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Felipão valoriza vaga e Pacaembu e revela cobrança a Dudu no Palmeiras

16/08/2018 22h24

Herói da classificação do Palmeiras à semifinal da Copa do Brasil, Dudu é o menino dos olhos de Felipão. Em entrevista coletiva após vitória diante do Bahia, o treinador fez questão de enaltecer o gol de cabeça marcado pelo camisa 7 no Pacaembu, tento que ele mesmo cobrou de seu jogador, e revelou ter dado conselhos ao atacante, que teve propostas para deixar o Verdão nesta janela de transferências. Satisfeito com o resultado, Felipão enalteceu o adversário e elogiou as dependências do estádio na capital paulista.

- Dudu, às vezes, falava em sair, que tinha oferta, mas estou tentando mostrar ao Dudu, que se ele sair no futuro, tem que sair com mais dois ou três títulos no Palmeiras e vai ser mais valorizado. E se for para China, dificilmente eu não terei interferência nesta situação, porque sou bem quisto lá. Provavelmente posso ajudar. E o Dudu é uma pessoa que quando cheguei no Grêmio, em 2014, ele não estava jogando e no primeiro dia de treino, o Murtosa já deu um puxão de orelha grande no Dudu, ele ouviu e melhorou. Começou a jogar junto com o Zé Roberto e vocês sabem o que deu - ponderou, e completou:

- Ele tem minha confiança sempre, sabe que em determinados momentos foi ajudado com algumas colocações do que deve fazer em relação a valor e tempo de contrato, porque ele sempre me pediu informações. E hoje temos um ambiente muito bom com o Dudu e vinha cobrando ele para fazer um gol, e hoje foi o gol que nos colocou na semifinal.

Felipão ficou extremamente satisfeito com a classificação palmeirense à semifinal do torneio mata-mata, muito em razão da vitória ter vindo diante de um adversário considerado pelo treinador como difícil. Nas duas partidas, apenas um gol foi marcado.

- Joguei três, quatro, cinco jogos aqui, contra outras equipes, a equipe do Bahia é muito bem organizada. O Enderson faz um trabalho fantástico no Bahia, organizou de forma que dificilmente será batida daqui para frente. Acreditem. Em nove jogos, foi a primeira derrota. É bem difícil jogar contra o Bahia, a qualidade na saída de bola na meia-cancha ao ataque, tem muita qualidade - analisou o técnico.

Nem mesmo o fato de jogar longe do Allianz Parque chateou o treinador. Com a arena ocupada, o mando de jogo foi transferido ao Pacaembu. Jogar no estádio da cidade foi algo corriqueiro para o treinador em sua passagem anterior no Verdão. Portanto, não há do que reclamar.

- Em 2010, 2011, 2012, pagamos o preço de hoje ter o Allianz. Tínhamos de fazer daquela forma, eu era o treinador na época e passei aquele tempo fazendo isso. E conseguimos com aqueles jogadores e a vontade deles, a classificação de 2012 da Copa do Brasil. Os jogadores gostam de jogar no Pacaembu, a grama é espetacular, a bola corre com fluidez e não tem problema o Palmeiras jogar no Pacaembu, porque se acostumou a jogar. Se fosse ontem, jogaríamos no Allianz. É bem melhor jogar no Allianz, mas não vamos fazer mais o que fizemos em 2010, 2011. Temos nosso estádio e se não o tivermos, temos o Pacaembu, que está ótimo - completou.

Confira outros pontos da entrevista coletiva de Felipão:

Estrutura do Palmeiras

A estrutura do Palmeiras que mudou. Hoje eu trabalho com uma estrutura que não tive antes. Tive uma razoavelmente boa de 1997 a 2000 com a Parmalat. Depois tive de 2010 a 2012 que não tínhamos nada, porque estávamos construindo o nosso Palestra. Tenho muita coisa à minha disposição e acho que eu sei administrar. Não é questão de modernidade, modernidade é saber administrar o que te dão. E futebol, a dinâmica de treinos é igual em qualquer parte do mundo. Algumas palavras são diferenciadas, o campo reduzido, maior, situação de jogo, muda muito. Todos fazem mais ou menos a mesma coisa. Tenho de saber administrar a oportunidade de trabalhar em um clube grande com a estrutura que eu tive em muitos poucos clubes no mundo".

Priorizar alguma das três competições (Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil)

?O Palmeiras não pode priorizar uma competição, tem um grupo que trabalha com qualidade, um grupo de 26, 27, 28 jogadores. Os que não estão jogando estão prontos para entrar e jogar. As modificações às vezes são feitas pelo time adversário e pelas qualidades do nosso time. Temos de priorizar todas as competições, mas naturalmente jogando quarta e sábado teremos dificuldades. Podemos repetir alguns jogadores, mas não os 11. Depois temos de fazer uma tabela de minutos jogos, ver com o departamento de fisiologia algumas situações, mas o que é passado ao grupo é para se dedicar a todas as competições. Tem de se dedicar e, se possível, ganhar os jogos.

Personalidade

Eu não estou mais calmo, nem mais elétrico. Estou a mesma coisa. Naturalmente que trabalho hoje de forma diferente, pouco do Palmeiras de 97 a 2000, de 2010 a 2012, porque as condições oferecidas a um treinador hoje no Palmeiras são diferentes. Temos de nos adaptar a uma situação que favorece. Tenho de saber administrar, saber colocar as peças no lugar. Com quem eu falei hoje mais no jogo foi o Paulo (Turra), que vem fazendo um trabalho muito bom, e hoje recebeu convite para voltar à China, mas não está liberado e vai ficar aqui, não adianta. Gritei mais no jogo com o Borja, porque queria que o Borja saísse para o lado do campo. Queria que ele saísse mais dos dois jogadores centralizados que são muito fortes.