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Bastidores do gol histórico: CX10 recorda o último duelo com Colo-Colo

20/09/2018 07h00

Depois de nove anos, o Palmeiras volta ao estádio Monumental, em Santiago (CHI), para enfrentar o Colo-Colo. Em 2009, as equipes eram rivais de grupo, e agora começam a disputar nesta quinta-feira, às 21h45, uma vaga na semifinal da Libertadores de 2018. Aquele jogo é um dos mais marcantes da vida de Cleiton Xavier.

Hoje no CRB recuperando-se de uma lesão que o tirou do restante da temporada, o meia era o camisa 10 do Verdão na última visita ao Chile. O empate em 0 a 0 eliminaria a equipe ainda na fase de grupos, e a situação era complicada, já que Marcão fora expulso no segundo tempo.

Até que aos 41 minutos do segundo tempo, da intermediária, Cleiton decidiu arriscar um chute, que acertou o ângulo esquerdo do goleiro Muñoz. Um golaço, que o ex-palmeirense já pensava em arriscar quando tentou o primeiro domínio, sem sucesso.

- Ali é tudo muito rápido. Você tem uma fração de segundos para tomar a decisão e eu tive felicidade. Já estava querendo dominar para finalizar, mas eu peguei errado e quando recuperei a bola, tinha um marcador. Ao passar por ele, não tive dúvida. Sabia que a gente precisava do gol e só marca quem chuta. Fui feliz - relembra Cleiton, ao LANCE!.

Às vésperas do reencontro entre Verdão e Colo-Colo, os palmeirenses voltaram a publicar nas redes sociais o lance. Até Cleiton acabou recebendo o vídeo com mais frequência nos últimos dias.

- Não dá para esquecer, até porque tem sempre alguém que lembra desse jogo, quando eu encontro torcedores do Palmeiras nas ruas, ou me mandam o vídeo. Tenho ele guardado até hoje. Falam que foi inesquecível, muito importante. Claro que não bate os títulos que ganhei (Copa do Brasil de 2015 e Brasileiro de 2016), mas está talvez entre os três momentos mais marcantes da minha carreira no Palmeiras. Por tudo que envolveu - explica.

Até 2018, a campanha de 2009 havia sido a última em que o Verdão tinha chegado às quartas de final da Libertadores. Depois de tirar o Sport nas oitavas, foi eliminado para o Nacional (URU) graças ao gol marcado pelos uruguaios fora de casa (1 a 1 no Palestra Itália, e 0 a 0 no Uruguai), um resultado que ainda frustra o ex-camisa 10.

- A nossa chave era difícil, considerada o grupo da morte, com Sport, o Colo-Colo. Não sei se foi por relaxamento, por acharmos que seria mais fácil (o mata-mata). Saímos principalmente em casa, tomamos um gol bobo que definiu o empate. Tivemos chances de vencer na casa deles, mas o Nacional se fechou e acabou sendo uma frustração por isso - acrescenta Cleiton, que torce para ver o Verdão desta vez chegar mais longe e conseguir a primeira semi de Libertadores desde 2001.

- Eu tenho acompanhado o Palmeiras, mesmo depois de sair e vejo o Palmeiras muito fortalecido, ainda mais com a chegada do Felipão. Isto ajudou bastante, você vê nos jogos a confiança da torcida, do time. O Palmeiras tem tudo para passar do Colo-Colo e torço para ser campeão - completou.

VEJA UM BATE-BOLA COM CLEITON XAVIER:

LANCE!: Como é sua relação com a torcida do Palmeiras e com o clube ainda hoje?

Cleiton Xavier: É muito boa. Eles sempre me recebem bem, são sempre atenciosos, lembrando dos bons momentos. Ainda não tive a oportunidade de voltar ao clube, mas vejo sempre, os jogos, as notícias. Tenho amigos que seguem e torço para o Palmeiras ser campeão.

O gol de 2009 é o mais bonito da sua carreira?

Não sei se o mais bonito, fiz outros também bonitos. Mas é o mais importante com certeza.

Você chegou a jogar com Valdivia e Barrios pelo Palmeiras e eles agora estão no Colo-Colo. O que dizer deles?

Joguei pouco com o Valdivia, mas com o Barrios mesmo depois de sair a gente tinha bastante contato. A qualidade dos dois não tem o que falar, são jogadores que podem decidir a qualquer momento e que vão querer algo a mais revendo o ex-clube.

Havia em 2015 uma expectativa grande para ver você e o Valdivia jogando juntos, mas isto pouco aconteceu e ele logo saiu. O quão talentoso ele é?

É um cara diferenciado, mesmo jogando pouco junto, nos treinos dava para ver a qualidade. Mesmo sem espaço, ele consegue achar uma forma de criar uma jogada, porque pensa antes. Não vi alguém jogar com a qualidade que ele tem. Quando queria jogar, era diferenciadíssimo. É um jogador para marcar de perto, porque é o tipo de jogo que ele gosta.

Você tem contrato com o CRB até o fim do ano e se recupera de uma lesão séria na coxa esquerda. Quais os planos?

Tive uma lesão no tendão do músculo medial, estou fazendo exames, talvez tenha de operar. Mas estou tranquilo para recuperar e ver o que vai acontecer no próximo ano. Este ano não dá para jogar mais, a lesão foi um pouco grave, o mínimo é de três a quatro meses (de recuperação). Agora estou mais com a família, aproveitando para ficar com os filhos. Com pré-temporada, ano que vem, vamos ver o que acontecerá.