de idade são o pênalti perdido na estreia do Mundial na Rússia, no 1 a 1 diante da Islândia, e ter dando menos passes do que o goleiro Caballero (32 a 38, segunda a Opta, citada pelo Olé) na derrota por 3 a 0 para a Croácia, nessa quinta-feira, deflagrando uma apagadíssima atuação.

Contra a Nigéria, nesta terça-feira, a Argentina, para evitar a eliminação, precisa vencer e torcer para que a Islândia não derrote a Croácia ou, se ganhar, que seja por uma diferença de gols diferente da aplicada pelo sul-americanos. Logicamente, a missão de levar a atual lanterna do Grupo D para a segunda posição da chave tem Messi como principal esperança. Ao mesmo tempo em que se lembra que ele acumula quatro derrotas em finais pelo país.

E já não basta a pressão de ver Cristiano Ronaldo, seu eterno rival em marcas individuais, ser artilheiro da Copa com quatro gols, e Neymar igualar seus cinco gols em Mundiais, tendo disputado a metade de suas quatro edições e dez jogos a menos pelo torneio (o brasileiro tem sete partidas, contra 17 do 10 do Barça). Messi tem contra si o peso de nunca ter sido campeão pela seleção principal - jejum que tem quase sua idade, já que a Argentina não ergue uma taça há 25 anos.

O curioso é que Messi está acostumado a fazer aniversário com a camisa argentina, e a história começou muito bem. Completou 18 anos durante o Mundial sub-20 de 2005, no qual foi campeão, artilheiro e eleito o melhor do torneio. Em agosto de 2008, já com 21 anos e uma Copa do Mundo disputada, conquistou a Olimpíada. No ano anterior, porém, já tinha sofrido sua primeira derrota em final com a Argentina, na Copa América, iniciada na Venezuela dois dias após seu 20º aniversário e encerrada com vitória brasileira por 3 a 0.

Foi a primeira de quatro falhas em decisões pelo país em que nasceu. Também comemorou aniversário enquanto disputava a Copa do Mundo de 2014, derrotado pela Alemanha na final por 1 a 0, levando gol de Gotze na prorrogação, e as Copas América de 2015 e 2016, ambas vencidas pelo Chile nos pênaltis.

Depois desse último vice-campeonato, há dois anos, chegou a anunciar aposentadoria da seleção. Mudou de ideia e carregou o time à Rússia, fazendo todos os gols da vitória por 3 a 1 sobre o Equador, na última rodada das Eliminatórias. Em entrevista recente ao jornal Sport, da Espanha, antes da Copa do Mundo, admitiu que a competição pode, realmente, ser a sua última pela Argentina. E é pensando em tudo isso que um dos principais jogadores da história do futebol mundial chega aos 31 anos de idade neste domingo.