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Um general incansável: Rabello vibra por recorde de escalações entre clubes da Série A

10/08/2018 06h00

Aos 23 anos, Igor Rabello é um dos jogadores tido como a bola da vez para ser negociado pelo Botafogo e aliviar as apertadas finanças do clube. E, ainda na expectativa de receber uma vantajosa oferta do exterior, o zagueiro tem chamado a atenção dos mais torcedores mais antenados pelo fato de sempre estar entre os 11 iniciais. E o citado não é apenas força de expressão: até aqui, em 38 jogos do Alvinegro na temporada, esteve presente em todos eles.

O que mais impressiona é o fato de Igor sequer ter sido substituído ou suspenso por cartão amarelo ou vermelho, o que seria comum para um jogador cuja função vital é destruir as jogadas dos rivais. Segundo levantamento do blog Super Raio-X, ele é o único jogador que atuou em todas as partidas por seu respectivo time, dentre todos da Série A, na atual temporada. São 3663 minutos em campo em 2018, o que dá uma incrível média de 96,4 minutos por jogo, uma marca enaltecida pelo próprio defensor.

- Fico muito feliz com essa marca, é algo que mostra o quanto sou comprometido e dedicado ao meu trabalho. Com a ajuda dos profissionais do Botafogo, fica mais fácil ainda. Sempre estou inteiro... Há, sim, um incomodo ou outro na musculatura, são muitos saltos na minha função, mas são feitos trabalhos preventivos que ajudam bastante - disse o atleta, ao LANCE!:

- Também procuro ser muito disciplinado. Um treinador que me ajudou na questão de saber como abordar melhor na marcação, sem fazer muitas falta, foi o Alberto (Valentim). Isso colaborou para eu não levar tantos cartões - completou.

Rabello também externou que tem outros feitos numéricos relevantes em seu radar: se igualar a Rogério Ceni (São Paulo) e Conca (Fluminense) no caso de atuar em todas as 38 rodadas de uma edição do Campeonato Brasileiro e chegar aos 100 jogos com a camisa do Botafogo - acumula 88, ao todo.

TRABALHO INTEGRADO

Chamado de "general" pela torcida, Igor Rabello busca extrapolar as quatro linhas e se inteirar a respeito de seu rendimento corpóreo muito por seus conhecimentos específicos no setor, uma vez que é bacharel em Educação Física - designação obtida em meados de 2017.

Felippe Capella e Manoel Coutinho, preparador físico e fisiologista do clube, respectivamente, também foram ouvidos para externarem uma visão dos responsáveis por deixar Igor Rabello e todo o elenco alvinegro em boas condições físicas.

- O Rabello é extremamente profissional e se dedica de uma maneira acima da média. Chega cedo e não tem pressa para sair do clube. É um cara que tem uma formação superior (Educação Física) e tem a consciência da importância de seu corpo na carreira. Em números monitorados, percebemos que a exigência física em cima dele está, inclusive, mais alta em relação ao ano passado. E ele sempre tenta saber se conseguiu se superar nos jogos e nos treinos neste quesito - comentou Capella, que emendou:

- Muitas vezes, a não lesão é devido ao trabalho na academia, à suplementação, alimentação adequada e trabalho preventivo que às vezes faz no DM (departamento médico) para deixá-lo apto depois de um desconforto muscular.

No início do ano, ainda com Felipe Conceição como treinador, Igor Rabello atuou ao lado de Marcelo Benevenuto na zaga. Já no meio do trabalho de Valentim, voltou a formar dupla com Carli, com que faz parceria desde então. Agora será comandado por Zé Ricardo, e, por ora, o pilar defensivo, digno de elogios do torcedor, que vê problemas brotarem no ataque e no setor de criação, deve ser mantido.

- É um modelo de atleta. Jogou todas sem ter saído, sem sofrer lesões e sem ser suspenso. Antes de todos os jogos, passamos os levantamentos dos atletas à comissão técnica, que sempre tem noção a respeito da sequência de jogos do elenco. Sobre o Igor, nunca tivemos um indício que fizesse a fisiologia avisar ao treinador para poupá-lo, por exemplo - contou Coutinho.

Contra o Paraná, domingo, Igor Rabello seguirá a sua incansável saga como titular, que, em meio a rumores do mercado, o catapulta para desenhar uma imagem de ídolo para a torcida alvinegra.

QUEM MAIS JOGOU EM 2018 (DOS CLUBES DA SÉRIE A):

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América-MG (33 jogos) - Messias - 32 jogos

Atlético-MG (43 jogos) - Victor - 42 jogos (linha: Ricardo Oliveira - 37 jogos)

Atlético-PR (44 jogos) - Bruno Guimarães - 31 jogos

Bahia (47 jogos) - Zé Rafael - 44 jogos

Botafogo (38 jogos) - Igor Rabello - 38 jogos

Ceará (49 jogos) - Everson - 45 jogos (linha: Felipe Azevedo - 38 jogos)

Chapecoense (41 jogos) - Jandrei - 38 jogos (linha: Wellington Paulista - 35 jogos)

Corinthians (44 jogos) - Henrique - 38 jogos

Cruzeiro (43 jogos) - Fábio - 38 jogos (linha: Robinho - 37 jogos)

Flamengo (42 jogos) - Renê - 37 jogos

Fluminense (38 jogos) - Júlio César - 37 jogos (Pedro - 35 jogos)

Grêmio (45 jogos) - Marcelo Grohe - 35 jogos (Cortez - 32 jogos)

Internacional (36 jogos) - Iago e Patrick - 31 jogos

Palmeiras (45 jogos) - Willian - 41 jogos

Paraná (31 jogos) - Leandro Vilela - 24 jogos

Santos (42 jogos) - Vanderlei - 41 jogos (linha: Jean Mota e Rodrygo - 35 jogos)

São Paulo (42 jogos) - Militão e Nenê - 35 jogos

Sport (32 jogos) - Marlone - 31 jogos

Vasco (44 jogos) - Andrés Ríos - 40 jogos

Vitória (46 jogos) - Neilton - 39 jogos